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Demolidor – 2×10 The Man in the Box

Por: em 18 de março de 2016

Demolidor – 2×10 The Man in the Box

Por: em

Não fui eu.

A simples frase que começa essa review ecoa pela nossa cabeça depois dos fatos de “The Man in the Box“. Enquanto tudo apontava para a certeira participação de Frank Castle nos assassinatos sanguinários que vimos ao longo desses 50 e poucos minutos, o roteiro de Demolidor nos ilude mais uma vez, fazendo do óbvio algo nada corriqueiro. E se Frank, que esteve omisso por quase todo o episódio, não é o real culpado, quem seria? Um trabalho da Mão? Serviço encomendado por Fisk? Ainda é muito cedo para dizer.

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Aqui tivemos a chance de entender a real história por trás da morte da família de Castle, sendo Reyes a maior das protagonistas. Apesar de apontarmos o dedo para ela algumas vezes, seu envolvimento foi ainda maior que o esperado, causando um misto de raiva e pena em quem assistia a tudo. Blacksmith era o nome de quem estava no comando de tudo, quem daria as cartas na negociação entre gangues. A promotoria, pensando em acabar com isso, infiltra um policial, que passa informações privilegiadas de quando o tal encontro aconteceria. Blacksmith descobre isso de alguma forma, nunca aparece e o caos se instaura catalisado pela rivalidade entre os grupos. Não fosse isso problema suficiente, Reyes preferiu que o parque onde tudo aconteceu não fosse evacuado pelos civis, para não chamar atenção – um erro crasso que culmina na morte da família inteira de Frank. Atordoada pela insanidade que cometeu, Reyes começa uma busca incansável para apagar seus rastro, autorizando inclusive a ordem para não ressuscitar Castle depois que ele é quase morto (também a mando dela). Dito isso, não é difícil entender porque achamos que o Justiceiro era o cara por trás daquela cena que me fez pular da cama de susto. Toda a construção do momento foi brilhante, com uma redenção aparente para a Promotora – que temia pela vida dos seus -, seguida da sua trágica morte.

Ao mandar uma foto do crânio furado, temos o claro indicativo de que, seja quem for esta pessoa, ela quer incriminar Frank pelo que vem fazendo – se apropriando inclusive do seu modus operandi. Com a pilha de corpos crescendo, era de se esperar que o cara apelasse para a única pessoa que tentou o compreender: Karen. Seguindo uma carreira na investigação, a garota se coloca cada vez mais no meio de um fogo cruzado que toma proporções maiores e maiores – o que me faz temer demais pela sua vida. Karen foi a única que percebeu que aquela não era a maneira de Castle agir, que ele seguia seu próprio código de conduta, e mesmo quando todos deram o caso como encerrado, ela teimou em persistir. É um tanto imprevisível como se dará a relação dos dois daqui para frente, mas a certeza que fica é de que a garota terá papel fundamental na trajetória do Justiceiro.

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Em sua cruzada pessoal, Matt fica cada vez mais sozinho. Longe dos amigos, dos amores, de qualquer distração – é assim que ele pontua em uma de suas conversas com Claire. O isolamento do personagem o atinge no momento em que percebe estar causando riscos para a vida de quem gosta. Quando começou tudo isso, Murdock sabia que seria um caminho arriscado para ele, com uma boa dose de sacrifício e dor, mas talvez seja só agora que ele entenda do que realmente terá de abrir mão na sua missão de salvar a cidade. É interessante notar que, apesar de se julgar mais focado agora, Matt aparenta estar cada vez mais fraco, o que pode ser um reflexo do seu isolamento. A descoberta da fazenda e o envolvimento com Nobu, que está surpreendentemente vivo, trazem elementos novos para essa trama que ganha cada vez mais contornos.

Enquanto vimos o sangue sendo drenado dos corpos (estou um pouco assustado com isso ainda? talvez), não tínhamos a menor noção do que estava sendo feito ali. Um tempo no hospital com a ajuda de Claire – palmas para essa mulher que se sacrifica para salvar a vida das pessoas, mesmo quando isso a coloca em risco – foi o suficiente para aprendermos que os corpos não passavam de Fazendas humanas (o que pode ser a explicação para o nome do lugar) que serviam para incubar substâncias, permitindo o acesso a qualquer momento. Vocês tem noção do quão insano é isso? E se você não está satisfeito com a dose de insanidade, adicione a equação aquelas crianças macabras que vimos próximo ao final do episódio, aparentemente desalmadas e mortíferas (ainda não superei esse momento também). O que nos faz pensar ser o suficiente, mas claro que não. Os segundos finais trazem uma invasão da Mão ao hospital: uma verdadeira força-tarefa de ninjas orientais contra o poder do Demolidor (qual a necessidade de terminar um episódio assim? estou aqui morrendo de ansiedade escrevendo essa review).

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O episódio também dispendeu tempo no aprofundamento do embate entre Fisk e Matt, que já vimos surgir na temporada passada. Ali, cada um usou suas armas disponíveis, mas ficou claro que Wilson está no poder, talvez até mais do que antes. É ridículo pensar no controle que ele exerce sobre todo um sistema, fazendo o que bem quer e quando bem entende. Todas suas cenas na prisão são de um contraponto surreal – ele tomando vinho e comendo como se estivesse em um restaurante, por exemplo, é de uma ironia das mais finas da série. E nesse duelo entre os dois, o ataque fica em cima dos pontos fracos: as pessoas que cada um se preocupa. Enquanto Vanessa é a arma de Matt, Foggy é colocado na linha de tiro de Fisk, o que pode ser bem preocupante para o futuro do personagem. Não preciso nem comentar que o diálogo dos dois é uma cena que transpassa tensão, né? Que momento.

Ainda deu tempo de Eléktra reaparecer, flertar com Jacques e descobrir que, além da Mão, agora está sendo caçada por Stick, fazendo do seu belo corpinho, um alvo dos mais procurados. É garotada, faltam só três episódios e eles prometem ser os mais tensos até aqui. Seguimos daqui, nos vemos em breve!

Outras observações:
– O clima entre Matt e Karen só piora mesmo, não sei no que isso vai dar, mas reafirmo meu medo de uma possível morte.
– Eu fico de cara com Fisk e o jeito que ele comanda tudo, sem muitos impedimentos.
– Ainda bem que não era o Frank atirando, ia ser difícil defender depois daquilo.
– Obrigado senhor por me livrar da Reyes, mesmo que de forma tão trágica.
– Gosto mais da Karen investigadora do que secretária: pronto, falei.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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