Lights of Winter não trouxe muitas novidades à trama de Bates Motel, mas introduziu alguns assuntos que provavelmente serão desenvolvidos mais a fundo no decorrer da temporada.

Norma e Alex estão, pouco a pouco, deixando o estranhamento de lado e assumindo uma vida de casal mais comum. Romero ainda tenta dar algumas desculpas sobre “fazer parecer real”, mas está mais do que claro que ele assumiu o papel de marido com muito gosto, e não só para dar um golpe no seguro. Mesmo quando Norma mentiu para ele, o xerife matou um velho amigo para protege-la, então é claro que morando sob o mesmo teto, ele acabaria cedendo aos sentimentos que sempre teve pela dona do motel.

É impressionante a diferença de Norma afastada do filho. Ainda existe culpa, medo e, claro, muito amor, mas existe também uma leveza, uma independência que antes mal dava pra saber que existiam na personagem. Se antes ela estava sempre em estado de alerta, com os nervos à flor da pele e pronta para atacar quem invadisse o seu território, agora ela se mostra mais relaxada, mais suave, e até nos momentos tensos como a conversa com Emma ou ao chegar em casa e ver tudo quebrado, ela demonstrou uma serenidade impensável quando Norman estava por perto. Os dois se amam tanto, e temem tanto um pelo outro, que se enlouquecem mutuamente quando estão juntos.

A diferença é que, longe do filho, Norma volta a ser apenas ela, mas longe da mãe, Norman ainda é os dois. Mesmo quando fisicamente afastados, Norman ainda carrega a sua “personal Norma” à tiracolo, porque ela mora dentro da sua cabeça. Depois de apagar mais uma vez durante a noite de fuga, ele percebe que realmente precisa de ajuda, mas isso não é algo que parece durar tanto assim. Ele aceita colaborar com o tratamento porque acredita que a polícia está de fato investigando e não encontrou nada sobre os assassinatos, mas o que foi dito naquela sala não saiu de lá. No momento em que Norman se tocar que todo mundo já o considera louco mesmo, sem o benefício da dúvida, a coisa muda de figura.

No estado atual do personagem, qualquer interação já liga um sinal de alerta no público. Passei grande parte do episódio pensando quem Norman mataria dessa vez (e acho que o enfermeiro ainda vai dançar uma hora dessas). As cenas foram construídas para causar essa sensação, afinal… a chave de fenda não estava ali à toa. Mas não era um momento propício para que ele cometesse um crime, porque seria facilmente identificável por outras pessoas, ou até por ele mesmo, que perceberia que Norma não tinha como estar de fato lá.

Dylan e Emma continuam no mesmo ponto dos últimos episódios, mas agora com planos de se mudarem juntos para longe. Norma não deve ficar nada feliz com essa notícia, já que finalmente ela e Dylan começaram a ter um relacionamento mais sólido… por outro lado, a cidade parece ser um beco sem saída para ambos, e o movimento natural é que eles busquem coisas novas e maiores. Mas será que a série vai mesmo abrir mão de dois personagens tão importantes sob um pretexto tão simplório?

A gerente do banco deve ser um calo no sapato de Alex, mas não o único. A invasão à mansão Bates parece uma obra dela, mas também é vagamente possível pensar no vizinho da fazenda do Dylan. Será que o dinheiro e a chave que Romero pegou do morto ainda estão por lá? Esse plot não é lá dos mais interessantes, mas não tem ocupado tempo o suficiente para incomodar, então vamos ver como eles desenvolvem essa questão nos próximos episódios.

Algumas observações:

– Quero um guarda-chuva com luzinhas

– Sério mesmo que uma instituição psiquiátrica tem uma porta pra rua e só fica um segurança lá tomando conta?

– Malz aê, Romero, mas já estou shippando a Norma com a dançarina. #Normena #Athorma

– Noman, você pode doar sua chave de fenda pra Big Boo, se não for usar.

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