Mais uma semana no BBB 16, mais uma semana de protagonismo de Ana Paula. Protegida pela imunidade do paredão fake, Ana Paula voltou atacadíssima e esteve envolvida em praticamente todos os acontecimentos relevantes da casa na semana (incluindo, obviamente, a eliminação de Daniel). Provavelmente Ana foi a que mais recebeu tempo de tela da edição, que continua a tratando como ‘honesta’ mas invalida seu espírito forte e sua boca grande. Isso não impediu de o público continuar considerando bastante Ana Paula, provável motivo da permanência de Ronan (sem contar uma possível repulsa por Daniel, principalmente entre o público mais jovem).
Primeiro, precisamos considerar o quanto ela foi inteligente no começo da semana. No 2º andar, ficar falando com a televisão foi uma clara estratégia de jogo: gerar material suficiente para ser o destaque de pelo menos 2 episódios da semana. Além das caras e bocas, que não só geraram ótimos memes, mas reiteraram a persona autêntica que Ana Paula criou. A estratégia inteligente foi para o espaço quando ela desceu as escadas. O descenso pela manhã já foi um anti-clímax, porque ver a cara dos algozes dela no programa ao vivo, livre de edição, seria impagável. Por outro lado, ela já veio com todas as pedras na mão e já provocou confusão e entretenimento, evitando que o diálogo dela com a televisão lá em cima ficasse enfadonho.
Mas eu digo que a estratégia foi para o espaço porque simplesmente não houve estratégia: foi confronto e gritaria gratuita e sem filtro. Ok, confrontar Juliana – com o já icônico “olha elaaaaaaaa” – era até que esperado. Brigar com Renan? Tá. O problema é que Ana Paula está cometendo o mesmo pecado de Anamara no BBB 12: voltar do paredão fake achando que está com tudo e acabar se queimando. Ainda que Ronan tenha avisado Ana Paula disso logo na sexta-feira (usando inclusive o exemplo de Maroca), ela se comprometeu muito durante a semana por arrumar brigas gratuitas, quase sem sentido, e agora corre o risco de deixar de ser considerada autêntica – e sim inconsequente. Particularmente, não gosto do Daniel, mas sua saída pode ser um perigo por dois motivos: Ana Paula pode achar que tem o público na mão e herdar o complexo de Deus do eliminado; e o lado de Juliana decidir parar de jogar.
Falando em lados, a edição de terça-feira decidiu usar a velha técnica dos super-heróis para mostrar a divisão da casa e, bom, queimou todo mundo. A edição parece determinada em provar que não tem ninguém certo na casa e o que os dois lados tem dificuldades, mas o que acabou passando batido é que essa divisão não é tão clara quanto o VT deu a entender. Antes da eliminação de Daniel, a única aliança real de Ana Paula era com Munik (que vem se provando muito inteligente) e Ronan. Dona Geralda perdeu a paciência com Ana Paula duas vezes, e, na situação do paredão, não “se comprometeu” e jogou o problema-a-ser-resolvido para uma situação que aconteceu antes da chegada dela definitivamente na casa, o que não é necessariamente verdade, já que boa parte do desenrolar da história aconteceu com ela já na casa. Cacau aparentemente está totalmente alheia ao que acontece na casa e só pensa em como continuar reconquistando Matheus (vide aquele voto totalmente aleatório em Ronan, que comprometeu os planos de Ana Paula para o paredão).
Aliás, Matheus. Para mim, ele teve problemas demais essa semana porque ganhou fama de leva-e-traz (leva os planos de Ana Paula para Renan e não traz nada de volta). E também “não se compromete” – se eu escrever isso mais uma vez, meu voto no paredão é da Ana Paula – com os planos de Ana, sem também construir uma relação com Juliana e Adélia. No fim das contas, assim como Cacau, preferia não se envolver com as disputas da casa, mas a “inocente” língua grande acabou colocando ele no olho do furacão. Não me surpreenderia em nada se essa semana ele se aproxime de Renan – pode ser que, com a eliminação de Daniel, isso não aconteça e ele prefira continuar perto de Ana Paula.
Do outro lado da casa, Juliana resolveu para de responder às eventuais provocações de Ana Paula, e isso a coloca com um pouquinho mais de força na casa porque está sendo “centrada”. Adélia, que perdeu bastante o brilho dos primeiros dias por viver à sombra da Juliana, teve bons momentos essa semana por causa dessa demagogia travestida de bom-senso. Renan saiu do casulo e ganhou um novo fôlego graças à briga com Ana Paula. Isso mais a saída de Daniel vai ser muito positivo para ele – uma estrela a menos para ele orbitar.
Aliás, falando em lados, o discurso do Bial na eliminação foi providencial e deixou algumas coisas claras: não existe bem e mal em reality show. Ambos os lados têm vantagens e desvantagens no jogo, e o principal problema de AMBOS é a incoerência entre o que se faz e o que se diz. Exemplo: enquanto Renan se orgulhava por “não jogar”, estava claramente arquitetando o paredão com Juliana. Por outro lado, Ana Paula exige que as pessoas se comprometam enquanto berra aos quatro cantos e desfaz alianças pelo simples prazer de “ser ela mesma”.
Dito (tudo) isso, esta aí o ranking da casa nessa semana:
Munik
Dona Geralda
Matheus
Ana Paula
Adélia
Renan
Juliana
Ronan
Cacau
Tamiel
Munik fica na liderança porque fez um ótimo trabalho na liderança e se prova uma jogadora de peso e uma ótima aliada de Ana Paula. Matheus cai porque se queimou, e Dona Geralda sobe pela força do discurso e do jogo. Cacau cai porque “não se compromete” – tchau Ana -, e a subexistência de Tamiel na casa não favorece em nenhum aspecto.
Confessionário 1: Pensamento de Ana Paula: “Adélia… é falsa? ” Talvez??
Confessionário 2: Boné “DIVA” da Adélia quaaaaase me convenceu a gostar dela de novo.
Confessionário 3: Muito suspeita essa nova forma de votação. O Brasil não é demograficamente bem distribuído, isso sem levar em conta outros fatoreis culturais e econômicos que me levam a acreditar que algumas regiões tem participação mais ativa nos paredões do que outra, então qual foi o critério para justificar essa divisão por região? Só me faz acreditar que é uma tentativa da produção de ter mais controle sobre a votação. Furada.
