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Demolidor – 2×08 Guilty as Sin

Por: em 18 de março de 2016

Demolidor – 2×08 Guilty as Sin

Por: em

“Sempre há mais”.

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Construindo a mitologia que permeia esse segundo ano quase que didaticamente,Guilty as Sin esclarece pontos obscuros até então. A imensidão do buraco ao qual Matt e Eléktra encaram ao final do último episódio é uma alusão ao tamanho de nossas dúvidas quanto a tudo que estamos vendo – o que não demora a começar a ser esclarecido. Com o retorno de Stick, tivemos uma boa dose de história (talvez até fantasiada demais) que veio para dar cor aos contornos traçados até aqui. Todo o caos que vemos invadindo Hell’s Kitchen é uma Guerra de proporções quase milenares. Yaminote ou “A mão” é um grupo que nasce no Oriente Médio e se espalha pela Ásia, construindo seu caminho em busca de tudo que preenche os prazeres do homem – sejam mulheres, dinheiros, poder ou imortalidade – perder o medo da morte. Seu objetivo maior? O “Céu Negro”, algo jamais usado e também pouco explicado.

Só que em um determinado espaço e tempo, alguém conseguiu bater de frente com a organização, acabando com seu homem mais forte e criando uma força jamais esperada. “O casto”, que descobrimos ser Stick, reuniu uma força de homens que lutam contra “A mão”, usando do armamento e meio necessário para vencer. Como sabemos, os métodos do mestre de Matt nunca o agradaram completamente, criando uma espécie de debate ético de como seria a maneira ideal de derrotar. Enquanto Demolidor prefere atuar de maneira mais pacífica, por assim dizer, “O casto” acaba com seu inimigo completamente – o que faz com que ache Matt sem força suficiente para encarar uma missão. A grande surpresa foi saber que Sitck e Eléktra estão conectados, transformando tudo que vimos em apenas um pedaço de uma história maior.

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As “coincidências” que levaram ao encontro de Matt e Ellie no passado era parte de uma missão na qual ela fracassou por se apaixonar. Ao conhecer Matt, Eléktra tentou apagar esse brilho de pureza que existe no personagem, fracassando lindamente. E agora, mesmo decepcionado com a descoberta, Matt parece escolher ficar ao lado dela, o que surpreende bastante visto seu recém-começado relacionamento com Karen (que não lidou nada bem com a rede de mentiras construída em torno de Matt) e o suas restrições quando da chegada da personagem. Juntos, os dois trilham um caminho bem interessante e já partilharam de uma cena que faz a gente duvidar do que vinha shipando até aqui: ao perder tudo em um dia (a confiança de Foggy e Karen, a audiência, talvez até o prestígio de sua firma), Matt lembra a Eléktra que não a perdeu. Só que como não estamos em um drama de TV aberta, a sequência se dá quase de maneira trágica, com um embate entre Matty e um membro da Mão – que acaba morto por Eléktra e nos lembrando que pouco conhecemos dela até aqui.

Na outra frente narrativa, vimos o julgamento de Frank Castle acontecer – cheio de reviravoltas, como se era possível esperar. Sem dúvida nenhuma, a chegada do Justiceiro fez toda diferença e tem transformado essa segunda temporada em algo sensacional. Os momentos de Castle em tela são quase sempre memoráveis e aqui não foi diferente. O episódio trabalha a construção da audiência de maneira que pensemos estar ganha, principalmente depois que Reyes, completamente despreparada, lida com o depoimento do general que conhece Frank da frente de batalha. E, apesar de sabermos que ele não é maluco, essa era sua melhor chance de diminuir as sentenças. Quando Foggy consegue o depoimento do especialista que atesta Castle com o diagnóstico de “transtorno emocional extremo”, a vitória estava praticamente palpável. Só que então, tudo começou a desmoronar.

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Primeiro com o surto de um dos espectadores presente, lembrando ao júri que aquele não era um reú convencional e que, apesar dos fins serem honestos, seus meios pouco justificavam. Convencidos de que só um depoimento de Frank poderia selar a vitória, a Defesa caminhou para sua própria derrota. Vale citar aqui a maneira como Karen e Frank construíram sua cumplicidade quase que imediatamente, o que nos faz pensar que a personagem é realmente muito quebrada internamente, fazendo com que se identifique tanto com pessoas como Frank ou o próprio Matt. O que ninguém poderia esperar era o surto do Justiceiro. Ameaçado por algo ou alguém que não conseguimos entender até o final do episódio, Frank assume seu papel diante da sociedade e se coloca como alguém consciente e satisfeito com seus feitos – assinando sua sentença máxima de uma vez. Essa derrota ecoa não só na reputação de Nelson e Murdock, que agora terão de enfrentar Reyes inflada com a vitória, mas também na sua amizade, já abalada.

Como falamos lá nas primeiras reviews, Foggy não entende muito bem o “estilo” de vida que Matt leva, o que acaba fazendo com que batam de frente quase sempre depois da descoberta. Aqui, as coisas só tomaram proporções maiores – com uma tendência a piorar, principalmente quando chegar ao conhecimento de Foggy que Matt estava “traindo” Karen. Meu grande medo é que esse debate da amizade dos dois seja o pretexto para o roteiro nos levar a algo trágico – o que claramente eu não estou pronto e não estarei tão cedo. Falando em não estar pronto, como lidar com os forninhos que foram derrubados nos minutos finais do episódio?

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Eu podia esperar qualquer coisa mesmo, menos Fisk envolvido na ameaça a Frank. Achei que tinha algo relacionado “A Mão” ou “O Casto” recrutando ele, algum tipo de ameaça, mas a verdade é que o Rei do Crime está de volta e com intenções ainda desconhecidas. Se a série souber usar dos dois personagens, unirá, sem dúvidas, o melhor das duas temporadas. Seguimos aqui na maratona e agora já foi mais da metade!

Outras observações:
– A gente tá shipando Matt e Karen ou Matt e Eléktra? Acho que se organiza direitinho, todo mundo sai feliz.
– O que será que Stick está planejando ao ir para “O muro”?
– Gente, que agonia da Eléktra gritando no começo do episódio, faz isso comigo não.
– Chorei de rir que o chá que Stick pede era só para ele beber mesmo.
– Mano, Fisk tá de volta!!!!!!!!!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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