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Conviction – 1×09 A Different Kind of Death (Fall Finale)

Por: em 11 de dezembro de 2016

Conviction – 1×09 A Different Kind of Death (Fall Finale)

Por: em

Na história de episódios tristes, o Fall Finale de Conviction entra na lista com louvor. Tocando no delicado tema da pena de morte, faz tempo que não via algo tão pesado mas mostrado de uma forma tão respeitosa e delicada. Eu não vou conseguir fazer piadinhas hoje, espero que entendam.

Mais uma vez começamos com Wallace invadindo a CIU e escolhendo o caso da semana, mas é por um bom motivo. Seu melhor amigo do período da faculdade, Tom Simon, foi morto e o suposto assassino, Earl Slavitt (Richard Thomas, de The Americans), será executado em 5 dias. Digo suposto pois ele ainda diz não ter cometido o crime. Earl foi preso por desfalque em sua empresa, e Tom foi o promotor de acusação. Como nem a vítima nem sua esposa acreditam na pena de morte, eles decidem revisar o caso uma última vez, para ter certeza que nenhum erro foi cometido.

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Como Nova York não tem pena de morte (mas pelo tipo de crime, sua condenação se encaixa na lei nacional), Earl está em uma prisão em Indiana, dando a oportunidade perfeita para separar Hayes e Wallace do resto do grupo de investigação. A maior parte do episódio não é focada em descobertas de novas pistas, mas em discussões ideológicas e no drama pessoal da CIU, o que foi muito bem feito. Em casos como esse, várias revisões já foram feitas, seria ilógico descobrirem várias pistas com facilidade. A respeito da frase “divertida” da semana, vou apenas deixar essa fala da Hayes aqui, como quem não quer nada:

“Pena de morte é imoral, inconstitucional. É uma punição incomum e cruel. É injustamente aplicada. Não previne que outras pessoas cometam o mesmo crime. E nem tente argumentar que é uma questão monetária, porque é muito mais caro executar alguém do que deixá-lo apodrecer na cadeia até a morte.”

Frankie e Tess descobrem uma carta não aberta entre as centenas enviadas após o assassinato com uma confissão e, por exames de dna, descobrem que vem de um atirador que cumpria pena e foi liberado ao mesmo tempo que Earl. Mesmo com essa informação, não conseguem anular a execução pois Earl ainda poderia ser o mandante do crime. Infelizmente, o atirador morreu de câncer 2 anos antes. A única forma de provar que eles não tem ligação seria através dos registros financeiros deles. A família de Earl prefere não participar, ainda sentindo muita dor pelo que Earl fez, dificultando ainda mais a investigação.

Enquanto Frankie e Tess tentam rastrear os dados do atirador, Sam se encontra com uma antiga amante de Earl que diz ter entregue uma prova para Tom que deixa claro que quem fazia os desfalques não era Earl, mas seu chefe direto. Como esse documento nunca chegou para o advogado de defesa, todos entendem que Tom foi comprado para culpar um inocente e seu assassinato poderia ser queima de arquivo.

Não há dados que provam que Tom estava envolvido, mas os juízes entendem que há muitas contradições e a CIU consegue estender o prazo da execução de modo a investigarem melhor. Mas é uma vitória de curto prazo, pois já na manhã seguinte a liminar é revogada pelo procurador original do caso do assassinato, Bill Newton (Matthew Bennett, de Orphan Black), que apela à suprema corte apenas para manter seu recorde de casos vencidos. Sua arrogância e falta de humanidade é contrastada pelas atitudes do diretor da prisão Jack Braemer (Kevin Hanchard, de Orphan Black). Ele é um homem íntegro, mas que não tem outra escolha a não ser executar seu trabalho, mesmo não estando de acordo. Sua fala cansada demonstra que ele é um homem quebrado por dentro, sem opção a não ser executar o que o estado manda. Permanecer ali é a única forma de garantir que essas pessoas, sejam elas culpadas ou não, tenham seus últimos momentos tratados com dignidade.

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A despedida de Hayes e Earl é de quebrar o coração. Ela tenta de tudo, até apela para o pai ex presidente, mas não consegue enxergar uma saída. Earl não quer que ela o veja sendo executado, portanto apenas Wallace fica na prisão. Nos momentos finais, quando finalmente encontram um fio conector, já sabemos qual será o resultado. As coordenadas de pagamentos feitos para o atirador mostram que foram feitas perto na região do escritório dos procuradores. Em uma conversa por vídeo, Hayes mostra uma foto para a amante de Earl que confirma ter entregue a prova para Tom, porém a foto mostrada é a de Bill. Bill condenou Earl a mando de seu chefe, depois mandou executar Tom como queima de arquivo e incriminou Earl como bode expiatório. Sua insistência em manter Earl preso era puramente para fins próprios. Mas a descoberta foi feita tarde demais.

A relação entre Hayes e Wallace ainda está muito abalada após a conclusão da investigação contra ele. Muito bom acompanhar toda a evolução no episódio, pois ambos começam em lados opostos, mas trabalhando juntos de modo a descobrir a verdade, não importa qual seja. É muito triste ver que no final, nem sempre a verdade é libertadora. Quando temos um sistema falho, vidas são perdidas. Hayes está totalmente desestabilizada e Wallace é uma das únicas pessoas que a conhece de verdade. O beijo no final marca o início de algo que pode ser bom para ambos.

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Também tivemos um bom arco entre Sam e Maxine, com ela cada vez mais entregue ao vício, mas Sam finalmente deixa de olhar para o próprio umbigo e percebe que a amiga precisa de ajuda. Muito bom o momento de intervenção no final. Eu quero muito acompanhar um arco de redenção de Maxine e espero que isso também traga mais importância para Sam na série. Harper Morrison parece ter vencido as eleições para senado, será que ela voltará nos episódios finais? Tess e Frankie são perfeitos juntos, sem mais.

Esse foi um episódio muito emotivo, mas perfeitamente executado. A direção ficou a cargo de Andrew McCarthy, mais conhecido por ter dirigido O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (Hayley Atwell e Merrin Dungey estavam praticamente surtando no Instagram por causa dele). Fui tudo feito com muita classe e sutileza. Infelizmente, isso não refletiu em número, com a audiência repetindo a desastrosa semana anterior. Mais uma vez Conviction foi preempted em muitos estados, o que ajuda a diminuir o número de expectadores, mas não sei se os executivos levam isso em consideração.

Para a trilha sonora da semana, podemos chorar com:

Conviction volta apenas dia 1 de janeiro (quem foi que decidiu essa data horrível?) para a exibição de seus 4 episódios finais. Além disso, a série estreia no Brasil dia 19 de janeiro pelo canal FOX Life, às 22h.


O que achou do Fall Finale de Conviction? Digam o que acharam nos comentários.


Paulo Halliwell

Professor de idiomas com mais referências de Gilmore Girls na cabeça do que responsabilidade financeira. Fissurado em comics (Marvel e Image), Pokémon, Spice Girls e qualquer mangá das Clamp. Em busca da pessoa certa para fazer uma xícara de café pela manhã.

São Paulo / SP

Série Favorita: Gilmore Girls

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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