E para quem (como eu) achava que a investigação de um triplo homicídio + casal teen gay em crise e testemunha ocular de crime + pais adotivos tentando se adaptar ao novo contexto familiar = drama de bom tamanho, realmente precisa avaliar seus conceitos depois do episódio 2 de Eyewitness. Em “Bless the Beast and the Children”, além do desenrolar do plot apresentado no piloto, Adi Hasak introduz novos contornos à trama central, provando que a série vai render bem mais que um jogo de gato e rato.
O episódio já começa tenso, com Ryan Kane, o assassino, cara a cara com Phillip, uma das testemunhas oculares do crime. Acontece que, uma casualidade do destino vai levar o bandido a acreditar que Phillip é outra pessoa e essa confusão vai trazer ainda mais pânico e contornos trágicos à história. A cidadezinha, até então super pacata, vai se deparar com uma série de mortes/desaparecimentos misteriosos que vão colocar em xeque não só a conduta dos personagens, como também seus princípios.
Os adolescentes, como se não bastasse ter que lidar com as muitas questões ligadas à sexualidade e ao crime que testemunharam, ainda colocaram nas costas uma culpa monstruosa. Lukas ainda não é capaz de admitir sua atração por Phillip, novidade que o arrancou do seu mundinho básico de adolescente hétero. Seu pai, clássico fazendeiro-macho-alfa, já tem traçado em sua cabeça o destino do filho, que (óbvio!) vai seguir os passos do avô e dele, perpetuando assim toda a história familiar. Nesse contexto, descobrir a homossexualidade de Lukas não vai ser nada simples de digerir.
Apesar de ele não ter demonstrado nenhuma atitude violenta, percebemos que Lukas tem verdadeiro pânico do pai e isso o leva a atitudes que só contribuem para piorar a situação em que se encontra. Esse medo é tão intenso que supera qualquer outro sentimento que ele tenha de justiça, compaixão ou culpa. Esse medo o leva a mentir para Hellen, pressionar Phillip e adicionar mais complicações ao turbilhão de emoções com as quais ele tem que lidar e claramente, não consegue.
Phillip, mais bem resolvido, é puro coração. E é movido pelo amor que sente por Lukas que ele, mesmo certo do que deve fazer, desiste de revelar o que presenciaram e que tiraria o grande peso das suas costas. Em nome desse sentimento, ele aceita as atitudes estranhas de Lukas, ora amorosas, ora violentas, aceita o silêncio, aceita a carregar a culpa. Ele previu o que aconteceria, alertou o amigo, mas mais uma vez, deixou de fazer o certo para ser condescendente com o seu amor. A questão é: um personagem tão justo, bom e maduro vai conseguir conviver com tudo isso até quando?
Enquanto isso, outros personagens se envolvem em teias de mentiras para atingir seus objetivos. Hellen mente para a justiça para conseguir favores da agente do FBI, Kamillah Davis (Tattiawana Jones) e assim encurralar o traficante Mithat, de quem desconfia não só do tráfico, como também do sumiço da filha adolescente. Ao mentir, ela consegue que Sita (Amanda Brugel) consiga recuperar a guarda do seu bebê e também o mandato para entrar na casa do traficante. Tudo seria até simples, se Sita também não estivesse em dívida com Mithat. E até onde uma mãe desesperada é capaz de ir para não perder seu filho e se livrar de ameaças?
E é no clima explosivo do final do episódio, que descobrimos que o assassino é alguém bem mais cruel e pervertido que imaginamos. Nos minutos finais, vimos onde ele trabalha. E é aí que percebemos que ele realmente não está de brincadeira e vai ser capaz de tudo para encobrir o que fez. E vai por mim: não vai ser simples pegar o cara, não. Nossas esperanças estão todas em Phillip! #goPhillip E vocês? O que acharam?
O que dizer pra Rose, a namorada do Lukas? Miga, me abraçaaaa! Hora de dar tiau, né? #Philkas já e nosso ship!
Imagens: Divulgação USA Network