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Demolidor – 2×02 Dogs to a Gunfight

Por: em 18 de março de 2016

Demolidor – 2×02 Dogs to a Gunfight

Por: em

O fogo cruzado entre lados nem tão distintos assim.

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Depois de um embate direto com aquele que promete ser o grande rival de Matt nessa temporada, Demolidor segue o seu segundo ano em um episódio baseado, praticamente, nos relacionamentos. Sutilmente abordado na estreia da temporada, vemos mais uma vez a preocupação crescente de Foggy com Matt se fazer presente, extremamente justificada. Depois de descobrir as atividades extra-curriculares do amigo nas noites de Hell’s Kitchen, vem sendo muito complicado para Foggy lidar com a sensação de perda que pode o acometer a qualquer momento. Ao achar o corpo de Matt largado no topo de um prédio (eu podia jurar que ele tinha caído para a rua no final do primeiro episódio), podemos imaginar o desespero que o cara passou.

Além de amigos, que talvez seja o ponto mais importante, Nelson e Murdock estão a frente de um negócio juntos – este a beira da falência e com clientes nada convencionais. Ao que me parece, essa preocupação em proporções maiores deve ser um tema bastante recorrente nesse segundo ano, o que pode acabar nada bem, colocando Nelson no fogo cruzado entre os lados opostos dessa guerra. E se diante da possibilidade de morte do amigo, Foggy soou desesperado, quando precisou advogar para Grotto, ele surpreendeu. Perante uma Promotoria arrogante e claramente abusando do poder, vimos um lado firme do personagem, que defendeu os direitos do seu cliente, mesmo que isso significasse implicações claras para sua carreira.

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Todo o desenvolvimento da trama de Grotto, desde a invasão do hospital até sua atuação como informante chama atenção. Primeiro pela ligação quase que imediata de Karen com o caso (acho incrível a maneira que a garota tem de achar motivos para se colocar como merecedora de qualquer sofrimento) e depois pelo desenrolar da situação em si. Mesmo negociando termos claros, a Promotoria deixou o acordo de lado e usou o bandido como isca para atrair o Justiceiro. Foi efetivo? Nem um pouco. Apesar de citarem o traçado do perfil desse cara que vem aterrorizando a rotina da cidade, a promotoria se mostrou bastante ineficiente em entender a perspicácia de quem estava enfrentando.

Partimos então para o relacionamento conturbado entre Demolidor e Justiceiro, que mal se conhecem e já vivem essa batalha de proporções catastróficas. É importante notarmos que, até aqui, ainda não conhecemos as reais motivações daquele que estamos chamando de “vilão”. Se na premiere tudo aponta para uma luta de poder pelo comando do tráfico na cidade, aqui a primeira dúvida é levantada, quando ele acaba matando o vendedor da loja que o incita a usar da pornografia infantil. Disso tiramos o questionamento: seria ele um louco desvairado que mata por matar ou dentro da sua ética distorcida, ele usa de um propósito maior para tudo isso? Seja qual for a resposta, o que vimos até aqui foi alguém sanguinariamente estratégico. Todas as suas cenas tem um nível de tensão muito alto e ele realmente cumpre com a promessa de opor diretamente nosso herói.

Se a primeira pancadaria entre os dois já tinha sido bastante empolgante, o segundo encontro resulta em bastante dor para os dois lados. Matt pareceu ter um pouco mais de controle aqui, mas ainda assim deixou rastros de sangue no chão e o mistério do seu desaparecimento. Com o final do episódio, não sabemos qual o real paradeiro de nenhum dos dois, o que pode deixar todos, especialmente Foggy, fora de si. Além da participação no caso, Karen levanta um questionamento significativo durante sua visita ao apartamento de Matt: será que o legado do Demolidor é mais uma vitória do que uma tormenta para Hell’s Kitchen? Esse tipo de trama, invariavelmente, é levantada dentro de uma série de herói e aqui não seria diferente.

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Desde que os feitos do Demônio vieram a conhecimento público, uma onda de seguidores se alastrou e isso sempre acaba resultando em uma imagem negativa para aquele que deu o pontapé inicial. Mesmo negando veementemente qualquer tipo de ligação com o surgimento do Justiceiro, sabemos que, em algum momento, Matt irá questionar seus atos e seu legado. Esperemos que isso não tome um tempo exagerado de tela, porque a série pode ser muito mais do que uma trama clichê e já explorada em todas as suas companheiras do gênero de heróis. Dado tudo isso, vemos que o terreno está aberto para as múltiplas possibilidades a serem aproveitadas nesse segundo ano. Nesse momento, torço para vermos mais do passado do Justiceiro e para que a empatia acerca de Matt aumente, algo bastante deficiente até aqui.

A maratona segue e esse é só o começo. Temos mais 11 episódios pelo caminho. Até mais tarde.

Outras observações:
– Tô tão curioso para saber o passado do Justiceiro, exatamente por não acreditar que faltem propósitos para ele estar fazendo tudo isso.
– Sobre a cena final: onde será que os dois foram parar?


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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