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Conviction – 1×12 Enemy Combatant

Por: em 19 de janeiro de 2017

Conviction – 1×12 Enemy Combatant

Por: em

O penúltimo episódio de Conviction foi um episódio incrível, lidando um tema extremamente atual e controverso para a população americana. É bom ver que mesmo com seu futuro praticamente traçado, os produtores não ficaram com receio de colocar o dedo na ferida e cutucar bem fundo onde dói na mente do americano médio que tem medo de qualquer pessoa de nacionalidade levemente diferente da dele. Vamos acompanhar o que aconteceu em Enemy Combatant.

A preview deu a entender que Frankie receberia um destaque especial nesse episódio, o que não aconteceu. Hayes brilhou magnânima, mas não sem o auxílio de sua equipe, com todos tendo a sua chance de mostrar suas habilidades (menos Sam, que ainda serve mais como alívio cômico do que qualquer coisa). Muito divertida a cena com Hayes e Wallace discutindo qual a melhor densidade de colchão para… atividades recreativas, justo quando o pai – também conhecido como ex-presidente dos Estados Unidos – Theodore Morrison, (Martin Donovan, de Legends of Tomorrow) resolve visitar a filha. Deu para ver a decepção no olhar do Jackson ao ser mais uma vez trocado pela irmã mais velha e não ser convidado para tomar café em família. Mas a última coisa que o Senhor Morrison quer é uma reaproximação.

Hayes, eu não consigo mais dormir depois de ver seus nudes. Olha a minha cara de acabado! O que eu faço? 

O caso da semana é proposto pelo Senhor Morrison. Omar Abas (Karan Oberoi) foi detido por portar uma mala contendo sarin líquido em uma estação de metrô. Para piorar sua situação, ele foi considerado Inimigo Combatente, o que significa que ele recebe recursos limitados para julgamento e é mantido preso em uma instituição carcerária militar de segurança máxima. Omar sempre disse que era inocente, mas os federais o mantem pois dizem ter provas suficientes para condená-lo, porém o Senhor Morrison não está tão seguro disso e pede a ajuda de Hayes. Como se a situação já não fosse dramática o suficiente, Omar está em greve de fome há mais de 01 mês e não bebe água há 01 semana. Se Hayes não conseguir provar sua inocência, Omar pode morrer antes dos 05 dias que ela tem disponíveis.

Eu acho que esse foi um dos temas abordados mais interessantes, não desmerecendo nenhum dos anteriores, mas pela sua relevância atual. Com a eleição de Trump, as crescentes reclamações sobre as prisões desumanas em Guantánamo ainda mantidas no mantado de Obama, além da onda xenofóbica exacerbada após os ataques de 2011 mostram como é necessário mostrar para o público o outro lado dessa estória. Muitos presos políticos ainda são mantidos sem julgamento por medo de que possam vir a cometer atentados terroristas, mas sem nenhuma base concreta. É importante lembrarem que são pessoas que estão ali e que não é apenas a vida delas que são transformadas, mas de toda a sua família. Omar nem teve a oportunidade de conhecer a filha, que nasceu depois de sua prisão.

Quando o presidente fala, até a abelhinha ouve!

A investigação da equipe da CIU é ágil como sempre. Como uma boa série de procedurals, temos as pistas falsas (como o “inimigo” do pai de Omar) e as dificuldades de investigação e essa é a parte mais interessante. O ex-presidente Morrison não dá nenhuma pista ou ajuda, apenas diz que tem convicção que Omar é inocente, pois tem uma fonte segura, mas que não pode identificá-la. Ainda há o Agente Sexton (Clark Jackson, de Luke Cage) que aparece a todo momento para pressionar Hayes a largar a investigação, pois tem provas suficientes para incriminar Omar. Durante todo o episódio nós ficamos divididos entre os 02 lados, pendendo entre acreditar ou não na inocência de Omar. Esse foi um dos episódios em que essa dualidade foi executada com excelência.

Mas sabe do que eu mais sentia saudades? Dessa Hayes muleca. Dessa Hayes malandra. Dessa Hayes arte. Melhor momento ela trocando nudes por informações. É claro que os episódios recentes trataram de temas mais pesados, mas eu acho que é importante encontrar um momento para introduzir esses pontos de alívio. O papai usando o apelido de infância e depois seus funcionários utilizando como se fosse algo corriqueiro foi outra introdução importante para lembrarmos que essa série também tem seu lado cômico. É claro que essa é a frase da semana.

Você viu esse homem? Você quer me ver nua?

Eu não desconfiei em momento nenhum que o primo de Omar fosse o informante dos federais, muito pelo contrário, nessa parte eu estava quase acreditando que Omar era realmente um terrorista e que o primo estava fugindo da milícia. A explicação dele fez total sentido e então eu comecei a ficar com medo de alguém matá-lo antes de ele ter a chance de testemunhar a favor de Omar, mas então eu lembrei que não estava vendo How To Get Away With Murder e ficou tudo bem. Menos para Omar, já que os juízes não aceitaram essa mudança de testemunho com base em tortura, já que, por lei, as técnicas usadas são justificadas pela tipificação do crime. Além disso, eles tinham uma prova contra Omar: uma ligação anônima sobre alguém portando arma química. Eu imagino que colocaram as negações dos juízes e federais de passarem quaisquer informações e provas para a equipe de modo a ficarmos do lado deles, mas creio que esse seja procedimento padrão para crimes de terrorismo, pois a prioridade é a proteção da nação.

Peekaboo!

A solução da ligação anônima foi bem interessante, com a descoberta da informação deletada dos bancos de dados do sistema (procedimento anormal), o pedido de ajuda ao pai negado, a pista deixada de madrugada no elevador privado de Hayes e a nova pista que leva ao suspeito Paul (Craig Arnold). Mais um ótimo interrogatório da dupla Hayes e Maxine. Mas a cartada final é entregue por ninguém menos que Agente Sexton, que se revela o informante secreto do ex-presidente. Mais um caso de um revoltado que se arrepende no ultimo minuto do seu plano e não pensa nas consequências que suas atitudes teriam na vida de outra pessoa. Não é mostrado em cena, porém fica claro que Paul é levado pelos federais.

Mas a parte mais interessante do episódio foi a participação de Martin Donovan como Theodore Morrison. Sua conversa em particular com Wallace (ele é literalmente o único na série inteira a chamá-lo pelo primeiro nome, impondo sua posição de macho-alfa) é não apenas estranha, como ameaçadora. Eu ainda não entendi qual foi a real intensão de sua visita. Ele inicia a conversa lembrando que todas as pessoas tem uma intenção escondida por trás de suas atitudes e ao final do episódio, descobrimos que o Agente Sexton irá indicá-lo para o cargo de Secretário Geral das Nações Unidas, com base em seu trabalho humanitário em prol de presos políticos sem julgamento. Ao mesmo tempo, planta em Hayes a dúvida sobre os reais sentimentos de Wallace. Qual seria o interesse de Theodore com o término desse romance? Infelizmente, creio que essas serão respostas que nunca teremos, assim como um embate entre ele e sua esposa. Fica aqui minha esperança que Bess Armstrong volte para interpretar Harper Morrison no season finale.

É tanta coisa acontecendo nessa imagem que eu não sei nem qual piada fazer.

Mais uma vez, a audiência caiu, indo de 2,70 para 2,24 milhões de expectadores. Mas com um episódio desses, eu fiquei mais chocado de ter qualquer audiência que fosse, ao invés de ter zerado. Como falei anteriormente, isso toca bem na ferida. Muitos devem ter abandonado no meio por não concordarem com a tentativa de libertação de um acusado de terrorismo.

A trilha da semana termina com um tom de tristeza, já que Hayes não sabe mais se pode acreditar no homem que ama e finalmente se entregou:

O último episódio da temporada somente vai ao ar dia 29 de janeiro. Próximo domingo será reexibido o terceiro episódio – Dropping Bombs, pois parte do finale fará referência a acontecimentos dele. É uma chance de relembrar algumas pessoas, além de mostrá-los para o público de domingo que pode não ter acompanhado. Vamos dar as mãos e acompanhar esse fim bem juntinhos, pois eu acho que será dolorido.


O que achou do penúltimo episódio de Conviction? Está ansioso pelo finale? Vai sentir saudades da Hayes e da CIU? Deixe seus pêsames nos comentários!


Paulo Halliwell

Professor de idiomas com mais referências de Gilmore Girls na cabeça do que responsabilidade financeira. Fissurado em comics (Marvel e Image), Pokémon, Spice Girls e qualquer mangá das Clamp. Em busca da pessoa certa para fazer uma xícara de café pela manhã.

São Paulo / SP

Série Favorita: Gilmore Girls

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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