Primeiro o público conheceu a trama e seus personagens, depois foi apresentado ao mundo sombrio e Edu. Feito isso, Dupla Identidade enfim estava pronta para começar o jogo de gato e rato que promete ser o fio condutor da série, e o terceiro episódio marcou o início de uma caçada mais equilibrada do que parecia à primeira vista.
É quase certo que eu superestimei Edu. Por ter como referência psicopatas como Hannibal, Dexter e até mesmo Joe Carroll, supus que Edu era bem mais calculista do que ele se mostrou até agora. Perder um isqueiro com digitais e estacionar o carro com um cadáver no porta-mala em local proibido são erros muito bobos que os grande serial killers da ficção jamais cometeriam. Mas se por um lado ele “perde” para os figurões, por outro esses pequenos deslizes – devidamente driblados com agilidade e inteligência – tornam Edu muito mais real.
Vestindo a perfeita fantasia de vítima, ele passa facilmente de suspeito para testemunha do sequestro de Angela, inclusive induzindo o noivo da morta a dar uma descrição bem diferente do homem que a raptou. Como peça da investigação, Edu aproveita para descobrir detalhes que podem levar até ele e rapidamente se desfaz das pistas que o incriminam.
Por enquanto o advogado está fora do radar da polícia, mas Vera enfim saiu do lugar comum e das frases de efeito sobre psicopatas e começou a traçar um perfil do assassino que eles procuram. Se até o episódio passado parecia quase impossível imaginar aquela equipe chegando até Edu, desta vez a investigação já começa a esboçar algum tipo de caminho que leve até ele.
A maré de azar de Oto parecia ter chegado ao fim. Ele errou o tiro no advogado, a polícia praticamente o isentou da culpa pela morte de Mariana e a campanha voltou aos trilhos com o projeto de Edu. Tudo se resolveu para o senador de forma tão fácil e tão rápida que quase não deu para acompanhar, mas Sílvia mais uma vez virou o jogo e o deixou sem alternativas além de entregar uma procuração com seus bens. O (ex)casal ainda não empolga como o restante da trama, mas pelo menos as cenas de Marisa Orth e Aderbal Freire Filho são melhores que os diálogos hiper didáticos de Vera e Dias.
A tensão ficou por conta da corrida contra o tempo de Edu para recuperar seu carro. Além de ter sido um escorregão totalmente inaceitável para um psicopata, o incômodo do feminicida com o horário da liberação do veículo parecia ter a ver com seu padrão de fazer o corpo ser encontrado até 24 horas depois da morte, mas ao jogar Angela no mar, ele mesmo rompeu com isso. Foi uma simples quebra de procedimento ou ele teve alguma outra motivação?
Por enquanto, quem está pagando pela morte de Mariana é um mendigo que deu azar de estar na hora no lugar errado. Apenas Vera sabe que não foi ele , mas a psicóloga não consegue convencer seus parceiros, tanto por ignorância quanto pela conveniência que é responsabilizar um joão ninguém e encerrar um caso problemático. Mas o que nem eles e nem nós esperávamos era que Edu resolvesse sair para brincar e enviar um e-mail deixando claro que eles pegaram a pessoa errada.
Algumas observações:
– Ray bêbada e fazendo vergonha na frente do rolo: quem nunca?
– Qual foi a utilidade do Junior? Ele simplesmente apareceu do nada e daí mais do nada ainda voltou para Paris para vender sua arte, das coisas que a natureza dá? Era só isso?
– O e-mail que Vera e Dias receberam foi a cabeça da Barbie, né? Agora a brincadeira começou!
Quais serão os reais planos de Edu? Será que Vera vai desconfiar do psicopata ao encontrar com ele por aí? Com Oto temporariamente fora do foco dos assassinatos, qual será o rumo da trama do senador? Dê sua opinião nos comentários!
