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Dupla Identidade – 1×02

Por: em 27 de setembro de 2014

Dupla Identidade – 1×02

Por: em

Superada a missão de apresentar a trama e os personagens, Dupla Identidade conseguiu melhorar o ritmo e apresentar um segundo episódio muito superior ao de estreia. As referências às séries americanas do estilo estiveram ainda mais presentes, desde o “Previamente em..” até a edição das cenas.

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O noivo de uma das vítimas de Edu presenciou o sequestro da moça e foi atrás da polícia pedir ajuda, tendo como única pista um isqueiro deixado no caminho pelo sequestrador. Eu poderia apostar que o objeto pertencia ou teria algo que incriminasse Oto, mas ele de fato levou a polícia até o próprio Edu.

O tom didático parecido com um jogral nos diálogos de Vera e Dias continua. O monólogo da psicóloga sobre a ação de serial killers tinha tudo para ser incrível: uma edição intercalando cenas reais com uma tomada em Edu, imagens muito gráficas e impactantes e uma boa costura. Mas o texto artificial e a atuação de Piovani conseguiram arruinar a cena. Apesar das desavenças, os dois enfim começaram a estabelecer uma conexão, após Dias encontrar um jeito de expôr o senador sem se comprometer politicamente.

Bem, os pontos baixos do episódio terminaram por aí. Focando muito mais no universo sombrio de Edu, vimos pela primeira vez a casa do psicopata, e novamente é necessário aplaudir o trabalho de edição. A câmera explorou devagar cada cômodo, como alguém que faz uma primeira visita. A única trilha sonora era o som do motor da geladeira e de um desenho animado da TV , e só isso foi suficiente para criar uma atmosfera de horror (que lembrou a abertura de Dexter, ao mostrar ações cotidianas sob a ótica de um serial killer).

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Se no episódio anterior tivemos uma amostra relativamente pequena da mente de Edu, desta vez a série escancarou o quão doentio o personagem de fato é, revelando os seus troféus: pedaços de cabelo, fotos, gravações de gritos das vítimas. Nenhuma palavra precisou ser pronunciada pelo personagem –  tudo foi compreendido naquelas cenas cruas, em que se ouvia apenas o som do plástico, do assoalho estalando e do pão sendo mastigado enquanto ele contemplava a sua obra.

Ray estava nas nuvens com seu novo interesse romântico, e Débora Falabella mais uma vez brilhou, em uma atuação dois tons acima do normal que demonstrou a euforia da personagem borderline sem cair na caricatura. A insegurança, a entrega e o êxtase da personagem foram muito bem traduzidos tanto pelo texto quanto pelas cenas. Com destaque, é claro, para a belíssima e doentia cena de sexo entre Edu e Ray, com ele passando em seus lábios o batom que tinha passado pouco antes em um cadáver – nos lábios das suas duas bonecas.

A trama de Oto continua em segundo plano, mas certamente a família do senador tem ou terá  algum tipo de conexão com Edu muito além do campo profissional. Não é coincidência que ele esteja sempre criando conexões entre as suas vítimas e o político, ainda que ele próprio tenha que se colocar como a ponte entre os dois elementos. Oto atirar em um homem complica ainda mais a sua situação, mas o noivo de Angela pode ser um problema no caminho do psicopata.

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Algumas observações:

– A casa de Edu é um retrato do que ele é por dentro. O Edu socialmente apresentável certamente teria um apartamento arejado, bem decorado e elegante.

– Ray gastou os tubos com lingerie sexy, mas na hora da verdade foi de Trifil sem costura mesmo, desencanou  e mandou ver. You go, girl!

– Como a Vera deixa Dias chegar falando alto detalhes sobre um caso confidencial envolvendo figuras públicas na sua casa sabendo que tinha um estranho ouvindo tudo?

– Depois de se engajar no combate à violência contra a mulher, mais uma ironia: Edu é voluntario do CVV. Fofinho ele.

– Quando o noivo da Angela chega para pedir ajuda na polícia, é informado que ali não era uma delegacia, e sim a força-tarefa para o caso daqueles assassinatos. Então como é que o moço chegou lá?

– Será que a moça do supermercado será a próxima vítima?

– Bruno Gagliasso esteve genial. Ge-ni-al. Este certamente é o melhor papel da carreira dele até agora.

 


Gostou do episódio? Já tem alguma teoria ou percebeu algum detalhe importante nesta semana? Deixe seu comentário, e até a próxima!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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