If Beth contém um programa hacker que simula assaltos, uma luta de espadas, vestidos de gala e smokings. Ingredientes que podem por si só fazer um episódio, no mínimo, divertido. Mas Blindspot vai mais fundo e desenvolve muito bem as tramas da série – a dupla identidade de Jane, o trauma de infância de Reade, a presença ainda misteriosa de Nas – e fornecer novas informações para essas história.
Vamos começar com o caso tatuagem da semana, que foi o mais complexo e intrigante dessa temporada. Graças a Patterson que estava atenta aos dois tons da tatuagem de favo de mel, o FBI consegue localizar o hacker SHDWCAT conhecido por atuar na deep web e que desenvolveu um jogo incrivelmente detalhado que consegue simular assaltos. Logo de cara, o episódio apresenta uma dinâmica diferente para a apresentação do caso. Como Zapata também entende de programação, ela tem uma participação mais efetiva enquanto a Patterson fala sobre o caso e isso funcionou muito bem.
As informações obtidas no hard drive do hacker levaram a equipe até um evento luxuoso de agariação de fundos onde, além de arrasarem com ternos e ventidos chiquetosos, o grupo encontra Elisabeth Gubara que estava “causando” no museu. A princípio, Elisabeth é perseguida porque matou duas pessoas durante o evento e estava mirando em outra vítima que a equipe teria que proteger, mas assim que eles prendem e conversam com a mulher, a percepção muda. Elisabeth explica que ela era uma agente da CIA no Leste da África e que as pessoas que ela matou usaram os dados que ela estava coletando para fazer dinheiro. É claro que ela tentou entregar essa situação à seus superiores, mas eles conseguiram associá-la com o grupo terrorista, apagar sua identidade e mataram seu marido e filha.
Durante a cena da confissão de Elisabeth, a câmera foca no rosto de Jane e conforme a ex-agente da CIA enumera diversas situações que nossa protagonista tem em comum – identidade inexistente, solidão, ser aprisionada, escapar sozinha – a câmera se aproxima. O objetivo é óbvio, mas eficiente. Blindpost traça as semelhanças entre as duas e usa o caso para trazer à tona os sentimentos de Jane sobre o FBI e Sandstorm. “Isso é cansativo. Você não confia em mim. Eles não confiam em mim. E se estou sendo honesta, eu não confio no FBI e em Sandstorm”, Jane desabafa. A questão até agora era para que lado Jane tenderia, mas If Beth mostra outra possibilidade: que lado vai conseguir conquistar Jane?
Roman percebe que ele precisa mostrar para a irmã porque o plano da Sandstorm é tão importante. Logo no começo do episódio, Roman leva Jane até um lago que foi contaminado por uma empresa que nunca foi responsabilizada pelo crime. “Estamos aqui porque eu precisava ficar irritado novamente”, ele explica. Shepherd entende a estratégia do filho – que Nas chama de propaganda visual – e decide completar a história. A família da líder de Sandstorm morava perto daquele local e por causa da contaminação, seus familiares morreram e ela teve seu útero retirado aos 17 anos. Jane assente, mas se isso vai ser o suficiente para explicar os motivos de Shepherd e do seu plano mortal só o tempo dirá.
As intensões podem até ser boas, mas Jane não conhece as dimensões dos planos da organização e pelo o que Nas revelou para Kurt, há muito mais que ela precisa descobrir. Segundo a funcionária da NSA, Sandstorm vem acompanhando Weller há 20 anos. Então sua relação com o grupo vai além de Jane, da tatuagem nas costas dela e de Taylor Shaw. O vídeo do jovem Kurt no exército traz, é claro, mais questões do que respostas. Qual o interesse do grupo nele? Será que ele será importante para o futuro de Sandtorm? Como Nas obteve o vídeo?
E por falar nas questões que If Beth provoca… por que Tasha vai conversar com SHDWCAT? Qual o trabalho que ela tem para o hacker? Será que ela quer aulas particulares sobre programação? Será que ela quer ajudar Reade?
Porque se tem alguém que precisa de ajuda em Blindspot, essa pessoa é Reade. Durante as investigações do caso essa semana, o agente teve demonstrações de força não necessária e então, Weller tem que suspendê-lo para evitar outras situções violentas. Ao sentar com o Dr. Borden, Edgar conta que ele pode ser uma das vítimas do treinador Jones, mas que não tem nenhuma memória dos possíveis “atos”. O psicólogo pontua que ele provavelmente se dissociou do evento para lidar com o trauma e que a parte mais difícil será tentar recuperar esses “vazios” de memória e enfrentar o que aconteceu com ele. Na última vez que vemos Edgar, ele está na porta da casa do treinador e imagino que ele esteja disposto a desenterrar essas memórias e a colocar Jones atrás das grades.
If Beth é um outro grade exemplo que Blindspot consegue ter casos procedurais divertidos com alguns defeitos e bobagens que já são até característicos da série e conduzir muito bem as tramas principais da temporada. A cada semana, a série revela informações importantes e levanta questões essenciais para seus personagens.
Outros comentários:
– Anagrama: If Beth = The FBI
– Frase: Nada é mais perigoso. Eles invocam medo Para o momento deles está próximo Do FBI.
– “Estou dentro.” Kurt reagiu à paternidade como ele reagiria à um grupo de amigos que decide bater uma bolinha no sábado a tarde. Eu não sei como a série vai lidar com a criança, mas imagino que ela trará um amadurecimento mais que necessário ao novo papai.
– “Então os números traduzem em mais números.” É isso basicamente que meu cérebro consegue processar quando a Patterson começa a falar.
– Patterson dá aulas para meninas sobre programação <3
– Vamos contar quantas vezes Patterson fica em uma situação de risco nessa temporada?!
– “Eu achei que estava salvando a sua vida, mas a verdade é que você estava salvando a minha.” Essa frase parece que foi retirada de uma reportagem sobre adoção de animais abandonados.
E você? Gostou do episódio? Também quer ter aulas com a Patterson? Acha que Jane foi convencido(a) por Shepherd? Me conte suas observações e até o próximo episódio!
