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Demolidor – 2×04 Penny and Dime

Por: em 18 de março de 2016

Demolidor – 2×04 Penny and Dime

Por: em

Cada um de nós é um mundo particular, mas ainda assim alcançamos o mundo dos outros. Nesse alcance, criamos reações – seja elas positivas ou negativas, e temos que arcar com as consequências disso“.

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No seu episódio mais longo até aqui, Demolidor pontua finalmente a presença do Justiceiro como uma personalidade complementar a de Matt. Foram várias as linhas narrativas que nos levaram a entender que sua postura atual foi a maneira que o personagem encontrou de se defender de si mesmo, da tormenta de ter perdido sua família inteira em um ataque do qual desconhecemos as motivações. Apesar do citado ataque ter ligação direta com os “Cães do Inferno”, que pagaram um preço muito alto por isso, as várias facetas de Frank Castle permanecem nebulosas diante de tudo que está por vir. E como foi interessante essa breve tour que fizemos pela história do Justiceiro.

A origem do personagem vem se mantendo bastante fiel a contada nas HQ’s. Herói de guerra, Frank Castle retorna para casa buscando um pouco de paz depois de tamanha tormenta. Seu reencontro com os filhos parece bastante afetivo, o que nos ressalta uma personalidade bem diferente da que conhecemos (não sei vocês, mas quando Frank conta a história do reencontro, me lembrou bastante este vídeo). Só que ao ter a paz tanto desejada, ele acaba acometido por um sentimento muito comum em soldados que voltam para casa: a sensação de não ter mais serventia, da falta de propósito. E ao que nos parece, o personagem se entregou, colocando inclusive sua mulher e os dois filhos de lado. E foi tanto tempo perdido, que o amanhã acabou nunca mais existindo. O relato de Castle sobre o assassinato da família é, de longe, uma das cenas mais potentes dessa temporada até aqui, tamanha a dor que o personagem passa com poucas palavras. Se a máscara de vilão o servia nos primeiros episódios, a partir daqui conseguimos entender que ele é mais uma vítima das circunstâncias.

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No raio-x da cabeça de Frank, vemos a marca mais conhecida do Justiceiro – e também a declaração de que ele também saiu fisicamente machucado do ataque a família. Além de permanecer morto por um minuto, o que mais chama atenção no relato do funcionário do hospital é a presença de pessoas engravatadas, autorizando inclusive a ordem de não-ressuscitar. Seria um indício de que a Promotoria de Reyes já estava envolvida com o personagem desde o princípio, tornando toda essa brincadeira de gato e rato uma mera encenação para algo que não deu certo no passado? Enquanto as especulações crescem, parecemos encerrar um pequeno arco dessa temporada com a prisão de Castle. Interessante notar também como toda a conversa entre Matt e Frank acaba por mudar o modus-operandi do Demolidor, que parece enxergar agora que o “fazer justiça com as próprias mãos” funciona, porém traz danos na mesma proporção.

Uma coisa que vem me preocupando bastante nesse segundo ano é o maior envolvimento romântico entre Karen e Matt. Antes de me xingar, saiba que eu também estou na torcida pelo casal. O único problema é que vejo essa relação dos dois, agora tão ressaltada, como uma maneira de colocar Karen de frente para o perigo. Muitos podem até falar que ela procura isso sozinha e eu não tenho nem como discordar (como assim ela vai se enfiar na casa de Frank no meio da noite, sozinha????). Só que, se colocada em perigo, a garota fará com que Matt aja de maneira passional, o que pode ter consequências bem drásticas, tanto para ele, quanto para o relacionamento dos dois. Pior que isso, temo pela morte da personagem. Quando Foggy incita que Matt pode acabar feliz se deixando levar pelo sentimento que sente por Karen, tudo ali me soa como uma alerta claro de que vigilantes não são príncipes de contos de fada, então o final feliz é uma realidade bem distante da sua. Que eu esteja errado, bem errado.

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O final do episódio veio com a chegada esperada de Eléktra, que se fez notar e nos surpreendeu por já conhecer Matt. A personagem tem um papel bastante promissor para esse segundo ano e começa a escrever sua história a partir de agora. Enquanto pouco sabemos sobre isso, já dá para afirmar que sem o peso e a preocupação da estreia, Demolidor vem fazendo uma temporada mais ágil, o que tem potencial para agradar uma gama maior de espectadores. Enquanto deixamos o primeiro terço da temporada para trás, a expectativa só cresce. Continuemos a maratona, voltamos em breve.

Outras observações:
– Finalmente primeiro beijo do Matt e da Karen, achei que ia ter que esperar até a metade da temporada para ver esses dois se pegando.
– Achei tão tocante o Justiceiro citar o livro preferido da filha antes de matar – pera…
– Vai ser difícil superar essa cena do cemitério. Que atuações, meu Deus.
– Eléktra chegou destruidora. Que mulher.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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