O segundo episódio da temporada de estreia de Frequency veio com a intenção de firmar a narrativa que a produção pretende seguir em diante. Pelo contrário do que estamos já acostumados a ver por aí em produções que trabalham com a ficção, sobretudo a viagem no tempo que é o assunto em questão aqui, a série passa longe de tratar do mérito científico ou das possibilidades dentro disso, o show busca tratar das interferências no presente, uma vez que se mexe no passado da uma forma mais íntima e como esse efeito borboleta pode atrapalhar a realidade que se vive.

Esse foi o grande diferencial que a série apresentou para nós nessa semana, além de uma história policial incomum com elementos sobrenaturais, o enredo tentou desenvolver o quanto as ações do passado podem interferir diretamente no que acontece aqui no presente. Demorou um pouco, mas Raimy conseguiu enxergar isso, e não culpo a policial por estar inicialmente cega pelo desejo de salvar sua mãe, porém cada vez que ela interferia lá no passado, a percepção aqui era diferente, seu pai ficou vivo, e isso custou a vida de sua mãe, o assassino do Rouxinol se afasta cada vez mais, Daniel não é mais seu noivo, a possibilidade de mudar o passado vem com um peso gigante para o que acontece atualmente na vida de Raimy, e Signal and Noise buscou tratar disso.

Eu torço de verdade para que a série não se perca durante o caminho, afinal ela está mexendo com possibilidades infinitas, temos uma solução fácil ou difícil para cada história que propõe a contar. A trama policial em si é toda muito boa, mas não deixo de pensar que está no lugar errado, afinal drama criminal não é exatamente aquilo que a CW se propõe a exibir na maioria de sua grade. Então é um pezinho atrás que fica, como veremos um desembolar de história interessante para o caso de corrupção dentro da polícia e como a vida de Frank Sullivan vai se resolver nesse quesito, até o momento o que parece é que está indo para direção alguma, porém estamos apenas no segundo episódio ainda e tem muito caminho para andar. Por outro lado, toda essa história sobre família e reatar laços é outro plot forte e muito interessante, enquanto o pai tenta se reaproximar de sua família, a filha lida com tudo que enfrenta sozinha no seu presente.

Mesmo com um episódio morno nos seus minutos iniciais, na segunda metade do episódio Frequency encontrou a energia que precisava. Todo o mérito da ficção e viagem no tempo funciona somente como um pano de fundo muito bom, mas a série ainda trabalha em cima dos seus personagens e suas histórias, sobre seus laços em família, e volto a elogiar a química que Riley Smith e Peyton List possuem nos seus papeis de pai e filha.

A série estabeleceu no seu segundo episódio como pretende seguir seu ritmo e espero que funcione, já que a ideia é boa. Deu para perceber que ela vai se desenvolver lentamente, então o leque de opções, principalmente quando se mexe com situações sobrenaturais, se estende para uma temporada muito boa. Porém, espero que tenham cuidado, afinal, para o tiro sair pela culatra é muito fácil ali, já que não estão mexendo com um assunto fácil. Enfim, temos uma história que merece ser contada direito e um elenco que ajuda nisso, e para um segundo episódio, a série se desenvolveu muito bem, criando perguntas suficientes para nos deixar entusiasmados com a narrativa.

Observações:

• Mexer com a linha do tempo? Barry Allen aproves!
• “Wibbily woobly timey wimey” (Doctor Who feelings).
• Confesso que primeiro quis bater na Raimy por não responder a mãe dela no rádio.
• Tenho para mim que o Goff ainda não é o assassino do Rouxinol.