Blunt Talk é uma série criada por Jonathan Ames e produzida por Seth MacFarlane para o canal por assinatura Starz. A produção traz de volta a telinha o maravilhoso e consagrado Patrick Stewart (Star Trek: The Next Generation) como o irreverente e polêmico Walter Blunt. Além dele, nomes como Adrian Scarborough (Miranda), Dolly Wells, Jacki Weaver (Silver Linings Playbook), Karan Soni (Safety Not Guaranteed), Mary Holland e Timm Sharp (Enlightened) estão no elenco.
A história é centrada em Walter Blunt (Stewart) um britânico que tem problemas com bebidas e drogas, e é âncora de um programa de entrevistas noturno, no qual quer mostrar através da sua sabedoria e orientação como os americanos devem se comportar, pensar e viver. Porém sua vida é bem mais confusa nos bastidores. Blunt é cercado por uma equipe atrapalhada, o diretor da emissora que está morrendo de vontade de tirar seu programa do ar, suas ex-mulheres e filhos e seu fiel escudeiro, Harry (Scarborough). O ponta pé inicial é quando Blunt, depois de se meter em uma confusão com uma garota de programa transexual, vê sua carreira começando a se destruir.
A série pode parecer um pouco lenta no começo, mas a partir do momento em que Blunt aborda Gisele na rua, a história toma um novo rumo, e nós nos envolvemos na vida desse caótico personagem. É fácil se solidarizar com Walter! Por mais que ele realmente tenha problemas sérios que precisam ser tratados, você quer que a ideia maluca dele de entrevistar a si mesmo dê certo e que seu programa não saia do ar. E o melhor da série, é que você não se envolve somente com o que está sendo mostrado, você fica curioso pra ver como são as ex-mulheres de Blunt e um pouco mais de sua relação com seus amigos de confiança, Harry e Rosalie.
Então claro que não poderia não comentar sobre essa amizade que só vi 30 minutos sobre, mas que já estou amando. Harry é visivelmente o braço direito de Walter. O protagonista está perguntando por seu amigo a toda hora, e é sempre ele quem o ajuda nas situações difíceis ou até participa junto, mesmo que elas só façam com que Blunt se prejudique ainda mais. Ali com certeza tem muita história pra ser contada, pois é nítido a lealdade que um tem com o outro. Mas também não deixa de ser um tanto quanto estranha, né? Aquela cena do Harry batendo em Walter com a toalha molhada foi bem bizarra!
Mas não foram só Patrick Stewart e Adrian Scarborough que tiveram destaque. Os funcionários de Walter são bem únicos e cheio de manias. Visivelmente temos a briga entre os estagiários Martin (Soni) e Shelly (Holland) para ver qual deles é o mais eficiente, Celia (Wells) tentando ganhar seu espaço e a confiança de Blunt, mesmo que isso a faça bater de frente com a veterana e influente Rosalie (Weaver) e por último temos Jim (Sharp), um cara meio depressivo e que mesmo com boas intenções, acaba drogando seu chefe.
Além do roteiro e personagens bem construídos, o que chama atenção é que a série saí do clichê das sitcons ou das comédias que estão passando. Não há piadas forçadas ou estereotipadas e também não é necessário estar por dentro da cultura pop para se divertir. É irônica e aborda bem, mesmo que apenas em 30 minutos, o mundo cheio de reviravoltas dos bastidores da televisão. E se você ainda não ficou com um pouquinho de vontade de assistir, saiba que o episódio ousa e não se contenta em apenas apresentar os personagens e termina com um ótimo cliffhanger.
A aposta em Blunt Talk é tão grande que antes mesmo da série estrear a sua primeira temporada com apenas cinco capítulos, ela já estava renovada para a segunda temporada. Um estímulo a mais para acompanhar, não? A série é sagaz e promissora, e eu espero muito que os próximos episódios continuem me surpreendendo de uma forma positiva. Então essa é a dica! Assistam Blunt Talk e depois falem pra mim o que acharam! Até mais!