O 4º episódio de Fear The Walking Dead mais uma vez foi eficiente em construir um clima de tensão. Depois de The Dog terminar com o exército aparecendo para “salvar o dia”, eu já esperava a configuração de falsa segurança instalada por eles – afinal, depois de 5 temporadas de The Walking Dead (com a fazenda, Woodburry, prisão e Alexandria), nós sabemos que “paz sem voz, não é paz é medo”.
O “problema” em saber o que reserva o futuro é que mais uma vez nós, espectadores somos colocados em uma posição de realmente saber que tudo aquilo alí não vai funcionar, então personagens que optam por ser complacentes como Travis acabam nos irritando um pouco. Mas não podemos julgá-lo (não ainda). Todos os que estão vivos no contexto da série ainda coziam suas esperanças de que as coisas podem voltar ao normal, afinal não faz nem um mês desde que tudo começou.
Tudo o que é dito e feito nesse estado de sítio em que os protagonistas se encontram pode e deve ser questionado. O encaminhamento de pessoas doentes e frágeis para uma “instalação médica há 15 minutinhos” está fadada à ser uma tragédia. Não sei se eles matam de pronto, mas certo de que deve ter algo haver com experimentos ou algo do gênero. Ou por qual motivo eles teriam levado o Nick Winehouse com eles?
Falando no Voldemort, como foi bom ver a Madison descendo o cacete nele. A mulher tem todo o direito. Ela se preocupa e se arrisca para fazer a desintoxicação paleativa do filho e quando vê, ele vem se drogando com outros meios. Entendo que um vício em drogas é quase como uma doença, mas o em um apocalipse zumbi em família, não há espaço para esse tipo de egoísmo.
Ainda sobre Maddie, estou gostando muito da personagem. Diferente da insuportável da Lori nas primeiras temporadas de TWD, eles trataram de colocar uma mulher de atitude que não aceita meias palavras. Depois de Chris lhe mostrar o vídeo com uma misteriosa luz piscando em uma janela, deixando incerto o que estava acontecendo fora das cercas, ela não se fez de rogada e saiu para ver a situação – sozinha. Tem que ter coragem para fazer uma coisas dessas, perigando levar um tiro se vista pulando a cerca.
Como já esperávamos, não só os infectados estavam sendo eliminados. Maddie viu pessoas que pareciam saudáveis executadas pelas ruas, sem nenhuma humanidade, mostrando que o problema foi contingenciado de maneira torta desde o princípio. Já sabemos onde esse despreparo levou o mundo, mas foi interessante ver a maneira com que ela lidou com toda aquela informação.
Chegando em casa ela encontra o patriarca Salazar e não pisa em ovos em dividir tudo o que viu com ele. Daniel teve uma infância difícil, parece que ele sabe que tudo aquilo aí é enxugação de gelo e que eles podem estar fadados por aceitar ajuda de quem se coloca como solução. Ele sabe do risco que corre e pede que Madison cuide de sua filha caso aconteça algo com ele.
Ofelia está comodamente flertando com um dos militares. Sua hesitação em dar mais liberdades ao rapaz logo é explicada pelo fato de ficar claro que ela só está se sujeitando àquilo para obter alguma vantagem no que tange acesso aos remédios para sua mãe. Definitivamente as mulheres dessa série estão sabendo jogar melhor que os homens. Até Liza no final, creio que absorta pela culpa de ver o filho da atual esposa do seu ex levado a força pela dra. Exner e o exército, aceita ir com eles para ajudar no que eles estão fazendo com essas pessoas.
Travis, depois de ver o medo de um pai de família e dentro da sua própria casa, ao ter uma arma apontada para o filho, começa finalmente a sair das nuvens e ver que ele precisa parar de se enganar. A subida dele no telhado, ao final do episódio, representou muito mais de que uma meninice do professor. Em um episódio em que nenhum zumbi apareceu para cumprir missão, Travis realiza que não só deles que é preciso se ter medo. Ao ver que o inocente reflexo realmente se tratava de tiros, sua expressão deixou claro que ele finalmente vai começar a reagir de acordo com a situação.
Há dois episódios do fim, Fear The Walking Dead mudou o curso da sua história. Não são somente os zumbis que espreitam a disfuncional família protagonista, eles agora precisão encontrar um meio de se protegem de quem eles sempre confiaram. Acredito que teremos muita tensão, ação e (por favor) zumbis a partir de agora.
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O que você achou do episódio? Gostou de como as coisas foram desenvolvidas? Fique a vontade para comentar e complementar a resenha.
Observações:
– Alicia, depois de ser alienada, parece que também já entendeu que talvez eles estejam destinados à um futuro nada auspicioso. A menina situou a mãe e o padrasto por conta de uma briga besta.
– Não sei se agora Madison vai estar disposta a sacrificar sua beleza por Liza, ela deve focar somente em dar um jeito de resgatar o filho. Pelo que já conhecemos de Maddie, ela não vai ficar sentada esperando por respostas.
– Acho que Daniel deve se juntar à ela em uma eventual incursão na “instalação médica”. Será que ele vai encontrar a esposa ainda viva?
– Será que – diferentemente de TWD – teremos uma mulher assumindo um papel de comando? Seria bom, gosto de mulheres que chutam bundas!
– Ofelia também deve usar sua “posição privilegiada” para conseguir ajudar Maddie e o pai a resgatar os entes queridos. Será que o militar vai acabar se dando mal ou se bandeando para o lado dos civis?
– Frank Dillane está arrebentando.
– Foi legal ver a cumplicidade entre Alicia e Nick.
