Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Flarrow – 2×08 Legends of Today (1)/4×08 Legends of Yesterday (2) (Crossover)

Por: em 3 de dezembro de 2015

Flarrow – 2×08 Legends of Today (1)/4×08 Legends of Yesterday (2) (Crossover)

Por: em

Vem cá, dá a mão pro tio que o negócio foi pesado.

flarrow-herois

São exatamente duas da manhã. Acabei de ver a segunda parte do crossover entre The Flash/Arrow e já tinha decidido por deixar essa review para amanhã, mas foi impossível lutar contra a vontade de escrever. Então se a vontade está aqui, aproveitemos dela.

Primeiro, algumas explicações: talvez você não saiba, mas a CW decidiu fazer anualmente um encontro entre as suas séries de herói, garantindo um entretenimento de qualidade para nós, fãs do gênero. Ano passado, tivemos um encontro como esse, só que a situação era outra: como Flash estava na sua primeira temporada, os produtores decidiram que mesmo com uma trama ‘contínua’, os espectadores poderiam consumir os episódios de maneira independente, o que não foi o caso desse ano. Duas horas – ou melhor, 80 minutos – com uma única trama, que para o entendimento pleno, precisa das duas partes. Por isso, seguimos a tendência lançada pela produção (repararam no título Flarrow?) e fizemos um único texto colaborativo.

Além disso tudo, há muito já se fala que o crossover ia servir como introdução para a mais nova trama da DC no universo televisivo, Legends of Tomorrow – o que de fato aconteceu (a alusão ao novo drama da CW já começa nos títulos dos episódios). Enquanto personagens novos foram introduzidos, vimos chegar um grande personagem que promete movimentar a trama da nova série e ocupando o papel de um dos maiores vilões que já vimos até aqui: Vandal Savage. Mas, exploremos aos poucos. Sua chegada na trama se dá de maneira corriqueira, como qualquer um dos crimes que acontece em Central City. É só depois que contata Kendra Saunders, até então só uma mera garçonete, que podemos entender o que realmente quer: a morte da garota.

flarrow-kendra

Kendra é uma boa personagem? Talvez. Ainda é muito cedo para dizer, até porque seus dentes me incomodam um pouco (precisava compartilhar isso), mas sua introdução foi bastante apressada. De interesse amoroso de Cisco, ela passou a parte fundamental da compreensão na chegada de Vandal. E é aí que vemos a primeira hora do crossover se deslocar para Star City, quando Barry pede ajuda de Oliver para proteger a garota. São muitos os pontos interessantes, mas já começo falando que a interação entre os elencos não poderia ser melhor. De verdade, sempre que estão juntos, parece como uma série só e isso é realmente difícil de se ver. Fora que transpassa a tela o quanto eles se gostam e querem estar juntos. Em entrevista recente, Grant Gustin (Barry) falou sobre o quão especiais eram esses momentos e que cada vez que se via ao lado de Stephen, naqueles uniformes, eles se tocavam do quanto o trabalho que faziam era mágico – e eu consegui sentir isso em tela.

Sem tempo a perder, logo somos introduzidos a Carter Hall, ou melhor dizendo, Homem-Gavião. Em uma trama bastante inesperada, descobrimos que Carter e Kendra estão ligados por muitas e muitas vidas, sempre derrotados por Vandal, que aumenta seu poder com essas mortes sequenciais – sim, ele é um imortal. Vale apontar aqui que, mas uma vez, as séries trabalham com o campo do misticismo e de coisas que não são facilmente explicáveis, como os meta-humanos ou os bandidos comuns que já estamos acostumados. Isso é de um ganho enorme, já que abre campos novos para os personagens e eleva a régua no quesito dificuldade de combater esses vilões da temporada. E uma breve pausa para comentar Flash livrando Arqueiro das garras de Damien Darhk, em uma cena de ação espetacular (o que foi aquele pulo do team Arrow de cima da van??????).

flarrow-destino

Os flashbacks foram baseados em 10 mandamentos (que já está disponível no Netflix para quem quiser ver ou rever), talvez, mas foram bastante ilustrativos para pontuar de onde começava essa história que atravessa gerações e que chega aos tempos atuais, colocando todos que conhecemos em risco. Enquanto Kendra descobria mais dos seus poderes (que ficamos um pouco sem saber quais eram, além das asas), o tempo era um claro inimigo. Apressados para resolver a situação, Barry e Oliver acabam seguindo um caminho de decisões precipitadas – guiados por Malcolm e a Liga dos Assassinos -, culminando na fatalidade que vimos na segunda parte do crossover. Aquela cena me fez levantar da cama e assistir o resto do episódio agoniado. Ver todos os nossos personagens morrendo foi desesperador e só então começou a fazer um pouco mais de sentido a sombra que Barry viu durante uma de suas corridas.

Viagem no tempo. Se tudo que estava rolando no episódio ainda não era bom o suficiente para você dar uma surtada de leve, tivemos a cereja do bolo com Barry tendo que voltar no tempo para reparar os erros de um plano mal pensado e ainda pior executado. Agora com a ajuda da derrota no futuro, ele pode alertar Oliver e, juntos, pensarem em uma maneira de evitar que a tragédia se repetisse. Assim chegamos a uma cena com um número absurdo de gente vestindo couro, para nenhum maníaco por heróis botar defeito. É isso que a gente quer ver, pancadaria. Todo mundo lutando. Grito da canário. Flecha para tudo que é lado. E Vandal Savage derrotado.

flarrow-vandal savage

Derrotado? Claro que não – primeiro porque ele é o mote do spin-off que está por vir; depois, não podemos esperar que um cara ‘imortal’, que percorreu eras por aí, poderia ser facilmente abalado; e, por fim, se você ainda duvidava, os minutos finais mostraram que Vandal e Malcolm são possíveis aliados e isso foi só parte de mais um plano obscuro. Cara, adoro quando sou feito de trouxa assim. É óbvio que sua ‘alma’ está aprisionada, de alguma maneira, naquelas cinzas e que todo o teatro foi uma maneira de despistar suas reais intenções, que só vamos conhecer lá no futuro, quando a nova série estrear.

Senti falta de Ray Palmer e Sara nesse episódio. Entendo que a logística da gravação deve ser praticamente impossível, mas queria vê-los na ação e até pensei que veríamos o surgimento da Canário Branco agora, o que foi guardado para o novo show. Pequenas decepções de lado, voltemos ao episódio. Toda vez que uma viagem no tempo acontece e os fatos futuros são alterados, a consequência aparece. Esse era o medo de Barry, totalmente plausível. Nos 80 minutos de episódio, não vimos nada acontecer, o que me leva a pensar no túmulo que vimos lá no primeiro episódio da temporada de Arrow. Seria esse o preço que Oliver está pagando por salvar a vida de todos os seus? Mas, ao mesmo tempo, podemos questionar do porquê somente Oliver pagaria por essa alteração? Será que veremos os impactos disso pelos lados de Central City? A loucura que envolve viagem no tempo abre campo para inúmeras especulações, então soltem suas teorias por aqui.

flarrow-jay garrick

Deixando de lado as tramas comuns, cada série se prestou a desenvolver, mesmo que brevemente, plots individuais, mais ligados aos seus respectivos personagens. No episódio de Flash, por exemplo, vimos a aproximação entre Wells e Caitlin no desenvolvimento do Velocity 6, uma droga que serve para impulsionar a aceleração no corpo dos velocistas, o que poderia impactar diretamente nos resultados de Barry e ajudá-lo a combater Zoom. E quem melhor para testar os efeitos da droga que um ex-velocista? Jay Garrick se mostrou completamente contrariado, acabando por se injetar somente quando se viu sem opção – mesmo assim deixando claro que aquilo não se repetiria. Para os fãs dos quadrinhos, o Velocity 6 pode ser um percussor do Velocity 9, substância que dá o poder da velocidade para Jesse Quick, por exemplo.

Vimos também as consequências das mentiras contadas para Patty. Ao deparar com Wells, que deveria estar morto para o mundo, ela se viu sem escolha a não ser tomar uma iniciativa mais drástica, levando o cientista a condição entre a vida e a morte. Só espero que isso não influencie diretamente no seu relacionamento com Barry, visto que a questão foi bem mal trabalhada na transição de um episódio para outro. Não rolando drama por causa disso, já fico mais feliz, porque não tô afim de ver o ship sendo estragado por lenga desnecessária.

flarrow-oliver e william

Para o lado de Oliver, vimos o desenvolvimento da trama de descoberta do seu filho. Para quem não lembra, lá na segunda temporada, descobrimos que Moira paga uma das ex-namoradas de Oliver para que nunca contasse a ele sobre a continuidade da gravidez. Hoje, nove (?) anos depois, nosso arqueiro finalmente descobre a verdade. Gostei que a condução dessa história foi bem orgânica, considerando o pano de fundo da série, claro. Primeiramente, era óbvio que Oliver duvidaria da capacidade da mãe esconder algo assim dele. Depois, era normal o tempo que precisava para assimilar a informação, a mudança de perspectiva que aquilo traz para a sua vida, tornando todo o seu embate com Felicity um pouco precipitado da parte dela. Ainda não sabemos se William entra na trama de maneira definitiva, mas é bom ver que o roteiro se preocupou em contar essa parte da vida de Oliver.

E seja na linha temporal original ou na alterada, Oliver manteve sua promessa e omitiu o filho de Felicity, o que certamente trará consequências para o relacionamento dos dois. Mesmo sabendo que toda a sua vida foi sustentada de mentiras e vendo o quanto sofreu com isso, Oliver insiste em manter segredos – errando mais e mais, até não ter mais volta. Tomara que esse não seja só um motivo forçado para criar um conflito no casal, que fez uma temporada muito boa até aqui.

Alguns momentos marcantes: 

  • O corte da cena em que Barry sugere pedir ajuda aos amigos de Star City, apontando que eles não poderiam estar muito ocupados para a situação caótica do Arqueiro e sua equipe foi demais.
  • Você não sente frio?” – Barry sobre o novo uniforme de Oliver.
  • É assim que você se sente namorando ela?”/“Mais contusões que Deathstroke” – Oliver sobre o relacionamento com Felicity.
  • Cisco tentando mudar o codinome de Thea – pior que ele realmente poderia sugerir algo melhor que Speedy.
  • Morri de rir com Barry perguntando se aquela era a única maneira da Liga e Malcolm surgirem, sempre sorrateiros.
  • Cisco: Knowing the future might change the present which might change the future.
    Barry: What?
    Cisco: My head hurts. – Te entendemos.
  • “Oh, I get it, you shoot arrows, you give love tips, it’s like you’re cupid or something” – Cisco sobre o nosso querido Arqueiro.
  • Aquele abraço de Barry e Oliver no final. Sério, explorem mais esse bromance produção!

flarrow-abraço

 


 

Coisa maravilhosa, né não? Eu queria um desse por semana. Achei incrível a maneira como as histórias se conectaram, como o universo de Legends foi introduzido e como o elenco consegue se reunir de maneira tão única. Todos, absolutamente todos, conseguiram brilhar. Agora meus amigos, é esperar o fall finale.

E agora eu vou dormir que logo menos estou embarcando para trazer as novidades da CCXP 2015 para vocês! Até semana que vem!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

×