Quando fomos apresentados ao escritório Nelson and Murdock’s Attorneys at Law, vimos que eles insistiram em defender Karen, mesmo quando todos os indícios a faziam parecer culpada, pelo fato de saber que ela era inocente da acusação de assassinato, mas agora esse cenário muda completamente.
The Rabbit in a Snow Storm gira em torno dos nossos advogados defendendo um acusado (que nós e eles sabem ser culpado) de assassinato, comprometendo sua própria moral para conseguir o nome do chefão do crime que está tomando conta de Hell’s Kitchen. O caso possibilitou que nos fossem mostrados muitos mais o talento de Matt como profissional do que como herói das ruas, sendo bem interessante por nos mostrar a interseção das duas vidas do personagem. Como advogado, Matt usa sua oratória e seus “poderes” no tribunal, descobrindo que uma das juradas está corrompida (apenas pela sua frequência cardíaca), por outro lado, como Demolidor, ele vai atrás do homem que está ameaçando a mulher, conseguindo fazer com que ele não tenha mais nada contra ela, que desiste de fazer parte do júri sem maiores consequências.
O caso também possibilitou uma visão do caráter de Foggy. Mesmo envolvendo muito dinheiro, ele discute com Matt sobre a possibilidade deles não aceitarem defender o caso, pois eles precisam – acima de tudo – manter a moral que, no final das contas, é um dos maiores motivos que unem os dois no exercício da advocacia. Foi um grande momento para estabelecer Foggy como um parceiro real, ao menos em uma das facetas do protagonista. Por conta desse comportamento do rapaz, podemos ter certeza que em um futuro, caso ele descubra a dupla identidade do amigo, isso certamente vai fazer o mundo dele desabar. #vamosacompanhar
Neste episódio também somos apresentados ao jornalista Ben Urich, genialmente interpretado pelo ator Vondie Curtis-Hall, que empresta todas as nuances necessárias à um personagem que coloca sua ética acima de tudo e de todos. Diria que Urich chega para ser mais uma figura heroica na série, porém seus poderem emanam das palavras que ele tanto luta para publicar. O jornalista dos quadrinhos tem uma grande importância na vida do Demolidor e parece que na série ele terá a mesma influência.
Karen se encontra novamente em um novo dilema moral quando a Union Allied (empresa da qual ela descobriu o esquema de desvio e lavagem de dinheiro) oferece um gordo acordo (além de uma cláusula de não prossecução legal) em troca do silêncio dela sobre as atividades ilegais da empresas. É óbvio que para a jovem a oferta soa tentadora, mas creio que toda dor que ela sentiu em consequência dos acontecimentos dos primeiros episódios (tentaram até enforcar a menina, coitada) fez com que ela visse a proposta com outros olhos. Ela fica reticente, mas depois de encontrar a viúva do homem pelo qual ela foi acusada de assassinar ela resolve aceitar a proposta da empresa.
Mas é aí que ela se aproxima de Urich, mostrando que ela também quer lutar – usando seu próprios meios – pelo que é certo, e o jornalista se prontifica em ajudá-la. Se no escritório ela, além de secretária, se coloca em uma posição ainda fragilizada, com o jornalista ela é quem vai tomar uma das rédeas da investigação.É interessante ver que o “caso” do primeiro episódio vai também ser usado como norteador narrativo em Demolidor, não sendo esquecido como na maioria das séries procedurais.
Mas o grande momento do episódio foi a primeira e esperada aparição de Wilson Fisk (Vicent D’Onófrio), que vem a ser o nêmesis mais conhecido do herói Demolidor. Não vemos muito, apenas o suficiente para deixar um gostinho de quero mais sobre o vilão que, desde de que as primeiras notícias sobre a série começaram a sair, promete ser uma das melhores coisas da série. Sua cena foi curta, abrindo espaço para uma reflexão quanto ao emocional do personagem que parece ser muito mais complexo do que parece.
Se compararmos com os dois primeiros, The Rabbit in a Snow Storm foi o mais fraco até aqui – mas isso também não diminui muito os seus méritos, pois seus predecessores foram extraordinários. No 3ª capítulo, além de aprendermos que bolas de boliches podem ser perigosas, o episódio mostrou muito bem a dicotomia na vida de Matt, além de introduzir Ben Urich e o mais do que esperado Rei do Crime.
O que vocês acharam? Fiquem a vontade para deixar seus comentários e dividir todas suas impressões conosco!
Observações:
– Nos quadrinhos, o Ben Urich trabalhou no Daily Bugle, mesmo jornal que o Peter Parker a.k.a. Homem Aranha trabalha. Vai que veremos o personagem mais para frente abandonando o NY Bulletin (afinal, sabemos que alguém ali dentro está corrompido e atrapalhando o trabalho com as notícias envolvendo os esquemas criminosos em Hell’s Kitchen)
– O Rei do Crime nos quadrinhos é um grande antagonista desses heróis mais urbanos, já tendo atrapalhado muito a vida do cara de teia também.
– Comparações com o infame filme de 2003 também cabem aqui, na série os atores Joe Pantoliano e o saudoso Michael Clarke Duncan interpretaram Ben Urich e Wilson Fisk, respectivamente.
– Tivemos algumas cenas na igreja e o padre está realmente falar algo com Matt, não?
– BTW, seria essa igreja o mesmo local do orfanato St. Agnes (onde a Skye de Agent’s of S.H.I.E.L.D. também foi criada). Isso explicaria o motivo de Matt ser frequentador de lá.
– Uma das diversões em assistir Demolidor é procurar Easter Eggs da Marvel. No escritório de Urich, podemos ver duas capas de jornal bem interessantes emolduradas na parede:
De uma forma muito sutil, a série chama os acontecimentos de Vingadores de ‘Batalha de Nova York’ (em Agent’s of S.H.I.E.L.D. repetiram até dizer chega), e a luta entre o Hulk (ainda interpretado por Edward Norton) e o Abominável, no filme do Gigante Esmeralda de 2008 também foi lembrada. Refrescando a memória de vocês, no primeiro filme dos Vingadores quando Bruce (Mark Ruffalo) é apresentado aos seus colegas de equipe, ele menciona que da última vez que esteve em NY ele acabou destruindo o bairro do Harlem, sendo também manchete de jornal. Muito legal que, mesmo sendo uma série completamente afastada desses elementos extraterrestres ou de pessoas com poderes, acharam um meio de encaixar esse fatos.
– Aproveitamos para nos desculpar da demora das reviews, mas agora vai!
