Review dessa semana sai com um pouquinho de atraso porque, às vezes, a vida imita a arte (?) e a loucura da casa do BBB começa a acontecer na nossa. De qualquer modo, começamos a ter sinais de desgaste na temporada mais aclamada dos últimos 6 anos. Ana Paula continua a ser a inegável protagonista da temporada, mas começa a soar repetitiva – ainda que seja anos-luz mais interessante que a eliminada Juliana. Se o BBB 16 fosse uma série de Shonda, a 5ª semana seria um filler: emocionante e vibrante como de costume, mas sem nenhum plot twist de cair o queixo.
Com a eliminação – um tanto não esperada – de Juliana, se solidifica uma sequência de vitórias de Ana Paula (e Ronan) contra seus principais antagonistas na trama de cada semana: Laércio, Daniel e Juju. Se esse BBB fosse algo previsível, Renan, Tamiel e Adélia seriam os próximos, e estaríamos nos encaminhando para uma final Munik x Ana. Mas já deu para perceber que não é. Com o lado do “bem” ganhando mais uma liderança e Catheus descambando para o lado de Renan, a casa volta a ficar equilibrada – em questão de números mesmo – e Ana e Ronan voltam a formar paredão juntos. Mas tem o twist do Big Fone e… deixa para semana que vem.
O que importa nessa semana é: Renan é um péssimo antagonista. Primeiro que ele cai em qualquer provocação de Ana Paula, que se torna cada vez mais fria em relação ao outro lado da casa. Segundo, o discurso dele de esquadrão anti-patricinha não convence. É incrível a dificuldade que Renan tem em ler a preferência do público por Ana Paula, e acha que destilar um texto pronto sobre a infância difícil e sobre a luta dele pra ser alguém na vida vai fazer alguma diferença. Ana Paula é amada porque gera conteúdo, porque entretém. Honestamente, o fato de que ela vive às custas do pai faz pouca ou nenhuma diferença no gosto do público da internet, que aparentemente tem sido o decisor em todos os paredões (com exceção da eliminação de Harumi, em que os gomos abdominais de Daniel tiveram papel importante).
Acompanhando a horda de antagonistas ruins, temos Adélia e Tamiel. Adélia perdeu a oportunidade de sair da sombra de alguém com a eliminação de Juliana, e vive chorando em todo canto por causa de Ana, com um emocional frágil que honestamente não interessa. Tamiel é irritante pela incoerência: passou semanas julgando Ronan e Ana por combinar voto, e vem fazendo exatamente isso nessas duas semanas. Pelo menos ele sai do marasmo, mas se queima demais por “não se comprometer” – valeu, Ana.
A ideia que me assusta – e me deixa ansioso – é que o caminho de Ana Paula pode estar se tornando o caminho de um cavaleiro solitário. Claro, ainda tem Ronan e seu silêncio velado e Munik e sua estratégia inesperada, mas Geralda é uma incógnita (isso ficou claro na formação do último paredão) e Matheus praticamente assinou com o lado de lá (e levou Cacau e essa neutralidade aleatória junto). Essas mudanças desequilibram o jogo de novo e deixam com Ana Paula, sozinha, a responsabilidade de conquistar o público por mais uma semana – e ela o faz muito bem. O problema é que concorrentes que vão e voltam muitas vezes do paredão correm o risco de se tornarem arrogantes e tornarem o jogo denso demais, de um jeito ruim. Salvo exceções, claro. Que Ana seja uma delas.
Ranking da semana:
Munik
Ana Paula
Matheus
Dona Geralda
Renan
Adélia
Ronan
Cacau
Tamiel
Ana sobe por ter voltado do paredão. Dona Gê cai porque não se compromete e Matheus cai pelo leva-e-traz. Adélia cai porque está sendo uma grande decepção. O resto fica tudo mais ou menos igual.
Confessionário 1: Edição fazendo a Cacau de boneca foi no mínimo cômico.
Confessionário 2: Adélia é a definição de ugly crying.
Confessionário 3: A prova do líder do Guaraná teve uma ideia muito boa de juntar pares inesperados. Uma pena que o par que ganhou foi o mais esperado de todos.
