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Eles precisam de tratamento psicológico!

Por: em 27 de agosto de 2010

Eles precisam de tratamento psicológico!

Por: em

Homenageando os Psicólogos em seu dia – 27 de agosto, falaremos de personagens que notoriamente precisam de tratamento psicológico: personagens que seriam mais felizes e bem resolvidos se procurassem um psicólogo e fizessem o tratamento adequado. Não somos do ramo, nosso julgamento é leigo, mas agrupamos neste especial os personagens transtornados que nos divertem e mexem com nossas emoções nas séries. Aí vão eles: Mônica, Friends (por Bruna Antunes):

Mônica é a obsessiva-compulsiva mais amada das séries: ela não suporta ver nada sujo, mal arrumado, torto ou fora do lugar. Sua mania de organização e limpeza divertiu os expectadores de Friends especialmente nas últimas temporadas da série, quando as características do transtorno de Mônica foram acentuados. Considerando a profissão de Mônica, seu transtorno até pode ajudar em algumas situações: uma chef de cozinha com mania de limpeza vai cobrar muito mais higiene – até a exaustão – de seus funcionários. Uma situação que deixou clara a falta de foco que o transtorno traz a Mônica é quando Rachel conta a ela que seu namoro com Ross acabou, e ela suja o teto da cozinha por ficar nervosa. Por mais que a notícia seja bombástica, Mônica continua com os olhos grudados no teto, de olho na sujeira que fez, sem conseguir se concentrar no que a amiga falava!

Se Mônica procurasse ajuda psicológica, não acredito que haveria grande estrago no humor da série: Friends se reinventou tantas vezes dentro dos 10 anos que esteve no ar, que mais essa mudança só traria uma nova imagem de Mônica para a telinha, e que não seria menos amada pelos fãs por ser mentalmente saudável.

Lorelai, Gilmore Girls (por Alexandre):

Lorelai Gilmore é uma figura que se pode chamar de divertida e são várias as características para tal. Sempre com uma piada na ponta da língua ou com uma referência pop na garganta, a mulher também possui um vício que chega a assustar (ou não) de tão forte que é: Cafeína. Pois é, Lorelai não passa um dia que seja sem ingerir uma boa dose de sua bebida favorita. Se isso acontecer e você estiver por perto, pode se preparar: Terá que lidar com uma mulher brava, rabugenta, mal humorada e que vai encontrar defeito em tudo que você fizer. Na verdade, é mais que um vício. A cafeína é o motor que mantém Lorelai ativa e é o que lhe dá força para seguir em frente. Há episódios em que vemos a moça ingerir mais de 3 xícaras por dia! Prova disso é que Lorelai, uma vez, apareceu no restaurante de Luke às 5 da manhã, ainda completamente com sono e com uma xícara vazia as mãos. Tudo porque não havia café em sua casa!

Se Lorelai procurasse um psicólogo para se curar… Bom, aí ela não seria Lorelai! Ou vai dizer que você realmente consegue imaginar Lorelai Gilmore sem um café em mãos? Impossível. É uma marca registrada da personagem e sem ela, talvez Lor não teria a mesma graça. Não teríamos os sermões de Luke sobre o quão prejudicial isso é e isso talvez diminuísse a química entre eles. Ou também não teríamos nenhuma das cenas engraçadas nas quais o líquido preto foi personagem. Por essas e outras, é fato que Lorelai e seu vício são, sem dúvida alguma, uma parte importantíssima de Gilmore Girls.

Sheldon, The Big Bang Theory (por Bianca):

Sheldon Cooper nunca foi uma pessoa normal: nascido em uma família ultra católica, o pequeno gênio tem a síndrome de Asperger, que quase o impede de se relacionar com pessoas normais. Mas ser um nerd obcecado tem seu lado bom: Sheldon é brilhante e um ótimo pesquisador porque sempre se dedica 100% ao trabalho. Um dos episódios de destaque da terceira temporada mostrava um dos surtos do físico: pesquisar um assunto tão a fundo a ponto de não dormir por dias e ir buscar por uma resposta em uma piscina de bolinhas! Em outra ocasião, Sheldon arrastou Raj em suas loucas obsessões científicas e os dois tiveram que agir como uma equipe para levar o experimento adiante. Algo impensável para Sheldon, que se considera superior, principalmente com relação a Penny. Quem seria melhor terapeuta para o pesquisador do que a mãe de Leonard? Isso supondo que os dois acreditam que a terapia pode ajudar as pessoas a se compreenderem melhor. Um terapeuta tradicional não teria chances contra os estudos e a teimosia de Sheldon, que rebateria todos os argumentos e seria expulso do consultório. Aparentemente não há tratamento que funcione com o nosso querido Ph.D.

Charlie, Two and a Half Men (por Bruna Antunes):

Charlie é um mulherengo assumido, não foge do rótulo, e tem fases tranquilas quanto a isso. Nos momentos em que ele resolve fugir dessa condição e se aquietar com uma mulher e apenas uma, suas manias de solteirão de 40 anos acabam vencendo. Um forte motivo para a resistência de Charlie contra relacionamentos, é a forma como sua mãe, Evelyn, o trata: o relacionamento dos dois sempre foi um tanto negativo. Em uma tentativa bem prolongada de relacionamento com Mia, Charlie acaba por estragar tudo com a mulher que mais gostou em toda sua vida por que enxerga em todo lugar a fisionomia de Rose, sua stalker. Rose exerce sobre Charlie o papel de libertação, de não-comprometimento que seu subconsciente tenta manter sempre.

Charlie procura uma psicóloga em alguns episódios da série, e nota-se claramente que ele só vai em busca de soluções rápidas para problemas pontuais. Charlie não procura terapia pensando em resolver seus problemas reais e mais profundos, por que a verdade é que eles estão muito enraizados para que ele acredite mesmo que vá se livrar deles. Caso Charlie se tratasse e curasse seu medo de compromisso, com certeza seria o fim de Two and a Half Men.

Jack, Lost (por Leandro):

Jack, o líder dos sobreviventes do Oceanic 815, tem sérios problemas. Sua infância traumática com um pai que fazia de tudo para colocá-lo para baixo, o transformou numa pessoa com um sentimento de culpa constante, uma obsessão por consertar as coisas. Fomos apresentados a essas situações inúmeras vezes, tanto no passado do médico, na sua passagem na ilha e também depois fora dela. Sua constante vontade de arrumar as coisas, leva o antigo médico, então viciado a buscar todos os seus companheiros de ilha para tentar voltar para lá, tamanho era o peso que tinha na consciência de ter deixado alguns dos seus pra trás. E não só dessa vez, como outras tantas, Jack agiu arrogante e prepotentemente por querer que as coisas ocorressem segundo seus planos e qualquer percalço no caminho era motivo de uma culpa extrema para o doutor.

Essa insuportável mania é uma das coisas que leva a muitos fatos de Lost acontecerem, então, com certeza, a série sairia muito prejudicada após um tratamento psicológico de Shepard. Aliás, isso é uma caractéristica muito marcante em Lost, todos os personagens trazem traços que influenciam diretamente na trama e não seria diferente justamente com o protagonista dessa história sobre pessoas.

Emma, Glee (por Caio):

Emma é fácil uma das personagens mais queridas pelo público. Seu jeito é seu charme, mas tudo tem limite. A orientadora é misofóbica, ou seja, tem medo patológico de contaminação, sujeira e germes e é apenas um dos vários aspectos de seu transtorno obsessivo compulsivo. Dentre várias manias, a mais interessante é limpar uva por uva na hora de comer. Emma se preocupa com tudo, desinfeta as mãos constantemente e limpa os lugares antes de sentar, inclusive as maçanetas das portas. Mas toda essa mania tem um motivo: Emma foi empurrada e caiu no local de dejetos em uma fazenda de gado leiteiro e desde então suas manias vem interferindo em sua vida. Ela nunca chegou as vias de fato com nenhum homem, pois sente medo e fobia ao encostar no corpo, que pode estar sujo, de outra pessoa.

Certamente um tratamento iria ajudar. Não queremos ver Emma totalmente livre de seu TOC, mas que uma boa ajuda psicológica ajudaria, ah sim ajudaria!! Ficaria mais calma e tranquila para ficar com Will e não perderia tanto tempo de vida apenas limpando as coisas. Devem equilibrar bem na nova temporada de Glee, deixando Emma mais solta, mas mantendo algumas manias que a fazem tão especial.

Hank, Californication (por Bruna Antunes): Hank ama sua esposa e sua filha, e realmente acredita que os três podem ser uma família feliz, vivendo juntos sob o mesmo teto. Por mais que Hank não procure por outras mulheres, elas o procuram, e mesmo querendo viver bem com Karen ele não consegue dizer não as outras mulheres que o procuram. Um exemplo disso é a história que Hank teve com Felicia: ela era esposa do reitor do colégio onde ele lecionava, ele não tinha nenhum interesse nela e mesmo assim se deixou levar por uma história ridicula que só machucou mais ainda seu casamento com Karen. Caso Hank se tratasse, seria o fim de Californication – um possível final feliz com ele e Karen se acertando, algo que eu acho cada vez mais impossível para a série. Se acontecesse esse milagre, outro personagem deveria tomar o posto de pegador de L.A. que Hank ocupa com tanto charme desde 2007, porque sem alguém desequilibradamente namorador, o nome da série não se justificaria.

Bree, Desperate Housewives (por Leandro): Bree leva a sério o título de dona de casa desesperada. Compulsiva por limpeza e organização, a ruiva já se estressou inúmeras vezes por coisas pequenas. Não só isso, Bree também faz de tudo para manter as aparências e passar uma boa impressão para as suas vizinhas, sempre de família perfeita, aquelas de retrato. Taí o grande problema da dona de casa: ela se preocupa demais em mascarar a realidade com perfeições que não resolvem o problema, só o deixa mas ‘bonito’ e ‘arrumado’ aos olhos de quem vê. Inesquecível, a farça de Bree para esconder as besteiras de seu filho e ainda mais, as de sua filha, chegando a fingir que era a mãe do bebê da menina, só para não pensarem mal de sua família. Esse TOC de perfeição em tudo leva a personagem a loucura, fazendo a mesma apelar até por uma saída nada saudável, o alcoolismo.

Toda essa loucura é muito característica da personagem principalmente nas primeiras temporadas da série. Um tratamento bom, faria ela se tornar alguém mais compreensiva e passível aos acasos, coisas essas que a personagem vem tentando mudar com o passar do tempo, evolução que seria saudável tanto para ela, quanto para a série que ganha com essa nova face para explorar.

Marie, Breaking Bad (por Caio):

Tudo bem que Marie não é nem de longe o foco principal de Breaking Bad. A irmã de Skyler começou a série como uma mulher chata, pentelha e metida. Mas aos poucos vamos nos acostumando ao jeito diferente de Marie, até que…ela é cleptomaníaca. De sachês de açúcar a sapatos caríssimos tudo foi descoberto quando Skyler queria devolver a tiara de diamantes que Marie dera no chá de bebê. A tiara era roubada e Skyler acabou sendo acusada do roubo. A surpresa maior foi que quando Skyler contou ao cunhado Hank sobre o vício da esposa, ele já sabia e sinceramente não ligava muito para isso.

Falando bem a verdade, nada mudaria na história de Breaking Bad se Marie procurasse ajuda efetiva ou não. Ela tem graça sendo do jeito que é, então se ainda fosse certinha, teria menos importância ainda.

Ellie, Cougar Town (por Bianca): Ellie pode ser definida como aquela dona de casa enxerida que não faz absolutamente nada a não ser tomar conta da vida alheia. Ou da vida de sua melhor amiga Jules e do passivo marido Andy. Bom, ela também cuida do filhinho, mas sendo ele um bebê… não tem muita chance. Ellie é controladora (tanto que, quando toma remédios para dormir, chega a lutar contra os efeitos pois não quer ficar fora de si) e como todos os que sofrem desse mal, precisa saber de tudo o que acontece com seus “subordinados”. Andy não ousa dar um passo sem consultar a mulher e só tem sexo quando ela diz que fará o sacrifício. Jules não fica atrás e não toma uma decisão sem antes consultar a melhor amiga, seja para escolher sapatos ou namorados. E se escolher, a vizinha liga em seguida com mil questionamentos sobre os motivos que levaram a amiga a fazer algo sem ela.

Se Ellie resolvesse ir para a terapia, Cougar Town perderia uma de suas melhores personagens. A patologia de Ellie transcende os limites da trama e se ela perdesse essa característica tão marcante, a série perderia grande parte da graça. Ninguém consegue fazer comentários sarcásticos como ela e provavelmente não saberíamos tanto sobre Jules se não fosse pela habilidade de Ellie de fazer qualquer pessoa confessar os piores seus atos. Tudo isso com um toque charmoso de tirania.

Liz Lemon, 30 Rock (por Camila):


Liz Lemon é carente e solitária. Muito criativa e eficiente no trabalho, mas morre de medo de envelhecer sozinha. Na área afetiva ela é bastante insegura e está sempre procurando por um novo interesse amoroso. Sua vontade de ter um relacionamento é tanto, que depois de terminar com o Floyd, na volta da 2ª temporada, Liz diz que este será o seu ano e sai para ajudar Cerie a comprar um vestido de noiva. Acaba comprando um ela mesma, porque “estava em promoção”! Quando Jack à vê vestida de noiva dentro do estúdio, ela resolve passar o dia inteiro com o vestido, para provar que nem todo vestido branco é de noiva, e que ela está bem com o término.

Se Liz Lemon se tratasse poderia render uma história bem engraçada para 30Rock; mas se ela ficasse mais segura, talvez deixasse de ser a faz tudo que é; e perderia um pouco da graça.

Você concorda com a nossa lista? Discorda? Acrescentaria mais alguém?


Bruna Antunes

Porto Alegre - RS

Série Favorita: Battlestar Galactica

Não assiste de jeito nenhum: Sex and the City

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