O recolocar das peças no tabuleiro.
Depois da prisão de Frank Castle ao fim do episódio anterior, é exatamente isso que este capítulo representa: O momento de armar o novo cenário e ditar como a melodia vai soar agora que (ao menos por enquanto) o Justiceiro está fora da ação principal. E o engraçado de tudo isso é que, mesmo atrás das grades e sem dar as caras, Frank foi o elo central de quase tudo que aconteceu aqui e mostra que, cada vez mais, é o grande nome da temporada.
Agora, com mais informações a respeito do seu passado, podemos entender melhor um pouco da personalidade de Castle e até mesmo ver com olhos mais ternos o desabafo que ele teve com Matt antes de ser preso, no episódio anterior. Ter a família inteira morta em algum tipo de “Guerra Civil” de gangues ativou o gatilho em Frank e o fez se tornar o temido Justiceiro. Não cabe aqui julgamentos ou tentar entender se a velha máxima dos fins justificam os meios se aplicam, mas ao menos as motivações do personagem estão mais claras e isso acaba por conferir ao mesmo uma maior profundidade, além de um propósito.
E, é claro, Karen vai fazer de tudo para mudar a imagem popular do antiheroí, passando por cima do caso que Reyes está montando. Eu comentei quando escrevi sobre o 3º episódio que existia um tipo de sujeira em Hell’s Kitchen que Matthew e Frank não podem limpar por seus métodos e que é preciso pessoas como a secretária para isso. O problema é que, às vezes, Karen está disposta a ir longe demais e isso é preocupante. Sua nova ligação com um jornalista soa um pouco repeteco da parceria com Ben na temporada passada, mas pode funcionar e ser um suporte na guerra contra a promotoria que está por vir. E não é apenas Karen que precisa se cuidar, mas Foggy também, já que a ameaça de Towers parece cada vez mais real e a firma se encontra em maus lençóis. É, meus queridos, a crise chegou para todos.
Pelo menos, no âmbito romântico, as coisas começaram a desenrolar e o relacionamento entre Karen e Matthew finalmente ganhou novos contornos. Toda a transição de amigos para um provável casal foi muito bem realizada nestes primeiros episódios e as cenas entre eles são como um “oásis” no meio do caos; um momento de descontração, de não se preocupar, de esquecer um pouco todos os muitos problemas que ainda existem e se permitir (tanto eles quanto a gente) acreditar que é possível ser feliz, mesmo que não se saiba quanto tempo essa felicidade vai durar. Se depender da torcida, vai ser por um bom tempo.
O que pode atrapalhar os dois tem nome e sobrenome: Elektra Natchios. A ardilosa ex-namorada de Matthew finalmente deu as caras e rodeada de mentiras e manipulações, arrastando o Demolidor para um perigoso jogo, sem que ele se desse conta disso. Não dá pra saber os motivos que trazem Elektra de volta a cidade, como ela descobriu o endereço de Matt e como sabe sua identidade. Tentar prever seus próximos passos, então, praticamente impossível. Foi bacana assistir como o primeiro contato entre eles se estabeleceu e ver também que os ideais que Matthew defende hoje não são novos.
Que ele tenha escolhido poupar o assassino do seu pai (mesmo depois de dar umas porradas) quando o tinha bem à sua frente, é admirável. O tipo de coisa que define um herói, por mais que o Demolidor não seja de fato um. O tipo de coisa que me faz tão fã do personagem.
Outras observações:
– Matthew, meu querido, o tempo te fez muito bem.
– Jura que a motivação da Reyes é se tornar prefeita e usar o caso do Justiceiro como plataforma? Não sei, esperava algo mais elaborado.
– Jessica Jones citada, graças ao plano de Reyes de combater todos os vigilantes da cidade.