Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Desventuras em Série – 1×06 O Lago das Sanguessugas (2)

Por: em 15 de janeiro de 2017

Desventuras em Série – 1×06 O Lago das Sanguessugas (2)

Por: em

Embarcando no gancho deixado pelo seu antecessor, o sexto episódio de Desventuras em Série mostra que, mais uma vez, a inteligência dos pequenos Baudelaire é o ponto determinante para a sobrevivência, que muitas vezes se torna quase impossível de acreditar. E é nessa inocência que os episódios se constroem tão bem e assertivos: se a expectativa era por uma trama elaborada e com milhões de manobras inteligentes, você deveria passar longe. Desventuras brinca com o nosso lado mais infantil, mesmo com algumas doses obscuras, e mostra que, mesmo grandes, ainda podemos nos divertir com uma história bem contada.

Josephine é uma louca por gramática e isso todos nós já sabíamos pela primeira parte dessa trama – o que torna seu bilhete suicida bem absurdo, mas não o suficiente para convencer Poe (eu ainda queria entender porque esse homem tosse tanto, meu Deus!). Essa tolice dos personagens em não perceber coisas tão escrachadas me remete a sensação de estar assistindo Tom e Jerry e não acreditar que, mais uma vez, o Tom ia ser feito de bobo, sabe? E é desse espírito infantil, que muitos criticaram na adaptação, que deveríamos exaltar. O tom está perfeito. Para quem não lembra, estamos assistindo a construção de uma trama baseada em livros infantis – talvez o termômetro tenha se elevado com a participação de Neil, que criou algumas expectativas erradas.

Talvez o único ponto que eu concorde é que Neil rouba a cena demais. Ele fez seu personagem ser um pouco maior e a gente fica meio que só esperando o momento em que ele chegará gritando em mais uma de suas fantasias. Não que isso esteja completamente fora do personagem, mas talvez uma ajustada no tom seria interessante. Como Conde Fraude, vimos seu momento mais neutro até aqui. O charlatão não chamou muita atenção e teve poucos momentos memoráveis, o que não podemos dizer de Stefano, por exemplo. Curto bastante toda a trupe que Olaf carrega consigo e a maneira como eles também acabam sendo bobões de entregar o que estão fazendo. No fundo, estamos vendo um monte de personagens adultos que não conseguem enxergar a realidade, enquanto as crianças são, de muito longe, os mais sábios dali.

Por isso acho que vale o aplauso para a construção dos meninos, cada qual com sua característica, que vem demonstrando que a série pode ir muito longe. A decisão acertada de adaptar um livro a cada dois episódios também é um respiro muito interessante. A trama de Josephine não teria fôlego para mais do que isso – ainda acho que dois episódios foram demais neste caso. Uma pena ver seu final trágico, o qual já prevíamos, acontecer em frente as crianças. Se formos contar tudo que eles já passaram até aqui, realmente percebemos que o narrador tem toda razão e que nada de bom acontece na vida destes três.

O que vem me intrigando bastante é a aparição ainda discreta dos pais, que aparentemente buscam um caminho de volta para casa. Ao que tudo indica, existe uma conspiração muito maior do que imaginamos (eu não li os livros, então realmente não sei se esta parte da trama existe lá ou foi uma adaptação para dar liga na série). Acho a escalação de Colbie um erro? Um pouco. Juntar Barney e Robin novamente em uma mesma série é meio complicado – mas acho que eles serão mantidos em núcleos distintos o suficiente para que os fãs não comecem um grande mutirão para colocá-los juntos. Agora que tudo parece convergir para a tal fábrica, vamos ver quais serão os próximos passos dos pequenos Baudelaires.

Nossa maratona continua e logo você poderá acompanhar as duas últimas reviews deste primeiro ano de Desventuras em Série. Comente com a gente, queremos saber o que você está achando!

 

P.S.: Que agonia daquela casa caindo do penhasco.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

×