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Demolidor – 2×06 Regrets Only

Por: em 18 de março de 2016

Demolidor – 2×06 Regrets Only

Por: em

A tentação de lidar com o passado.

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Ao passo que a trama da segunda temporada de Demolidor vai evoluindo, podemos colorir um pouco mais dos tons de cinza que os dois grandes nomes desse ano trazem consigo. Apesar de pouco entrelaçamento até aqui, fica mais do que claro que, em algum momento da linha temporal, as histórias de Eléktra e Frank Castle se cruzarão – e já mal podemos esperar por isso. Apesar de achar o episódio anterior um tanto cansativo – o passado de Eléktra não em chamou tanta atenção -, ele se faz necessário para entendermos um pouco mais sobre a personalidade dessa personagem tão intrigante. Arrogante com uma certa necessidade de atenção, ela busca em Matt a chama do passado que tiveram juntos, uma chance de parceria que parecia bastante improvável se Murdock não se envolvesse fácil em qualquer desenrolar complicado da sua cidade.

Quando o episódio começa, vemos os dois lutando juntos, mais uma vez, agora pontuando o conhecimento pleno de Eléktra sobre o status atual de Matt: além de saber que ele é o Demolidor, ela não se importa com isso – muito pelo contrário, quer usar isso a seu favor. Aqui aplaudimos o roteiro por dar aos fãs exatamente aquilo que eles querem ver: um pouco de pancadaria, com direito a sangue para os lados. E, como ressaltei antes, apesar da incessante negação em aceitar uma parceria, Matt acaba intrigado pela motivação de sua antiga conhecida, bem como tem uma necessidade de saber como Yakuza está envolvido nos negócios nada legais das empresas Roxon. Em ação, vemos uma sincronia perfeita do casal, quase orgânica. Os sentidos apurados de Matt complementam a perspicácia de Eléktra, levando-os ao sucesso da empreitada – mesmo que isso signifique alguns percalços no caminho.

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Depois da descoberta da sala secreta, seguida pela queda do disfarce, ficou um tanto previsível que a única saída seria encenar um momento íntimo entre um casal alcoolizado. Apesar de piegas, funciona – muito pela cara de pau de Matt de usar a sua cegueira sempre em seu favor. As descobertas da noite não são muito animadoras quando os dois percebem que, mesmo com acesso ao livro de contas da empresa, algumas coisas permanecem obscuras – o que será que os códigos significam? O que pode ser ainda pior do que o que eles já fazem? Outro ponto que vale ressaltar é a descoberta de que Yakuza não está envolvido com nada do que vimos, trazendo um novo jogador para esse tabuleiro de grandes peões. Tudo aqui soa complexo demais e é preciso de calma para perceber que só o tempo deve esclarecer tais questões.

Enquanto isso na outra frente narrativa, Frank Castle ressurge, agora completamente desfigurado e despido da máscara que nos fez temê-lo por alguns episódios. Cada vez que conhecemos mais um pouco dessa trama, percebemos que a ligação de Reyes com ela parece muito maior do que as aparências indicam – e já sabemos que ela vem construindo um caso para levá-la a prefeitura da cidade. O transtorno da promotora ao ver Murdock e Nelson junto com seu acusado deixa claro que muita coisa vem sendo feita por baixo dos panos e que, ao aceitar um caso como esses, os advogados estão mexendo em uma casa de vespas. Mesmo discordando veemente do parceiro, Foggy acaba por aceitar a participação da empresa no caso de Castle – só que as complicações no caminho estavam só começando.

Ao se declarar inocente, Frank lança uma bomba na mão dos seus recém-contratados advogados, que terão de lidar com Reys no tribunal e estarem completamente preparados para o armamento pesado que ela trará. Sobre essa trama, também é notável a participação de Karen, que vem se envolvendo cada vez mais nos casos e sendo parte fundamental do desenvolvimento deles. Ao estabelecer um elo de confiança com o cliente, podemos presenciar uma das cenas mais poderosas do episódio, quando Frank relembra os pequenos momentos da sua família que ainda habitam sua memória. Com isso, vemos de maneira bem clara que o personagem é sim mais uma vítima e, ao ser relembrado disso, tenta mais uma chance contra um sistema que sempre quis acabar com sua vida. Sinceramente, não duvido que Reyes esteja envolvida em muito mais do que já sabemos e sua podridão deve começar a vir a tona em breve.

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Karen também fica em destaque quando tratamos do seu ainda novo relacionamento com Matt. Os dois parecem estar levando essa novidade com muita cautela, já que além de não saberem o que pode ser isso de verdade, eles trabalham juntos e partilham de um grande amigo – este que não parece estar ainda preparado para a novidade. Nos minutos finais, vemos Foggy completamente transtornado e batendo de frente com Matt, numa clara a alusão ao seu contrariamento em aceitar esse caso desde o princípio. Apesar de sabermos das atividades extras do Demolidor, realmente é complicado para Foggy lidar com casos importantes como esse quando não tem o apoio total do seu sócio. Se uma ruptura esta no caminho dessa amizade, ainda é difícil falar, mas que as coisas já não são como antes, disso não temos mais dúvidas.

Nos aproximamos da metade da temporada e tudo ainda pode acontecer. O que mais chama atenção é como Reyes, discretamente, vem ganhando força como uma grande (e odiável) personagem. Enquanto o próximo movimento não é feito, seguimos na maratona que nos levará as descobertas.

Outras observações:
– Matt, Matt, mal começou um relacionamento e já tá beijando outras bocas. Assim não pode.
– Achei bacana toda a exposição da confusão mental que vem assolando Castle. Ele é de longe o destaque dessa temporada e qualquer trama que o envolva já se torna mais interessante.
– Só eu achei foda aquela sequência em que o quadro fica basicamente nas sombras de Matt e Eléktra lutando para escapar?
– Frank é um homem de sorte: se livrou da pena de morte e três perpétuas sem condicional, daí vai e se declara inocente – imagina qual vai ser a proposta da promotoria agora.
– Reyes, te odeio.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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