Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Big Brother Brasil 16 – Semana 1

Por: em 28 de janeiro de 2016

Big Brother Brasil 16 – Semana 1

Por: em

Não se via há tempos uma primeira semana tão maravilhosa no BBB. Como se para validar as apostas no elenco diversificado, a sensação de “colônia de férias” não durou mais que 24 horas. Graças, em parte à produção, que fez escolhas acertadas, e em parte ao próprio elenco, que não se acomodou em nenhum momento, a semana foi um deleite para os fãs do programa. Reviravolta atrás de reviravolta, parecia um episódio dos tempos áureos de Revenge, com aquele típico final dúbio e agridoce que sempre garantia uma gordurinha para queimar no episódio seguinte.

Começamos com a prova do líder, uma prova nostálgica que, dentro das variações, já foi exaustivamente usada no BBB. Aqui já se percebeu uma divisão na casa que, depois, a edição classificou como uma “Guerra dos Sexos” – termo inclusive utilizado por Bial numa das chamadas do programa nos intervalos. O grupo formado por Harumi, Adélia, Juliana e Maria Claudia parecia o mais forte na prova, e por ser o que foi formado com mais “segurança”, mostrava sinais de uma união feminina em criação. Tamiel, Daniel, Ronan e Alan funcionaram como um contrapeso começando a prova como underdogs – característica que, no fim das contas, teria funcionado para Ronan não se afundar na bagunça que acabou provocando.

Como o BBB 16 é o BBB da imprevisibilidade, os meninos ganharam. A princípio, isso me preocupou, porque Daniel e Tamiel não tinham mostrado as caras ainda, Alan parecia totalmente deslocado na casa e Ronan ainda era o bonzinho pedante que cita O Pequeno Príncipe para conquistar a gata na balada. Maaaaas – eu acabei de dizer, imprevisibilidade – a coisa virou de um jeito que em nenhum momento eu pude imaginar.

Matheus - BBB 16

Enquanto isso, no andar de cima, 4 postulantes eram apresentados ao público. Um andar secreto na casa foi umas das coisas mais legais que o BBB já fez para inserir participantes tardios. E essa investida foi particularmente interessante porque colocou dois típicos brothers – os branquinhos, saradinhos, bem apessoados e com um discurso polido – contra dois candidatos um tanto diferentes – uma velhinha simpática e um negão espalhafatoso. Não sei se estava previsto, ou sei foi porque o andar de baixo percebeu que tinha alguma coisa acontecendo, mas trazer os postulantes para baixo no dia da festa foi ÓTIMO para integra-los ao jogo já intenso que acontecia na casa. Matheus foi o mais esperto dos 4: aproveitou as investidas carentes de Cacau (aff) e fez o primeiro casal do BBB 16, que foi digno de música do Ed Sheeran e tudo. Ficou claro que a aproximação com Cacau foi puro jogo quando ele a deixou no freezer assim que garantiu a entrada na casa. Mas foi uma jogada inteligente, porque foi o plot do casal, mais a aproximação dele com Geralda que garantiu a estadia dele na casa. Acho que isso vai ter pouca influência no resto da competição, mas um jogo de caipira do coração bão pode, infelizmente, leva-lo longe na competição – principalmente porque ele não se queimaria no fogo cruzado que a casa é no momento.

Ronan - BBB 16

Agora, precisamos falar de Ronan. Cancela qualquer impressão que tivemos dele na estreia: o cara é um jogador de primeira. Do nada, o filósofo wannabe passou de queridinho para vilão protagonista na casa. A tentativa dele de blindar os meninos, ainda que muito bem-feita, teve um pequeno erro – que levou Daniel ao paredão -: ele ter sido o incitador do boato de que as meninas estavam “armando” para Munik. Um jogador mais esperto teria alimentado isso com algum “peão” mais fraco, que daria com a língua nos dentes, e só veria o circo pegar fogo. Numa reviravolta muito interessante – que fez Munik parecer menos ingênua do que parecia – , Adélia usou sua experiência de advocacia, e, com a força expressiva do discurso de Juliana, lançou um contra-golpe e fez exatamente o que ela supôs, acertadamente, que estivessem fazendo no outro lado: combinou voto.

Ana Paula - BBB 16

A parte mais interessante disso é que, com Munik sendo pivô de uma discussão que ela não entrou, Ana Paula compactuando com Adélia e Renan tirando o corpo fora, a estratégia que Laércio teve para blindar seu “grupo” e o dos líderes deu simplesmente errado. Com as meninas colocando Alan como principal alvo, a permanência de Harumi era quase certa, já que Alan só foi irritante e não tem o bônus, hm, estético de Daniel. Mas aí BUM #twist!!!!!!!!! Harumi se incomodou com a justificativa de Daniel, e num singelo intervalo comercial, fez sua permanência na casa muito mais difícil.

(Sim, eu acredito que a permanência de Daniel teve bastante a ver com a questão estética. Estamos na 16ª edição, a gente já sabe como o público vota, principalmente em começo de temporada.)

E essa indicação “não esperada” de Daniel – e sua “repulsa” por Ronan – foi o pivô do isolamento de Ronan, que, com o abandono irritadiço de Alan, desponta como cavaleiro solitário na busca pelo prêmio. O pecado de Ronan não é jogar, é a frieza com que ele trata o jogo e os outros competidores. Ainda tem muita coisa para acontecer com ele, principalmente porque ele – como bem pontuou Harumi – não “pediu desculpas” (?) ou fez qualquer esforço para se integrar de novo à dinâmica da casa, reforçando a ideia de persona non grata que a edição desenhou para ele. E com a ficada de Cacau e Matheus, ainda que Ronan tenha deixado claro (ou quase) que tinha interesse na youtuber, lhe garantiu a alcunha de coração partido, o que pode servi-lo bem se mais alguma coisa acontecer com a loira.

Em resumo, saímos da primeira semana com uma casa dividida em termos não muito claros. Nada de Guerra dos Sexos: é Ronan versus Adélia/Juliana e discípulas (Ana, Cacau e Munik), com Renan e Matheus relativamente neutros, Geralda um tanto perdida, Laércio queimado, Daniel querendo limpar a própria barra (e Tamiel e Alan tão na casa???????).


Confessionário 1: Harumi foi uma perda gigante para as meninas. Como eu previ, ela funcionou de mãezona principalmente para, guess who: Ana Paula.

Confessionário 2: Quase dói ver Rodrigo Santanna forçar uma aproximação com a linguagem da internet toda semana. Principalmente porque logo atrás vem o Tá No Ar fazendo isso com maestria.

Confessionário 3: Fernanda entrou muda e saiu calada. Já esqueci que ela um dia esteve na casa.

Confessionário 4: Geralda é MUITO mais que uma vovozinha. Ela leu perfeitamente o jogo de Ronan e não teve nenhum problema em dizer isso na cara do Daniel, principal beneficiário das potenciais estratégias dele.

Confessionário 5: Espero que essa carência juvenil de Cacau sirva para algum twist mais útil que a choradeira constante.


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

×