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Arrow – 5×18 Disbanded

Por: em 1 de abril de 2017

Arrow – 5×18 Disbanded

Por: em

“Você não precisa fazer isso sozinho, Oliver”

Seguindo na trilha de excelentes episódios, Arrow entregou quarenta minutos de puro entretenimento para o seu espectador. Depois de levar Oliver Queen ao fundo do poço, a trama dessa semana se propôs a contar como seria sua retomada, um pouco mais complicada do que das outras vezes. Ouso dizer que este possa ter sido o pior momento do personagem. Mesmo em mortes chocantes, nunca tínhamos visto Oliver tão determinado a parar tudo que vinha fazendo – um misto de culpa com o jogo psicológico muito bem jogado por Adrian Chase que, a cada semana, se firma como um dos melhores vilões da série.

É claro que Oliver ia se colocar nesta posição de destruição por onde quer que passe. Naturalmente altruísta, nosso Arqueiro nunca pensa duas vezes antes de se culpar por algo. Ao ver um prospecto de toda a sua vida e todos os avisos que recebeu durante ela, ficou fácil se carimbar como aquele que só causa tristeza e tormenta por onde passa. Esse é o movimento certeiro de Chase, que só não contou com a tamanha determinação do time, principalmente de Diggle, para tirar Oliver disso.

Desde o começo da série, o milionário e o segurança tiveram uma relação de extrema confiança, conquistada e aprofundada a cada situação que passavam. Juntos, ele já viram o pior lado um do outro. E é exatamente por isso que não soa absurdo Diggle ter sido a única pessoa a ter colocado algum senso na cabeça de Oliver. Não faz sentido que ele se culpe por tudo que passou, sendo que sempre houveram outras pessoas envolvidas. Além disso, menos sentido ainda faz ele largar tudo que construiu por medo de prejudicar outras pessoas. O medo nunca é um bom conselheiro – segura essa dica, Brasil – e foi nisso que John se segurou para trazer seu amigo de volta.

Um dos momentos mais emblemáticos do episódio é a conversa sincera que rola entre os personagens. Enquanto acredita não ter mais saída, Diggle se segura firme em uma corrente de esperança que pode ser o agente de transformação para que Oliver lide com tudo que fez no passado – que não foi a toa, diga-se de passagem. E é bem legal que o próprio episódio traça um paralelo muito interessante entre tudo que está acontecendo: Oliver se culpa por trazer destruição a vida das pessoas, mas tudo que Anatoly se tornou, foi exatamente porque o arqueiro deixou a Rússia cinco anos atrás, comprovando que o extremismo de Chase é fruto de um trauma passado pelo assassinato do seu pai, muito mais do que uma sede de sangue de Oliver.

A chegada da Bratva a trama atual é muito interessante e parece ser um pontapé inicial para algo muito maior. Não sei porque me veio a ideia de que eles podem ser os antagonistas da próxima temporada. Mas enquanto isso não passa de uma especulação, foi bom ver Oliver e Anatoly, frente a frente, agora em posições tão distintas. No começo do episódio, vimos nosso arqueiro disposto a qualquer coisa para acabar com o seu problema, o que é bem diferente do cara dos últimos minutos, que compra uma briga só para não ver sua cidade pagar o preço do seu medo.

Algo que curti demais nesta semana foi o fortalecimento dos personagens coadjuvantes como membros do time, principalmente René e Dinah, as melhores adições do elenco em anos. Uma série que permanece no ar por bastante tempo precisa desses sopros de frescor que acontecem com a entrada de novas pessoas, mas nem sempre elas dão certo – sim, eu estou falando de você, Curtis. Já com os dois, a interação foi excelente, como também o background que trouxeram com suas personas. Aquele momento final, quando podem ver suas roupas de batalha ao lado do Arqueiro é mais do que emblemático, é a afirmação da série de que, provavelmente, eles não estão ali de passagem, mas que farão parte desta história, assim como foi com Arsenal e Speedy.

Outra pessoa que anda ganhando seus muitos momentos é Felicity. Sua trama dentro da Helix se aprofunda a cada semana, parecendo difícil ver um caminho para fora daquilo tudo. Ela inclusive se coloca em risco quando entra em uma aventura para desmascarar Chase, mas parece que ela não se importa muito mais com isso. Por muito tempo, vimos a personagem atrás das câmeras, fazendo o possível para que sua equipe se mantivesse viva. Agora, Felicity quer estar no foco da ação e isso faz toda diferença. Pelo que podemos ver no vídeo promocional – que eu coloco no final deste texto para você -, isso deve causar algum tipo de atrito entre ela e Oliver, o que nunca é bom.

Agora vamos parar e falar sobre a sequência final? Sim, vamos.

Cara, aqueles últimos minutos me fizeram dar uma levantada e ficar surtado com o que estava acontecendo. Há muito, Arrow não conseguia repetir esse feito e toda a sequência teve uma pegada tão diferente do que estamos acostumados na série. Nesta semana vimos violência real, mortes e um vilão que não tem o menor escrúpulo, que não pensa em nada além de si. E que, acima de qualquer coisa, ainda está a um passo a frente de todo mundo. Sua saída triunfal foi demais. Eu odeio esse cara e quero que ele sofra muito, mas amo demais o que ele está trazendo para a série. Obrigado Chase, te odeio.

Arrow faz uma pausa de um mês – isso mesmo – e retorna no dia 26 de abril com a reta final da temporada. Por que a CW está fazendo isso? Provavelmente para nos torturar amigos. Nos vemos em breve. Ah, comentem!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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