A adaptação do quarto livro de Desventuras em Série talvez tenha promovido um dos episódios mais interessantes até aqui. Finalmente vimos ser desenvolvida uma trama com as crianças que ganhasse consistência o suficiente e mantivesse Conde Olaf um pouco de escanteio. Claro que sua ausência é sentida durante o episódio e não poderia ser diferente, seja qual for o cenário, suas interpretações medíocres acabam dando o ritmo daquele momento vivido pelos Baudelaire.
Com a esperança de descobrirmos um pouco mais sobre o passado dos pais de Violet, Klaus e Sunny, adentramos ao cenário da Serralheira, que logo de cara dá um banho de água fria nos espectadores. Longe das respostas que imaginávamos encontrar, novas perguntas foram adicionadas ao nosso longo questionário, sendo a mais intrigante delas o motivo de toda uma cidade acreditar que os Baudelaire foram os grandes culpados por um incêndio do passado. Enquanto o livro que parece conter a informação tem todas as suas versões rasuradas, aprendemos que a serralheira só funciona hoje porque fez um trato para dissipar esta mentira – mesmo que nem todos estejam de acordo com isso (aquela sociedade é bem estranha, né).
Pior mesmo foi ter sido feito de bobo por um roteiro que mostrava a todo momento que nada de bom aconteceria com os pequenos Baudelaire. O desencontro entre os personagens de Arnett e Cobie com as crianças foi muito bem construído. Mesmo sabendo que nos livros os pais estão mortos, uma ponta de esperança sempre esteve com a gente, que acabou quebrada no final deste sétimo episódio. Claro que não descartamos o envolvimento dos dois em uma trama maior, provavelmente a que cerca Olaf e a tal tatuagem, mas que foi bem triste ver as crianças tendo as esperanças escorrendo por ralo abaixo, isso foi.
Como citei lá no começo, essa foi a primeira vez que pudemos ver o desenvolvimento dos pequenos e isso foi bem interessante. Pudemos ver que Violet e Klaus nem sempre concordam com tudo, o que muito provavelmente vai gerar uma culpa na irmã mais velha, já que agora terá seu irmão hipnotizado pela optometrista e sua assistente nada convencional, em mais uma das interpretações paspalhas de Olaf. Eu curto bastante essa ideia de separá-los um pouco para ver como as coisas funcionam, mostrar que a força dos irmãos está na união e não na habilidade individual de cada um.
Se fosse levantar um problema do episódio, colocaria as poucas falas de Sunny que são sempre divertidíssimas. COm apenas mais um episódio para fechar sua primeira temporada é difícil apontar muitos erros no caminho de Desventuras. A série se construiu em cima de um roteiro muito bem pensado e que é uma bela adaptação do início ao fim. Estou bastante curioso para saber como que será fechada esta trama e qual será o gancho deixado para a segunda temporada, já confirmada.
Nos vemos por aqui, daqui a pouco temos o último texto. Não esquece de contar para a gente o que está achando da série, queremos o seu comentário!
