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Demolidor – 2×09 Seven Minutes in Heaven

Por: em 18 de março de 2016

Demolidor – 2×09 Seven Minutes in Heaven

Por: em

“Ainda não viu um trono que não deseje.”

Começar o episódio mostrando as horas seguintes a prisão de Fisk, depois do chocante retorno ao fim do 8, foi o modo perfeito de dizer que teríamos uma hora alucinante e que pode ser facilmente colocada entre as melhores da série. O Rei do Crime é o tipo de pessoa que, mesmo em um ambiente aparentemente hostil, não muda sua personalidade e foi exatamente isso que os minutos pré-abertura nos mostraram. Mesmo atrás das grades, assistimos ele encontrando uma saída para ali, também ser Rei. E essa saída tem nome e sobrenome: Frank Castle.

wilson-frank

Wikson Fisk é tão astuto que, mesmo por trás de grades, percebeu o senso de vingança que atormenta Frank e descobriu como usar isso ao seu favor. Unindo isso ao “Vejo que recebeu minha mensagem” do episódio 8, fica óbvio que o surto de Frank no tribunal foi algo propositado, para chegar até a cadeia e poder se vingar que, segundo o Rei do Crime, foi responsável direto pelo massacre a sua família.

Massacre que, graças a confissão de Datton e a investigação de Karen, descobrimos não ser um simples massacre, mas uma operação policial disfarçada. A surpresa estampada nos olhos de Frank é clara, mas se em algum momento alguém achou que ele poderia acreditar que as mortes que cometeu foram em vão, isso passou na hora em que ele matou o bandido. O que muda efetivamente agora é que Castle sabe que a culpa da morte de sua família não se restringe a gangue, mas também envolve a polícia.

Depois da cena sangrenta do assassinato dos detentos, já esperava que Frank conseguisse fugir. O embate entre ele e Fisk nos minutos finais vem para comprovar algumas coisas. Primeiro, o arriscado plano do Rei do Crime, de provocar o Punisher e libertá-lo para que “limpe” a cidade até o momento em que Fisk decida se reerguer. Segundo, o quanto de poder Wilson consegue exercer, mesmo dentro da prisão. Quem é Rei, nunca perde a Majestade. Essa recém firmada rivalidade promete muito, bem como a vingança de um Frank ainda mais insano do que aquele que foi condenado.

matthew-murdock

É muito bacana que mesmo tendo acabado de voltar da morte, Matthew ainda mantenha suas convicções, como mostra o pequeno conflito com Elektra a respeito da morte do garoto – que quase o matou, vale dizer. E o interessante é perceber como, da mesma forma como fez com o Justiceiro, o roteiro começa a trabalhar as diferenças entre Matt e Elektra, especialmente quanto à questão da facilidade em matar. Enquanto Matthew repugna a ideia, Elektra sente adrenalina ao fazê-lo e, na sua lógica, o faz por motivos mortalmente corretos. Esperava o rompimento dos dois por essa diferença mais adiante, mas nunca agora, tão cedo. Mais um ponto pra Demolidor.

É uma pena que, nesse momento tão difícil, Matty não tenha nem o apoio de seu melhor amigo. Claro, também não dá pra culpar o Foggy, porque no lugar dele, é possível que a maioria de nós agisse da mesma maneira. Ver o parceiro de trabalho e amigo quase morrer todos os dias em nome do que acredita não é algo que qualquer pessoa conseguiria aceitar e acho que, nesse momento, o Matthew poderia ter tido um pouco mais de tato. Assim como dá pra entender o Foggy, também dá pra entender todo o discurso dele de “Cansei de me desculpar por quem eu sou” e etc, mas, no fim das contas, não era uma pessoa qualquer ali. Era o seu melhor amigo.

O rompimento da amizade – e eventual fim da firma – veio num momento turbulento. Sem Elektra, sem Foggy e sem Karen, Matthew agora está mais sozinho do que nunca em sua jornada, exatamente no momento em que a guerra contra a Mão parece estar prestes a explodir. Aqueles minutos finais com Murdock encontrando Nobu, que supostamente deveria estar morto, mostra que a história que o Stick contou sobre imortalidade não era brincadeira, não, e provavelmente tem ligação com essa drenagem de sangue realizada nos sequestrados.

Dá a mão pro tio e vamos seguir em frente, que esses 4 últimos episódios prometem ser pesados.

Outras observações:

– Karen mais do que certa no desabafo com Foggy. Se ele, que sabe da identidade de Matthew, já está se sentindo abandonado… Imagina ela.

– Falando em Karen, sabe Deus o que ela vai fazer agora que está em posse da informação sobre o massacre do parque ser uma operação policial. Dá até medo.

– Demolidor é incrível em detalhes. A cena do sangue de Frank se encontrando com a água depois da morte dos presos é de uma beleza ímpar.

– A Mão fica cada episódio mais bizarra. A cena do Demolidor encontrando os prisioneiros é angustiante demais. Tô bem curioso pra saber qual o plano deles, de fato.

– “Na prisão, há lugar para apenas um Rei do Crime.” Como pode uma cena tão pequena ser tão significante?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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