O carrossel nunca para de girar.
Apesar da frase acima ser muito mais conhecida lá para as bandas de Grey’s Anatomy, ela tem um encaixe especial na trama da atual temporada de Beauty and the Beast: o constante retorno ao caos da vida de Vincent e Cat. Depois de conhecermos na premiere a caçada de recompensas em cima das bestas, fomos jogados em um desenvolvimento um pouco apressado do que pode vir a ser esse quarto ano. Enquanto ainda não temos a menor noção de quem está por trás de todo o tormento, pudemos perceber que, mais uma vez, será uma briga de gigantes, já que até o acesso aos arquivos da Segurança Nacional, eles conseguiram quebrar. Sinceramente, temo pelo desenrolar dessa temporada. Por ser a última temporada, os episódios tem uma carga muito maior do que o normal, com a obrigação de dar desfechos a cada um dos personagens que viemos acompanhando ao longo do anos – e, talvez, um grande talvez, alguns deles estejam se perdendo no meio do caminho.
O maior problema que enxergo é JT. Sua ânsia em ajudar o melhor amigo pode acabar colocando o seu relacionamento com Tess em jogo, já que, além de se colocar na linha de frente da batalha, mesmo sem nenhum artifício para se defender (como foi fácil Bootsy fugir da casa dele!), o nerd agora mente para namorada em prol das suas vontades. E aqui, vejam bem, não sou jamais a favor de que alguém abra mão do que quer por conta de um relacionamento, mas o caso é esconder suas verdades, iludindo o parceiro. O que parece também é que buscar respostas para o caso de Vincent passou a ser um artifício para JT postergar sua mudança para a vida a dois. Seja por medo, seja pelos propósitos que realmente diz ter, é bastante notável perceber que, invariavelmente, o relacionamento dos dois está sendo colocado a prova e será muito difícil sobreviver quando cercado de tantas verdades não ditas.
A participação de Tess é muito interessante nesse novo ano. Enquanto sempre esteve envolvida no meio de toda a ação, agora a personagem se mostra muito reticente a voltar a estaca zero – o que é super compreensível quando consideramos o quadro geral. O que percebo é que ela se sente ainda muito desconfortável no papel de chefe do distrito e talvez o seu lugar seja nas ruas, ao lado de Cat, como pudemos ter a chance de reviver, mesmo que brevemente, durante o episódio. O sentimento da policial pode ser sentido também na pele de Heather, que se mostrou determinada a ter uma vida, mesmo com tudo que acontece ao seu redor.
E ela não está errada. Sempre existirá um problema. Quando isso acabar, será outra coisa e depois outra. Se prender ao fato de que Vincent é uma besta não passa de uma grande âncora no desenvolvimento de uma vida. Claro que continuo achando que Kyle não será uma boa adição para o círculo e que, muito provavelmente, vejamos ele revelando seu lado Falsiane em breve – mas é necessário quebrar a cara algumas vezes antes de acertar. Agora assim, Vincent e Cat precisam urgentemente sair desse lugar comum onde sempre um está com medo e o outro está tentando colocar tudo no lugar. Queridos, essa é a vida que vocês escolheram. Depois do casamento, não aconteceria um passe de mágica, com tudo vivido sendo apagado pela Segurança Nacional e uma nova vida começando. Então assim, vamos sentar, conversar sobre isso e ver o que podemos fazer daqui para frente, porque esse negócio de viver com medo, destrói qualquer relacionamento.
Outra coisa importante: vocês funcionam melhor juntos e o episódio veio para pontuar isso muito bem. Enquanto tentaram seguir caminhos separados, toda a trama de Bootsy parecia que explodiria a qualquer momento – o que era super possível, já que não tinham a menor noção com o que estavam lidando. A partir do momento que se alinharam, as coisas fluíram muito melhor (aquela cena do Vincent segurando o helicóptero foi sensacional). Essa questão já foi explorada algumas boas vezes na série e o roteiro precisa entender que o casal já chegou a um ponto que soa repetitivo ter as mesmas crises por tão pouco. Evolução meus queridos, essa é a palavra para a vida de vocês.
E mesmo com as minhas considerações, esse novo ano me entretém bastante. O caso da semana envolvendo uma celebridade que não tinha a futilidade como prato principal caiu muito bem, principalmente pelo carisma da atriz convidada. Enquanto caminha timidamente rumo ao seu final, a Bela e a Fera precisam estabelecer uma razão real para percorrer esse percurso e nos deixar com uma memória minimamente saudosa do entretenimento que nos proporcionou. Deixo vocês com o vídeo promocional do terceiro episódio:
P.S.: Queridos, eu sei que o episódio passa no domingo no Canadá, mas como ando com uma agenda super lotada, optei por acompanhar o calendário da CW. Assim que conseguir me organizar, prometo que tento acompanhar adiantado também!
