Não sei se vocês tem a mesma impressão, mas Fear The Walking Dead não decolou ainda. A bolha de expectativa criada ao redor do spin off de um dos maiores fenômenos recentes da TV e cultura pop (é sim, aceitem), murchou um pouco depois do que nos foi apresentado nessa 1ª temporada que eu classificaria apenas como OK.
E isso não acontece por falta de recursos e curiosidade. Todos nós gostaríamos de saber e conhecer o início do apocalipse zumbi mostrado em The Walking Dead, ou um período que poderia ser designado como “O que aconteceu enquanto o Rick dormia?”. Faltou tensão, faltou violência, faltou drama…e faltam zumbis! A gente sabe que todos se orgulham de tanto TWD quando Fear serem um show sobre pessoas e não zumbis etc e tal, mas precisa levar isso tanto ao pé da letra? Ainda mais quando as pessoas (no presente caso) não foram capazes de despertar nenhuma empatia do público?
A ideia de ver tudo começando em um lugar tão solar e famoso quanto Los Angeles foi sedutora, mas não nos foi mostrado quase nada! As coisas começaram e os militares já chegaram criando a “zona segura” justamente no bairro dos protagonistas. Aliás, eles foram completamente passivos ao aceitar essa realidade. Como eu disse em outra resenha, falta um pouco de verossimilhança. Em um mundo já integrado pela internet (em tese os fatos se passam há 6 anos), ninguém nem cogitou usar a palavra zumbi para explicar o fenômeno? Tudo o que você conhece caindo por terra e você aceita jogar banco imobiliário com a sua mãe? As pessoas em Fear agem como nós nunca faríamos, sentar em casa em uma crise inexplicável sem tentar descobrir o que está acontecendo.
Estou dizendo isso porque quase nada do que aconteceu em Colbat conseguiu me chamar atenção – a não ser talvez pelo arco que estão construído para o Daniel Salazar, de longe um dos personagens mais cheio de nuances e facetas estabelecidas até então. Ou pelo curioso homem que está dividindo a cela com Nick, o tal de Strand. Mas vou tentar comentar os acontecimentos, para tentar depreender o que devemos esperar no season finale semana que vem.
Uma das coisas que aprendemos em Colbat é que os militares (obviamente) estão tão assustados (ou mais) quanto as pessoas à quem eles estão “protegendo”. Já no início fica claro de que os soldados não conseguem enxergar nenhum significado para o que estão fazendo ali, agindo até de forma mais humana do que os nossos protagonistas. Eles questionam, brigam, reclamam e querem encontrar suas próprias famílias. Depois de Ofelia tacar umas pedras neles, o namoradinho dela tenta contemporizar a situação e acaba preso no porão com o sogro. Foi interessante ver como Madison mais uma vez mostrou que no caso de Fear, parece que teremos em breve uma mulher como líder, em contraposição de Rick. Ela aceitou numa boa a tortura de Salazar para conseguir informações sobre uma tal operação Colbat que estava sendo comentada na rádio do militar.
Enquanto isso, Travis continua com seu compasso moral intacto, ainda acreditando em historinha para boi dormir. Por mais que ele tenha bom coração e esteja determinado em continuar vendo o melhor das pessoas, é sim um pouco frustrante para nós já escolados por The Walking Dead. Ele é uma receita viva para um final infeliz ambulante. Por ser um dos protagonistas de Fear acredito que haverá um ponto de virada (como o tiro que Rick deu em Sophia) e se deus quiser ele será no season finale. Travis precisa de uma injeção de atitude para ajudar sua família sobreviver a tudo.
Mesmo sendo um dos pontos fracos até entrão, foi por causa do professor que nós tivemos zumbis e um pouco de ação no episódio. Vemos, cientes de que eles estão fazendo tudo errado, como o exército está lidando com a emergência. Tiros, granadas…eles realmente não sabem de nada. Terminamos com o superior Moyers morto, supostamente pelos Walkers.
Voltando para o subúrbio residencial, Daniel consegue fazer o namorado da filha revelar que Colbat significa a ordem para os militares saírem de Los Angeles, não sem antes matar todos os seres humanos que alí vivem. Isso seria uma garantia de que nenhum deles viraria um morto vivo. Mas que maneira zero ortodoxa, né? Fear ganharia muito se mostrasse quem está dando essas ordens, ou se ainda há alguém no comando – algum presidente, um general de alta patente…sei lá.
Porque não deixa de ser um pouco implausível. Nós estamos cansados de ver governos tomando atitudes horríveis contra sua populações por objetivo questionáveis, é só abrir o jornal. Mas diante de uma epidemia mortal como essa, porque matar pessoas saudáveis? Ora, eu até entendo fazerem isso com moribundos e doentes, mas de resto não.
Já no “hospital” criado pelos militares, realmente parece que as pessoas estão sendo selecionadas para morrer e outras tratadas. Quem e o que foi aquele homem fazendo jogo psicológico com o vizinho de Travis e Madinson, fazendo com que ele fosse levado (sem sombra de dúvidas) para o abate. Vimos que ele conseguiu, corrompendo soldados, a chave da sua cela e que acredita que Nick seja de grande ajuda para sua futura fuga.
Já Liza está ajudando Exner no tratamento de feridos e doentes. Ainda não entendi qual é a dessa médica, mas também não estou interessada. A ex-mulher de Travis está visivelmente preocupada com Griselda e Nick, e no final, sem surpresas a mãe de Ofélia morre e Liza toma a frente para evitar que ela volte como zumbi. O episódio terminou com Daniel encarando uma porta que me lembrou muito a cena de Rick vendo a porta do “Don’t Open, Dead Inside” lá no piloto de The Walking Dead.
Foi isso. Semana que vem já é o season finale e Fear já tem a sua 2ª temporada garantida em 2016. O que podemos esperar? Eu gosto da ideia dos protagonistas escapando e indo ao resgate de Nick e Liza (que devem permanecer separados). Pode ser que tenhamos um season finale de encontros e desencontros, e se Odin quiser, com uma horda de zumbis para dar emoção. Não sei se os militares vão levar para frente as ordens para executar os sobreviventes. Vimos nessa semana que os soldados também estão desnorteados querendo informações de suas respectivas famílias. Mas eles e suas armas devem ser também um elemento importante para o final da temporada.
Confira a promo de The Good Man, que vai ao ar dia 4 de outubro.
E você? Também achando que a série ainda não decolou? Fique a vontade para comentar e complementar a resenha!
Observações:
– Será que Alicia e Chris vão ter algum envolvimento? Espero que não. Gostei da aproximação dos dois e espero que seja algo fraternal.
– Fear The Walking Dead iria originalmente se chamar Colbat, ou talvez The Walking Dead: Colbat. Então, pode ser que antes o foco da história fosse o conflito entre militares e civis.
– Meus personagens “favoritos” até então são a Madison, Nick e o Seu Salazar.
