Graças à intervenção de Chuck, Kim está de volta a sua sala na HHM. Contudo, Howard parece ainda mais chateado e resolve puní-la de outras maneiras, por exemplo, deixando de falar com ela, pedindo que ela trabalhe no horário de almoço ou enviando-a sozinha para audiências que sabe que terá veredito negativo. Basicamente, assédio moral. É injusto que Kim ainda esteja sofrendo estas punições, ela é uma boa pessoa, uma profissional competente, é dedicada e leal à HHM. Howard deveria demití-la ou perdoá-la, não dá para ficar em cima do muro desta forma.
Ainda que seja fiel a Howard, Kim sabe que talvez não exista mais um futuro para ela na HHM. Convenientemente, ela recebe uma proposta de emprego na Schweikart & Cokely , firma que representa legalmente os interesses do asilo SandPiper. Mas o que significaria aceitar este emprego? Apesar de Rick Schweikart garantir que não haveria dilema ético, pois ela não trabalharia no caso SandPiper, uma vez dentro da empresa ela poderia ser pressionada a dar detalhes da estratégia da HHM. Pode ser uma grande oportunidade mas também pode ser uma cilada.
Jimmy sente-se acuado pela presença de Erin, a advogada que monitora todos os seus passos dentro da Davis & Maine. Sua propaganda polêmica foi substituída por outra (E francamente, a propaganda de Jimmy era mil vezes melhor). Insone, ele parece perdido dentro do apartamento funcional oferecido pela empresa. Só foi capaz de dormir quando voltou ao seu velho cubículo nos fundos do salão de beleza. Talvez somente ali, naquele cubículo, ele consiga se ver livre das amarras da vida corporativa e regrada de um grande escritório. Por outro lado, as coisas no campo afetivo estão melhores, Kim (e seu enorme coração trouxa) perdoou Jimmy. Kim revela a Jimmy que ficou pensando nele flutuando naquela piscina de hotel, que ali era o lugar que ele pertencia, mas que ela o desviou de seu caminho. Embora Jimmy negue, Kim está certa. Jimmy jamais será feliz dentro da Davis & Maine e jamais seria feliz na HHM, empresas que nunca permitirão que ele use todo o seu potencial.
Acho que chegamos a um ponto onde a história de Jimmy começa a ficar repetitiva, é preciso que aconteça alguma coisa para balançar o personagem, que no momento sofre apenas com questões internas. Não é que estas questões sejam irrelevantes, mas nós já ouvimos os mesmos questionamentos várias vezes ao longo da série, é preciso agora mostrar as implicações reais do comportamento de Jimmy em sua própria vida. Até agora, só Kim foi realmente punida pelo comportamento de Jimmy. Estou ansiosa para saber quando e como Saul Goodman entrará em cena. Também sinto falta de ver aquele momento de Jimmy, no começo da série, em que pegava casos bizarros para defender.
Enquanto isso, Mike continua sendo pressionado para aceitar a proposta de Hector Salamanca. Não demora muito até as ameaças se direcionarem a sua neta. O melhor momento do episódio foi a introdução dos gêmeos Leonel e Marco Salamanca, conhecidos como “os primos”, com a indumentária característica: ternos coloridos e bota com ponteira de caveira. É sempre divertido quando os personagens de Breaking Bad surgem em Better Call Saul (estou aguardando, com ansiedade, as aparições do Badger e do Skinny Pete). É incrível como eles não precisam falar sequer uma palavra e mesmo assim são assustadores. Mike sela o acordo com Tio por $50.000,00. Metade do dinheiro retorna para Nacho, uma vez que Mike não pôde cumprir plenamente o acordo de afastar Tuco.
Sem dúvida, a decisão de inserir Mike em Better Call Saul em uma posição de co-protagonismo foi muito acertada. Neste ponto, a história de Mike está muito mais envolvente que a de Jimmy, uma vez que garante as cenas de ação e se relaciona diretamente com Breaking Bad. É maravilhoso que possamos conhecer um pouco mais sobre essa família peculiar, sobre Tuco, Tio, Os primos. Tio, principalmente, parece ser um grande antagonista para Mike, com mais nuances e complexidade do que foi mostrado em Breaking Bad.
Notas:
– Nunca pensei que diria isso, mas senti falta do Chuck neste episódio.
– Kim, miga, você merece mais, profissionalmente e afetivamente.
