A cada semana fica mais difícil acreditar que a mente por trás de Dupla Identidade é a mesma por trás das alucinógenas “Salve Jorge” e “Caminho das Índias”. A série pode até não trazer nada de muito original para quem acompanha o gênero, mas depois de alguns tropeços no didatismo exagerado dos primeiros episódios, Dupla Identidade tem alcançado uma ótima execução para uma obra de ficção.
Vera só precisava de um pequeno empurrão para chegar até Edu, e justamente Ray foi a responsável por jogar o namorado serial killer nas mãos da psicóloga. Não é nenhuma surpresa que ele daria um jeito de enrolar a produtora mais uma vez, mas o que ele ainda não sabe é que essa brincadeira de elástico, como bem disse Dina, acabou arrebentando para o lado dele. Ainda vai dar um bocado de trabalho, mas com a polícia finalmente olhando para a direção certa, não vai ser tão simples para ele tentar jogar a culpa para cima de Assis.
Além da namorada borderline, Edu anda enviando selfies safadinhas para a filha adolescente de Dias e jogando um baita charme para Silvia. Com cada uma, um interesse e uma abordagem diferenciada: uma vítima em potencial, uma aliada de peso na sua ascensão social e um brinquedo para satisfazer sua necessidade de controle. O problema é que por estar acostumado a capturar e matar suas vítimas, Edu subestima as mulheres à sua volta e no fim das contas, todas elas tem poder suficiente para derrubá-lo
Ray é extremamente autodestrutiva. Ela de fato não se importa com a sua vida e nem com o que suas atitudes podem causar na cabeça da dua filha. Dina é muito mais mãe da Larissa que a Ray, e ela não se importa com isso ou com qualquer outra coisa além do Edu. No fundo ela sabe que ele está mentindo e sabe que tem algo estranho nas pistas que o relacionam ao serial killer, mas ela não quer acreditar nisso e vai ser manipulada por ele até o extremo.
O disfarce de bom moço que faz trabalho voluntário no GAV acabou se voltando contra Edu, que cometeu a besteira de atacar uma mulher com quem poderia ser facilmente relacionado. Se Vera tinha alguma dúvida sobre o depoimento de Ray, ligando os pontos entre Edu e Ana essa dúvida acabou de uma vez por todas. Será que o serial killer ainda vai conseguir uma virada estratégica? Para a polícia, provavelmente, mas para Vera já é tarde demais. Agora a perseguição está mais pessoal que nunca, e o assassino e a psicóloga vão medir forças silenciosamente até que um dos dois caia.
A série está ficando cada vez melhor em cliffhangers, mas a última sequência poderia ter sido melhor executada. A prostituta teria poucas chances de sobreviver depois de cair de um carro naquela velocidade, ainda menos de sair inteira e correndo pedindo ajuda. A polícia não viu a movimentação estranha? Ou será que pensaram que era só mais uma mulher “nervosa”?
Algumas observações:
– Baunilhas, me perdoem, mas eu fico ba-ban-do com aquelas suspensões. São lindas demais!
– A cabeça no congelador foi uma coisa meio Hannibal, né?
– Que sequência mais maravilhosa aquela da passagem de tempo ao som de Chop Suey.A edição de Dupla Identidade não merece palmas, merece o Tocantins inteiro!
– Dias, apenas morra. Sério. Que cara nojento. Mentiroso, babaca, inapropriado a vida toda. Aff.
Dupla Identidade cada vez faz com que o espectador tenha mais vontade de assistir ao próximo episódio. Apesar de suas licenças poéticas um pouco exageradas, consegue ser crível na maior parte do tempo e aposta em personagens multidimensionais, o que ainda é raro na teledramaturgia brasileira. E você, do que mais gostou no episódio da semana? Deixe seu comentário!
