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Arrow – 5×10 Who Are You?

Por: em 26 de janeiro de 2017

Arrow – 5×10 Who Are You?

Por: em

Isso é um milagre?

Depois de nos deixar com um baita cliffhanger na sua fall finale, Arrow retorna cerca de dois meses com um episódio bastante consistente e que só pecou por ter revelado a real identidade daquela que achamos ser Laurel durante a ação promocional do retorno. Eu realmente não entendi o que aconteceu: se foi um erro da CW ou se foi proposital, mas saber que a personagem que encontramos era, na verdade, a Sereia Negra, tira um pouco do brilho de “Who Are You“. Ainda assim, o episódio conseguiu construir uma narrativa interessante e nos deixou com possibilidades que, se bem exploradas, podem render tramas bem legais para essa quinta temporada (se você andou meio off-line durante as férias da série, Arrow foi renovada para um sexto ano, junto com outras séries da sua emissora).

Começando por Laurel, achei interessante demais a maneira que a personagem retorna, causando transtorno semelhante ao de Oliver Queen em todos nós. Afinal, quem era a mulher que estávamos vendo? Seria possível um efeito colateral de Ponto de Ignição estar acontecendo? Ou até mesmo o descontrole de Sarah ter feito ela meter os pés pelas mãos e ter salvo a irmã no passado? Talvez os vídeos promocionais não se preocuparam em esconder a resposta porque ela vem logo nos primeiros dez minutos de episódio. A Sereia foi uma ótima introdução que aconteceu na última temporada de The Flash, sendo bem inteligente por parte do roteiro jogar essa carta, ainda mais a relacionando com Prometheus.

Quando a gente duvida de que o vilão já foi longe demais, temos a certeza de que algo ainda está por vir. Brincar com os sentimentos de Oliver dessa maneira, preparando a Sereia com informações que deixassem sua interpretação consistente é cruel, é vil – e é exatamente o que precisávamos de um vilão. Em mais uma aparição, ele mostrou que está no comando de tudo e, mesmo quando surpreendido, parece ter uma saída. Eu realmente não esperava que ele resistisse a dose de diazepam, o que foi MUITO estranho. Com o passar dos episódios também começa a ficar mais claro que talvez as pistas que temos sobre a sua identidade podem ser mais uma parte do seu plano. Todo o lance de ser o filho de um cara que Oliver matou lá na primeira temporada é bem colocada, mas pode ser só um caminho alternativo que ele mesmo criou para se manter a salvo por mais tempo. Sua maneira de lutar é derradeira e chega a dar pena do quanto o Arqueiro já apanhou (por sinal, que burrice foi aquela de levar todo mundo a campo para lutar contra a Sereia sem proteção nos ouvidos??).

A postura de Oliver diante de toda a situação com Laurel cumpriu exatamente com o que podemos esperar da personalidade do personagem. Ele jamais admitiria a derrota, ainda mais com uma pessoa que tem a cara da mulher com que ele mais falhou. Eu gosto dessa pegada otimista que o Arqueiro ganhou nos últimos tempos, mas aqui ele acabou indo um pouco longe demais. Fiquei bem confuso como seguirá a participação de Katie Cassidy nas séries da DC depois desse “desfecho” da Sereia (vale lembrar que ela tem um contrato de aparição para todos os show da parceria DC-CW) – mas talvez a vejamos como a Laurel original em flashbacks de Legends, não sei.

O que mais me anima é Oliver finalmente aceitar que precisa procurar alguém que faça jus ao manto da Canário. Isso foi muito discutido, ainda mais depois que Laurel teve uma ascensão tão bonita na série, mas a gente sabe que não há como contar a história do Arqueiro Verde, sem a Canário – e não queremos ninguém voltando das tumbas. A personagem que é introduzida nos últimos minutos do episódio, vivida por Juliana Harkavy, parece chegar exatamente para isso e, posso estar muito enganado, mas aquilo foi um grito de Canário? Tomara que sim.

Enquanto o dilema de Laurel-2 (vamos chamá-la assim) se desenvolvia, vimos Felicity enfrentar os primeiros sinais do luto pela morte de Malone, que aconteceu lá na Fall Finale. Estava um pouco estranho a personagem se mostrar tão apática a tudo que tinha acontecido, até percebermos que aquela foi a maneira que ela arrumou para lidar com algo tão brutal. Felicity é uma mulher que faz muita diferença naquela equipe – atualmente, ela é a única mulher por ali – e é importante que vejamos, vez ou outra, o seu lado mais passional. Adorei vê-la metendo a mão na cara de Laurel-2, tornando aquele soco memorável, como o próprio Oliver apontou. Ele e ela estão juntos nessa missão mais do que todos os outros e é mais do que justo que ela tenha voz para liderar quando assim achar necessário.

A equipe também encarou as transformações que vieram da primeira metade da temporada. Curtis foi o que mais demonstrou isso. Guiado por Rene, parece que o personagem começa a perceber que existem várias maneiras de se fazer a diferença, muitas delas não envolvendo levar socos pelas ruas de Star City. Para mim, esse foi um recado claro dos roteiristas de que estão entendendo o que funciona e o que não funciona, fazendo os ajustes necessários semrpe que possíveis. Claro que essa pode ser uma transição lenta, até porque eles bateram demais e por muito tempo na tecla do Mr Terrific, mas ele claramente não funcionou. Assumir que Curtis é melhor dentro dos laboratórios, apoiando Felicity, é um passo inteligente que esse ano dá (ou esperamos que dê).

A situação de Diggle que não está nada boa. Uma galera com poder está atrás dele e a gente pode esperar que tenha dedo de Prometheus no meio disso tudo. A inserção de Adrian nessa trama é muito legal e espero que sua outra personalidade emerja logo diante de Oliver ou Diggle. Será um susto bem interessante para os personagens – e precisou ter bastante pulso para peitar o militar a mando do Presidente, né não?

Nos flashbacks, encontramos Oliver enfrentando os problemas da sua recém-desmascarada missão dentro da Bratva. Por mais que quase nada tenha acontecido ali, a cena final quando ele confunde a entrada de uma mulher com Laurel é promissora. Talia é uma das filhas de Ras Al Ghul, meia irmã de Nyssa. A personagem já apareceu pequena em Legends of Tomorrow e agora parece ganhar um papel importante no desenvolvimento de Oliver na Rússia (ou na sua saída de lá). E eu digo que gosto de retomarem esse lado da trama porque a Liga dos Assassinos é excelente. A terceira temporada foi cagada por uma série de fatores que não valem ser retomados, mas a introdução do cenário de Nanda Parbat não foi um deles. Então, que explorem agora com mais maturidade e do jeito que os fãs tanto esperam.

 


Ufa, acho que podemos respirar. Agora eu vou deixar vocês com o vídeo promocional do próximo episódio e, claro, quero saber o que acharam desse retorno nos comentários! Manda ver!

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Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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