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Entrevista com Michael C. Hall

Por: em 28 de junho de 2013

Entrevista com Michael C. Hall

Por: em

Michael C. Hall já matou 125 pessoas como Dexter Morgan, desde que o conhecemos, há sete anos. Mas, no set, Hall é alegre e descontraído. Esse ano, além de ser a estrela e produtor de Dexter, ele também vai fazer sua estreia como diretor no segundo episódio da temporada final. Agora só pensa na produção da oitava temporada de Dexter, seu próximo passo é fazer de tudo para que o os 12 últimos episódios da série da Showtime sejam um sucesso total. Como você poderá conferir, ele é muito atencioso e analítico sobre seu personagem e a série.

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O que você achou no momento em que ouviu pela primeira vez de Dexter?
HALL: Eu terminei Six Feet Under, na primavera de 2005. Eu recebi um telefonema sobre um novo piloto. Eu estava relutante com a ideia de fazer outra série de televisão. Quando eu soube que era sobre um serial killer que só matou os criminosos… Eu não achei ruim, mas eu me perguntava, “Eu quero estar cercado por cadáveres durante vários anos?” Mas no mesmo instante eu pensei o desperdício que seria ignorar aquele papel. E quando eu olhei para o livro e o roteiro do piloto eu percebi que era um personagem totalmente original e eu sabia que eu ia me arrepender se não fosse em frente.

O senso de humor do show ajuda a vendê-lo, eu acho.
Sim. Eu acho que obviamente o senso se humor e o seu código, também – o código que ele desafiou ao longo das temporadas. A afeição do público pelo personagem tem sido contestada em graus mais intensos a partir disso.

Quando perguntado sobre a moralidade de Dexter, você disse uma vez que “deve ser dada uma medalha e depois espancá-lo até a morte.”
Eu estou relutante em ficar de um lado ou de outro, com este ou qualquer outro personagem. Eu gosto que ele opere em uma moral destorcida. Ele está se movendo na direção da luz em alguns aspectos, mas como resultado o material mais escuro é ainda mais escuro por causa disso. Eu gosto que a fronteira entre a luz e a escuridão do personagem ampliou. Ele tem uma compulsão inegável e insuperável.

Você já perdeu simpatia por ele?
Não. Não. Eu desejo que ele se liberte de sua compulsão. Eu tenho simpatia por ele por causa disso.

Você tem compulsões que lhe ajudam a se relacionar com o personagem?
[Pausa] Eu reconheço que elas existem, mas eu não irei revelá-las.

Toda vez que ele não segue o código, como você apontou, pessoas inocentes morrem.
Indiscutivelmente a tragédia de Dexter não é seu comportamento homicida que acaba trazendo problemas para as pessoas ao seu redor, mas é sua vontade em tornar-se um ser humano completo – seu desejo de ter relacionamentos reais. Eu acho que a lição que surgiu é que você não pode ter seus desejos e matá-los também.

Os seus sentimentos mudaram a respeito do personagem, ou do show ao longo dos anos?
Dexter era como um bebê quando o conheci. Agora ele está arriscando e gritando na idade adulta. A idade adulta muito tensa e repleta de problemas incomuns. Eu ainda tenho um carinho pelo personagem. É bom trabalhar com um personagem que está sempre se movendo para frente. Mas a vida era mais simples antes de seu apetite por humanidade ter sido aguçado. Quando ninguém além de suas vítimas estava sofrendo pelos seus pecados, ele era extremamente capaz de determinadas coisas e incrivelmente ignorante em outras. É divertido interpretar alguém que pode ser ambas as coisas. Uma vez que ele descobriu que tinha a capacidade de ter relações sexuais, isso pode ter substituído outra coisa.

Eu li que depois de fazer a barba todos os dias para Six Feet Under, você fez força para Dexter estar sempre com barba por fazer, e vendeu a ideia para os produtores dizendo que o personagem é um assassino em série, mas odeia a visão de seu próprio sangue. Existem outras por trás da criação do personagem? 
Uma coisa que eu sempre senti é o personagem não precisa ser vinculado a sua voz interior. Eu sempre achei que ela não era a narradora mais confiável. Pode haver uma voz interior além da voz interior, que não ouvimos. Eu também queria saber aonde esta voz interior que vem. Com quem ele está falando? Logo no início, imaginei que Dexter tinha morrido e que ele tinha ido para o purgatório e eles estavam jogando para trás cenas de sua vida, e que ele tinha que narrar as imagens de uma forma para justificar a sua admissão no céu. Eu não sei se eu acredito no céu ou no inferno, mas foi divertido pensar. Essa ideia só foi longe porque algumas vezes a voz interior é expositiva.

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Qual é a sua parte favorita de filmar o show?
Há sempre uma sensação de trabalho cumprido nas cenas de morte. Ele está vencendo alguma manifestação sem controle de sua própria escuridão, e, toda vez que o faz, se sente bem.. E qualquer cena na qual as coisas saem do controle e Dexter tem um espetáculo, como em Thanksgiving com Trinity. É divertido interpretar alguém que o pulso diminui quando o calor aumenta. E talvez ele mesmo cultive o caos em sua vida, porque é o único lugar onde ele está calmo.

E agora estamos rumo à temporada final. Como está Dexter no início da oitava temporada?
Bem, é claro, Deb descobriu [que ele é um serial killer]. Então, ao longo da sétima temporada, vimos Dexter conduzir a forma como isso mudou a sua relação e vendo que talvez, ela pode viver com essa informação e ele pode matando. Com o suspense que termina a sétima temporada, todas as apostas estão obsoletas. Pela primeira vez, a pessoa que está sempre o reverenciou, está virando as costas pra ele.

Existe um interesse romântico nesta temporada?
Sim, mas a relação primária com uma mulher é uma figura mais maternal.

Sim, Dr. Vogel [Charlotte Rampling]. Ele começa a “conhecer sua criadora”, por assim dizer.
A presença do Dr. Vogel em sua vida, esta mulher que fez transformar o código [quando ele era criança], ela está incentivando Dexter acreditar sua humanidade é um equívoco, e que ele realmente pretende ser um psicopata e todas as outras coisas são falsas. É um argumento razoável. Dexter não é tão bom como ser humano. Ele sempre foi um assassino eficaz. Seu apetite para a humanidade tem comprometido a sua eficácia. Mas algo que sempre existiu nele um desejo por rebeldia. Então, se ele disse que não pode ser alguém, ele vai querer desafiar esse diagnóstico – colocando ele e muitas pessoas ao seu redor em perigo.

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Como foi dirigir Dexter?
A coisa que eu mais gostei sobre isso é que te obriga a ser decisivo. Você tem que ser decisivo ou as outras pessoas não podem fazer seus trabalhos. Foi necessária uma energia no set. Eu apreciava mais as cenas que eu não estava dentro.

Me disseram que você disse que mesmo se Showtime trazer um caminhão cheio de dinheiro na sua casa, você não fará outra série.
Eu não sei se foi isso que eu disse na declaração exata. Depois de Six Feet Under, a última coisa que eu queria era outro programa de televisão e, em seguida, provei do meu próprio veneno. Então, eu nunca digo nunca. Mas todo mundo está focado em trazer da oitava temporada, uma sensação de conclusão geral.

Você sabe o final?
[Sorri] Eu tenho um bom sexto sentido.

E você gosta do final, eu posso dizer.
Eu gosto! Estou satisfeito. Estou intrigado para onde as coisas estão indo. O fim não é algo que eu inventei ou aspirei. Não tenho a intenção escrever este show. Eu falo sobre o que eu imagino Dexter ser ou para onde ele está indo. Há muitas pessoas envolvidas com o show que tem a última palavra sobre o que ele acabará sendo. Estou junto na aventura.

Então, como você se sente sobre esse show que você trabalhou por tantos anos, que termina?
Neste ponto, eu tenho um sentimento de antecipação mais do que qualquer outra coisa. Estou ansioso para descobrir o que a vida parece sem Dexter. Foi algo que fizemos 6 meses durante o ano. É uma preocupação constante. Acho que vai ser uma experiência bastante ampla nesse especto. Eu acho que haverá alguma melancolia, algum alívio, um pouco de orgulho, alguma tristeza

Qual é o seu plano depois de Dexter?
Eu não tenho nenhum. Estou focado em acabar este. Eu não tenho um itinerário para a vida além de primeiro de julho [final da produção].

Então você não está jurando que vai fazer uma pausa de TV?
Eu não imagino que vou pular de cara em algum projeto. Mas descartá-lo totalmente seria bobagem.

 

Você pode conferir a entrevista completa no site Inside TV, da Entertainment Weekly.

Dexter retorna em 30 de junho, com o episódio “A Beautiful Day”

 

 


Aline Pavani

Estudante de jornalismo esperando pelo dia em que descubram um universo paralelo e possa finalmente trabalhar na Fringe Division.

Jaguariúna/SP

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Smallville

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