Semana passada eu terminei a review me perguntando qual seria a sacada de Boninho e cia para deixar a reta final da temporada menos previsível. A ideia que a produção encontrou, ainda que não inédita, foi divertida: o falso libanês Laham, cuja missão era tornar a casa mais interessante no período que estivesse lá e fazer o jogo ser assunto de novo – coisa que desde a saída da Ana Paula tem acontecido com uma frequência cada vez menor. Juliano fez um trabalho razoável: afetou cada um dos 5 participantes restantes individualmente – e com intensidades diferentes – e provocou assunto o suficiente por um tempo. E ainda fez a gente pensar o quão convincente foi o personagem dele, e o quão convincentes são os personagens de cada um lá dentro que, por mais que se defendam e batam no peito dizendo que estão sendo “autênticos”, certamente deixam algum aspecto de si do lado de lá da porta. Por exemplo, a justificativa da simpatia e do carisma de Laham era a ingenuidade, e todo mundo ficou perfeitamente convencido disso. Não trouxe o brilho da era Ana Paula de volta, mas foi um twist ok.
Ronnik foram os mais atingidos pelo furação libanês. Munik foi agraciada por uma pessoa que, ao contrário de Renan, cedeu e investiu na sua ideia. E ainda ganha um leve bônus de ter sido a principal “vítima” do ator paulista – o povo ama uma boa vítima. Ronan me surpreendeu muito: tudo que ele não falou nas primeiras semanas ele liberou agora, numa mistura confusa de carência e racionalidade. Ok, Laham não era tão bom ator assim e Ronan foi inteligente em perceber isso logo, mas ele estava cego pelo ciúme que sentia do libanês com Munik. O ponto não é discutir se Ronan estava ou não certo em suas atitudes, mas pensar no que isso significou para a estadia dele na casa. Se esse Ronan dirigido pelas emoções continuar na casa, podemos ter duas semanas finais não tão entediantes.
Uma coisa que Laham não foi capaz de fazer – e seria muito improvável que ele conseguisse – foi mudar o curso das eliminações. Com a liderança de Maria Claudia e o anjo de Matheus – a única maneira de evitar o paredão Catheus era com os dois ganhando Líder e Anjo -, o paredão Mineiro era mais do que anunciado. E foi um duelo de ‘falsidades’: a falsidade de quem foi honesta e clara durante o jogo todo, mas não fez questão de anunciar e acabou passando de falsa, e a falsidade de quem fez jogo duplo até onde foi possível e ainda se achou no direito de gritar com quem quer que fosse. Venho anunciando aos quatro ventos desde o plot twist que colocou Matheus e Geralda na casa: Matheus é um retrocesso. Só que é pior do que eu pensava, porque ele não conseguiu se segurar na trama do caipira coração bão e se rendeu a um jogo bastante mesquinho, arrastando uma já não tão interessante Cacau com ele. É o fim definitivo do discurso do “bem”, do “bom-mocismo” como bem disse Bial. Esse é o BBB da vida real, onde as pessoas são obrigadas a conviver com os defeitos de si e dos outros.
Com a eliminação de Theuzin, sobram uma Munik totalmente comprometida e com o melhor jogo até aqui, uma Geralda com sangue nos olhos, um Ronan a beira de um colapso e… uma chorosa Cacau. A final Geronik está cada vez mais próxima, e só um milagre (liderança) coloca Cacau na final. A partir daqui é cumprir tabela – vamos ver se o público se interessa e acompanha. Se não fosse a típica super prova do líder, eu diria que não. E fica o penúltimo ranking da temporada:
Munik
Ronan
Dona Geralda
Cacau
Confessionário 1: Fiquei curioso e fui pesquisar: não tem Big Brother no Líbano. Na verdade, o Líbano fez parte de um Big Brother Arábia, que foi cancelado antes do fim da primeira temporada, em 2004.
Confessionário 2: Adorei o VT do 15º elemento sobre o Bial. Desnecessário – como 80% dos VTs de Terça -, mas fofinho.
Confessionário 3: Ninguém entendeu o cronograma da próxima prova do líder mas o fato é que faltam 2 semanas para a temporada acabar. Acaba 5 de abril.