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Don’t Trust the B—- in Apartment 23 – Vale cada minuto!

Por: em 27 de junho de 2012

Don’t Trust the B—- in Apartment 23 – Vale cada minuto!

Por: em

Essa comédia está longe de ser um grande sucesso, assim como de ser uma das melhores produções de seu gênero. Mas é inegável o prazer de se assistir algo divertido quando não se espera nada de uma série. E de acordo com opiniões ao redor do globo serialístico, ambos os sentimentos são compartilhados: ninguém esperava muito de Don’t Trust the B—- in Apartment 23; e a maioria ficou agraciada com a surpresa de rir bastante com seus míseros sete episódios da 1ª temporada.

Como toda série de canal aberto que leva um palavrão em seu nome, Apartment 23, precisou repensar sua bitch – casos recentes: Good Christian Bitches virou GCB e Shit My Dad Says transformou-se em $#*! My Dad Says. Mas a mudança se manteve apenas em quatro hifens. A série traz uma das bitches mais engraçadas atualmente; mostrando uma história de amizade recheada de boas piadas e interpretações, assim como inúmeras referências ao mundo pop.

A história é básica: June é uma garota inocente, esforçada e acaba de se formar. Vai para New York, mas descobre que a empresa que trabalharia foi fechada devido a assuntos ilegais. Sem apartamento e dinheiro, June acaba no tão falado apartment 23, virando amiga da proprietária: Chloe. Até aí tudo é normal, certo? Duas amigas em New York, uma série sobre amizade e blá blá blá. Mas Apartment 23 vai muito mais longe que isso. E é com Chloe que tudo isso começa, pois a polêmica, pirada e completamente sem noção, adora enganar suas colegas para conseguir dinheiro. Eventualmente, ela acaba gostando de June, e a série, então, começa. “Ah, mas não vi nada de mais até agora”…

É porque é preciso se acostumar com o humor de Apartment 23. A série é rápida; os diálogos nada excessivos e o fator weird predomina em 99% dos acontecimentos dos episódios. E o melhor é que toda essa junção de loucura funciona devido as interpretações. Krysten Ritter está no melhor momento de sua carreira. Após arrasar em Breaking Bad e ter sido ok na terrível Gravity; a atriz voltou com tudo. Ritter abraça a estranheza de sua personagem com convicção. Chloe é uma bitch que não liga para o mundo; trabalha como acompanhante de chefões dos países em reuniões da ONU; instala câmeras para vender um anúncio sexual; e milhões de outras excentricidades que você nem imagina. Ritter atua com precisão, sempre ágil, sem perder a pose. Chloe é tão estranha, mas suas desculpas são ainda melhores. Quando perguntada porque sua mãe usa cadeira de rodas, Chloe explica: “Eu não sei. Sempre achei que ela gostaria que eu perguntasse. Então nunca perguntei”!!

Esse talento também é visto com Dreama Walker, a interprete de June. Apesar de bem mais normal do que Chloe, June tem espaço o suficiente para brilhar e cometer suas loucuras em todos os episódios. A inocência da garota é passada fielmente para a tela devido a atuação de Walker, que consegue se manter muito bem nas cenas em que precisa sair da zona de conforto de sua personagem e exagerar.

O roteiro, além de rápido, faz jus ao fator weird, permitindo todos os atores a chance de brilhar. E se Ritter faz um trabalho fenomenal sozinha, ela é ainda melhor com a química que tem com James Van Der Beek. Nunca assisti Dawson’s Creek, então acabo perdendo uma piada aqui e ali. Mas todos pensaram que mais um ator interpretando ele mesmo seria um desperdício. Porém, Der Beek está sensacional!! Seu James é igualmente excêntrico e não é só o alívio cômico de uma comédia, mas como todas as suas cenas fora da vida de June e Chloe, funcionam. A introdução de James e de seu assistente Luther – sério, ele é impagável – em todas as tramas, não parecem forçadas. E é com esse personagem que temos diversas referências ao mundo pop, ou sátiras, usualmente. Por ele ser famoso, suas tramas funcionam como base para explorar um lado cômico diferente daquele visto por Matt LeBlanc, em Episodes, por exemplo.

O elenco coadjuvante não deixa por menos. Temos o vizinho Eli (Michael Blaiklock), que, inicialmente um personagem de uma camada só, se transforma em cúmplice, intelectual e até psicólogo dos problemas de Chloe e June, fugindo totalmente do estereótipo que seu personagem teria. Robin (Liza Lapira) é uma ex-colega de Chloe que foi enganada, mas mantém uma obsessão constante pela enganadora. Robin oferece diversas risadas para o telespectador, sendo aquele personagem já moldado, mas que não deixa de ser engraçado. Por fim, temos Mark (Eric Andre), barista da lanchonete que June trabalha.

A 1ª temporada de Apartment 23 teve apenas 7 episódios. E apesar de não ter uma boa audiência – os episódios variam de 4.5 à 7 milhões de telespectadores – o canal ABC, que exibe a série, foi inteligente o suficiente para renovar a série para uma 2ª temporada. Afinal, algo parecido aconteceu com Happy Endings ano passado, que começou tropeçando e apresentou uma nova temporada digna de Emmy para inúmeros críticos.

Criada por Nahnatchka Khan, conhecida por seus roteiros em American Dad!, Don’t Trust the B—- in Apartment 23 merece ser vista para quem é fã de uma comédia ágil, divertida e cheia de referências; com atuações críveis e piadas engraçadas. A 2ª temporada da série estreia em setembro, na fall season.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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