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Fargo – 2×09 The Castle

Por: em 15 de dezembro de 2015

Fargo – 2×09 The Castle

Por: em

Depois de nove episódios (ou devo dizer, capítulos) de Fargo, finalmente, chegamos ao The Massacre At Sioux Falls, e ele correspondeu ao nome e às expectativas. Mesmo com tantas mortes espalhadas durante a temporada, foi difícil não se surpreender com o ato que derrubou inúmeros policiais e quase aniquilou toda a família Gerhardt. The Castle é uma grande e impressionante bagunça.

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Nesse episódio, Noah Hawley ousa e muda o formato da série. Martin Freeman, que interpretou Lester Nygaard na primeira temporada, volta para narrar a história desse episódio presente no livro The History of True Crime in Mid West. A voz de Freeman é essencial para o episódio. O ator não é um narrador comum que apenas explica o que acontece e se abstém de comentários, Freeman faz análises das complexidades que essa história pode ter.

A narração também nos ajuda a entender fatos que não estão disponíveis para os expectadores. A respeito de Hanzee, por exemplo, não tem muito sobre o que podemos falar, já que há muito pouco sobre sua história dentro de Fargo. Então, a narração cobre esses “buracos” intensionais.  O “homem dos Gergardts” é o destaque desse episódio e, de certa forma, a razão para tantas mortes, pois decide agir contra a família.

A outra parte da culpa cai sob os ombros dos policiais de Minnesota e Dakota do Sul. Liderados pelo Capitão Jeb Cheney (Wayne Duvall), eles tomam as piores decisões possíveis. Começa pela ideia de colocar um gravador em Ed para atrair a gangue de Kansas e termina na “necessidade” em desligar os comunicadores evitando que Lou consiga avisá-los que os Gerhardts estavam chegando ao hotel em Sioux Falls.

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Outros recursos são utilizados nesse episódio para tornar a história mais “palatável”. Usados durante toda a temporada, as divisões de tela e os flashbacks (muitas vezes, só em voz) foram recorrentes.

Com a traição e tantos erros, só resta para os personagens de Fargo a sorte (no caso de Hank), o talento para sobrevivência (como sempre acontece com os Blunquists) ou a interferência de uma força superior (calma, que já chegamos lá). Infelizmente, nenhuma dessas opções ajudou os Gerhardts que quando perceberam que os homem contra os quais lutavam não eram os de Kansas já era tarde demais.

Os membros mais importantes da família se foram, é claro, de formas mais significativas. Floyd foi morta pelo próprio Hanzee com uma facada. Bear, por sua vez, travou uma batalha com Lou antes de ser interrompido por uma nave alienígena, perder a concentração e dar uma brecha para o policial atirar em sua cabeça.

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Quando Mike, acompanhado como sempre por Kitchen, chega ao hotel, ele só diz “okay then” e se afasta do massacre. Hanzee fez mais do que os homens de Kansas foram capazes, mas pelo menos eles sairam vivos dessa.

Chegamos então ao momento mais ficcional de toda série. No momento mais caloroso do massacre, uma nave se aproxima da cena e ilumina alguns pontos. A nave – ou seria melhor dizer, quem a habita – os observa durante alguns instantes e depois vai embora.

A série e nem seu narrador fornecem uma explicação científica ou no mínimo racional para esse acontecimento, mas a presença de seres extraterrestres é muito apropriada. Sempre nos perguntamos como todas as referências de UFOs se encaixariam na narrativa de Fargo. Mais do que um tributo a ascensão do sci-fi na cultura pop da década de 70, a série construía esse momento, quando uma interferência superior seria necessária e Lou pode agradecê-la, mas nunca explicá-la.

Além disso, como somos lembrados no início de todo episódio, Fargo é uma história “verídica”, isso quer dizer que ela é passada de boca a boca até nós e narrativas assim permitem absurdos nesse sentido.

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No entanto, nem as “interferências” mais poderosas conseguem evitar os piores momentos. Betsy foi derrubada pelo câncer e foi testemunhada por Molly, que correu para a cozinha mostrar um desenho que ela fez. É uma cena de partir o coração e não precisa de teorias ou explicações. Novamente, em meio a tanto sangue, são as mortes mais parecidas com a nossa realidade que mais comovem.

Mas – se serve de consolo – ainda temos mais 40 minutos e mais mortes ainda podem acontecer. Quais serão as consequências do massacre? Será que Ed e Peggy conseguiram sobreviver? Ou Hanzee consegue dar um fim ao casal? Antes disso, me conte o que achou do episódio nos comentários!

Outras observações:

  • Na loja que Hanzee ataca no começo do episódio, há mais duas referências à aliens. Um poster na parede e um adesivo escrito “We’re not alone” perto de onde ele pega as chaves.
  • Bear: “We’ll be together again… in high”. Ele só não achou que seria tão logo.
  • Peggy: “It’s just a flying saucer, Ed. Let’s go!” 

 

 

 


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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