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Fargo – 2×07 Did you do this? No, You Did it! e 2×08 Loplop

Por: em 9 de dezembro de 2015

Fargo – 2×07 Did you do this? No, You Did it! e 2×08 Loplop

Por: em

O sexto episódio de Fargo deixou muitas questões abertas. Porque Hank não  verificou se Peggy estava viva? Como ela e Ed conseguiriam sobreviver mais uma vez? Quais eram os planos de Hanzee? O que aconteceu na casa dos Gerhardts? Did you do this? No, You did it! e Loplop amarram todas as pontas abertas em episódios que mostram duas histórias diferentes e paralelas. 

O que estava claro é que o clima esquentaria entre a família Gerhardt e os homens de Kansas City e isso fica evidente já na abertura do sétimo episódio. Enquanto Floyd e Simone enterram Otto e Rye (simbolicamente, é claro, já que Ed deu um fim para os seus restos mortais), acompanhamos ao som Locomotive Breath um “toma lá, da cá” de violência. As cenas, como sempre muito bem dirigidas, acabam definindo o destino de muitas pessoas nesse episódio.

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Dentre elas, está a polícia de Fargo que tem ser mais ativa para conter os assassinatos dos dois lados. A estratégia é conversar com a matriarca dos Gerhardt e ver como ela pode ajudá-los. Floyd conversa tranquilamente com Hank e Gibson enquanto ajeita seu cachimbo. A postura firme mostra uma força e inteligência que observamos na personagem desde o começo. Apesar de estar emocionalmente envolvida, Floyd tem uma visão muito clara do que está acontecendo, diferente de seus filhos e netos. Logo, ela é a pessoacerta para negociar com a polícia, porque por mais que tema entregar a gangue adversária, ela ainda enxerga uma forma de se beneficiar.

No entanto, é outra mulher dos Gerhardt que sofre com as consequências da briga mais acirrada entre as gangues. Simone nunca mostrou muita empatia com o drama da família, mas evidenciar o descontentamento não é uma boa ideia. “This family deserves the ground”, ela desabafa depois de levar um tapa da avó por falar o que não deve. Então, ela decide procurar confusão e descontar suas frustações no outro lado, mas acaba não tendo muita sorte. Mike não tem paciência para as reclamações da menina e o aparecimento da polícia no hotel interrompeu mais um dos discursos/citações do ex-amante.  

A maior preocupação de Simone, entretanto, está dentro da própria família. Com Dodd desaparecido, Bear começa a fazer as coisas de seu jeito. Ele é mais calmo e quieto que o irmão, mas também mais frio. Então, ele leva Simone para um lugar afastado e faz ela caminhar, já desesperada, para o meio da floresta. Lá, ela ajoelha e suplica em vão por sua vida. “It’s already done”, Bear diz. Nos afastamos da cena e não acompanhamos a morte de Simone, mas ao ver Bear despedaçar o gesso que envolvia seu braço com murros no carro é difícil que ela tenha tido outro destino. Mais um Gerhard se foi, dessa vez pela falta de piedade de um deles mesmo.

Mas se depender do chefe dos homens de Kansas, mais membros da família mereciam o mesmo destino. Não contente com o desempenho de Mike, ele decide que alguém chamado “the Undertaker” (bem assustador, não é mesmo?) deve assumir os negócios em Fargo.

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Mike, obviamente, não fica satisfeito e não aceita a própria demissão tirando rapidamente a vida de seu substituto e de seus capangas. Decisão desesperada de um homem desesperado. Mas, o destino (se é que Mike acredita na ironia desse) premia-o com uma ligação de alguém que diz que tem Dodd no porta-malas de seu carro.

Esse alguém é Ed, que passou o episódio inteiro tentando entregar Dodd para sua família e ao cansar de ser ignorado decide ligar para os homens de Kansas e se aliar ao inimigo. Em Loplop, acompanhamos tudo o que acontece com Ed, Peggy e seu refém até a ligação.

O oitavo episódio é o melhor de Kirsten Dunst até aqui. A medida que Fargo explora e evidencia os problemas psicológicos de Peggy, Kirsten se supera e mostra um retrato empático de uma mulher que acredita muito nas próprias ilusões.

É triste acompanhar Peggy conversando com pessoas imaginárias ou simplesmente se engajando nas próprias teorias para fugir de sua infelicidade, mas a grosseria de Dodd fez tudo mais leve. Ele aponta a loucura de Peggy mais de uma vez, mas tem que seguir as regras impostas por ela porque não tem outra saída e não sabe o que ela é capaz de fazer.

Esse também é o melhor momento de Zahn McClarnon. Depois de uma trilha de sangue, Hanzee, finalmente, começa a tomar decisões mais espontâneas, mas tão violentas quanto as mortes que colecionou durante toda a temporada. Mas quem diria que depois de encontrar Dodd, ele daria um tiro em sua cabeça? E quem diria que ele pediria para Peggy cortar seu cabelo?

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Tudo em Fargo é imprevisível. Assim, mesmo quando achamos que o destino de algum personagem está definido, ele consegue fazer algo que surpreende. Ao final do episódio, Hanzee foge, Ed e Peggy ficam com Lou e Hank, mas o que acontecerá a seguir é impossível dizer. Talvez estejamos mais perto do Massacre de Sioux Falls, citado por Lou na primeira temporada. Mas são só incertezas.

Outros comentários:

  • Karl, the Breakfast King of Loyola.
  • Apesar de toda a esperança de Lou, Betsy tem certeza que não está tomando o remédio e pede para Karl cuidar de Lou. Também acompanhamos uma ligação emocionante do casal.
  • Outra incerteza da série é como as referências à alienígenas se encaixam em toda história. No sétimo episódio, Betsy encontra muitos estudos de Hank sobre o assunto.
  • Loplop é o nome de um personagem do pintor Max Ernst. O personagem era um pássaro e também era o alter ego do artista.
  • Mike: “Yes. If I kissed you on the mouth when we met, would that be inappropriate.”
  • Peggy assiste ao filme Operation Eagle’s Nest. Novamente, Ronald Reagan aparece para salvar o dia e consequentemente, o casal que se escondia em um porão para fugir de um nazista.

Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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