Visões distintas de um mesmo criador.
A apenas um episódio do seu final, o segundo ano de Demolidor volta ao passado para mostrar o surgimento de uma lenda. Diferente do que pensávamos até aqui, Eléktra é muito mais do que uma recruta de Stick ou um caso do passado de Matt, ela é o motivo da Guerra existir, é dela o poder iminente que todos querem, ela é o Céu Negro. Sem dúvidas, essa foi a grande revelação de “The Dark at the End of the Tunnel” que também teve bons desenvolvimentos para as demais tramas e o terreno preparado para o grande final. Talvez a crítica fique em cima do ritmo, um pouco lento demais para o ponto que estamos – ainda assim, um excelente episódio.
Frutos de um mesmo treinamento, vimos as diferentes visões que Eléktra e Matt tem do mundo e de seu mestre. A primeira, revoltada com os inúmeros abandonos, pouco explicados, queria por um final em tudo isso, enquanto o segundo, contrário a morte e aos juízos de valor, opta por salvar, como uma clara demonstração de respeito. E aqui não há certo ou errado, já que nenhum deles teve a oportunidade de ter contato com a verdade desde o princípio. Ellie, ainda criança, se viu abandonada por todos e com uma sede de sangue inexplicada, fazendo-a parecer anormal. Ela se transformou em cima disso e acabou se tornando o que é. Porém, diferente do que se esperava no começo do episódio, Eléktra surpreende quando decide salvar Stick e contrariar a Mão, que oferece todo seu exército a disposição. Se criou inimigos ou será caçada para ser usada de arma, só o season finale poderá mostrar. Paro aqui para comentar as sequências no túnel foram de uma tensão absurda, deixando a gente naquela ansiedade do susto com medo – tão de parabéns.
Matt continua na sua trilha de solidão. Parece que o ponto final chegou mesmo para Murdock e Nelson, ainda mais depois das sequentes mancadas que foram acontecendo. Ao preterir o amigo pela cidade, Matt acabou selando o destino de algo que parecia vitalício. O momento em que os dois aceitam o final da firma é bastante doloroso, principalmente por termos visto tudo surgir, como a amizade sempre prevaleceu e etc. Com a oportunidade de uma carreira mais promissora, a saída de cena de Foggy pode significar um Demolidor ainda mais cruel, inclusive considerando cruzar seus próprios limites. Volto a falar que, ao afastar as pessoas que ama, Matt está cometendo o erro mais óbvio que todo herói acaba por cometer: deixar longe dos seus olhos aqueles que mais precisa proteger. Espero que um destino trágico não esteja no caminho dessa amizade.
Mais uma vez vimos a história de Karen e Frank (que está vivo sim depois da explosão) se cruzando. Depois de tanto insistir, fica cada vez mais claro que a moça procura se encontrar em Frank, buscando explicações e semelhanças para seus atos – o que justifica seu desespero ao ver as medidas que Castle toma quando encontra o general depois do acidente. Ali, ao assumir o papel de “monstro”, Frank desconstrói toda a idealização que Karen veio fazendo dele, quebrando o paralelo que para ela era tão forte. Difícil dizer quais serão os próximos passos do Justiceiro agora que parece ter se encontrado com seu lado mais sombrio, porém insisto que, seja qual for a atitude daqui para frente, dificilmente o veremos deixando seu código de ética de lado.
Agora jurado de morte pela Mão, Matt terá de lidar com uma penca de inimigos que veio colecionando ao longo desse ano. Além de Nobu e a Mão, o Justiceiro está a solta, além do poder de Fisk, que não podemos esquecer. Tudo se constrói para um grande encerramento, bastante imprevisível (pelo menos para mim). A pergunta que fica é: qual será o enredo do capítulo final? Vamos seguir que a maratona não pode parar!
Algumas outras observações:
– Eu achei que a Eléktra ia mudar de time ali viu, foi tensão pura.
– Que sequências de luta foram aquelas do túnel!!!!
– Sabe Deus o que Frank vai fazer com aquela caralhada de arma.
– Falta só um episódio!!!
