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Frequency – 1×03 The Near Far Problem / 1×04 Bleed Over

Por: em 29 de outubro de 2016

Frequency – 1×03 The Near Far Problem / 1×04 Bleed Over

Por: em

Frequency tenta construir e nos entregar uma história sólida e, no mínimo, interessante. Porém, o que de fato o que acontece é alguns tropeços no caminho, enquanto seu roteiro lança mão de clichês para segurar um bom filler no início da temporada. Nessas duas semanas o que se enredo nos entregou foram duas extremidades completamente diferentes de uma mesma história, enquanto The Near Far Problem pouco trabalhou em cima de sua narrativa, Bleed Over, por outro lado, nos entregou um episódio objetivo e interessante do início ao fim.

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Toda aquela história de Thomas Goff ser o assassino do Rouxinol não passou de uma boa e velha enrolação, enquanto tentavam decidir o que fazer com a trama maior. Mas já era de se esperar, não é clássico de produção alguma resolver seu mistério logo de início (a não ser que isso faça parte da própria característica da série), portanto, ainda que tudo apontasse para Goff, não foi bem assim que as coisas se resolveram, servindo mais como um episódio semanal, com um caso desconexo daquilo que realmente queremos ver sendo desenvolvido. Mas seria erro meu dizer que o episódio foi de tudo desperdiçado, ainda que se arrastasse em seus minutos, algumas coisas úteis ainda podem ser retiradas.

Quanto mais o assassino se distancia, proporcional era o desespero de Raimy, e esse sentimento foi bastante desenvolvido no terceiro episódio da temporada. A detetive voltou-se para o caso e tentar honrar a memória de sua mãe capturando a pessoa responsável pela morte dela, esse foco em obter justiça pela mãe quase a levou distante demais quando se propôs a matar Goff uma vez que o capturou. É muito interessante, e sutil também, sua reação quanto à morte Jullie, uma vez que Sullivan possui memória de ambas as vidas que teve, por um lado não deixa de lamentar por tê-la perdido e ainda assim tem todas as lembranças de 20 anos ao lado da mesma.

O episódio ainda se propôs a desenvolver melhor seus demais personagens, Gordo é um deles que sempre aparecia, mas tivemos poucas cenas do amigo da detetive. Daniel também teve sua cota de aparições por episódio. Lógico que a CW vai lançar mãos desses episódios vazios, porém cheios de clichês que lá na frente podem fazer alguma diferença. Afinal Daniel surgir no bar e compartilhar todo aquele momento de “eu venho aos domingos aqui” não foi enfiado atoa ali. Porém o que ainda não descobriram parece é que é perfeitamente possível fazer um episódio que sirva tanto para trabalhar em seus personagens, quanto para desenvolver sua história.

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Bleed Over, por sua vez, mostrou isso que acabei de dizer. O episódio trabalhou mais um pouco em cima de seus protagonistas, sobre tudo Raimy, e ainda nos forneceu algumas pistas sobe quem é o Rouxinol. Alguns pontos que ficaram em aberto no seu predecessor foram trabalhados mais aqui, como a vida social de Raimy, que estava completamente ausente, a amizade entre a detetive e Gordo e o relacionamento entre pai e filha, protagonistas do show. Sobretudo, o ponto alto do episódio era quando finalmente avançavam na sua história e deram algumas dicas sobre o assassino.

Uma das vítimas que o Rouxinol fez lá em 1996 foi uma criança, que conseguiu escapar do serial killer, e nos dias atuais deu um trabalho para a polícia quando armou um verdadeiro teatro para chamar atenção. Ver Frank atuando no passado em conjunto com sua filha, enquanto ela realizava sua tarefa aqui, foi extremamente satisfatório e parece que os dois finalmente começam a entender como se ajudar sem que isso prejudique tanto a linha do tempo de Raimy. Todo esse ritmo do episódio de finalmente terem uma pista sólida em cima do assassino criou uma atmosfera eletrizante e fez com que Bleed Over disparasse enquanto um dos melhores capítulos até aqui. Trazer uma das vítimas do rouxinol para o presente foi uma jogada boa, o que pode causar alguns problemas nos dias atuais, tanto para a policial, quanto para Eva, que creio que esta não tenha sido sua única aparição, já que a força-tarefa para capturar o psicopata chega cada vez mais próxima de respostas.

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O deslize maior nessa semana, que fez com que eu gritasse diante da tela enquanto o acompanhava, foi a estupidez com a qual Frank agiu. Uma burrice sem precedentes para um policial que, além de já ter trabalhado disfarçado, deveria saber como abordar um criminoso. No passado, Frank investigava Eva quando tinha acabado de escapar do Rouxinol, e como disse, o fato de trabalhar junto de Raimy no presente, acabou os ajudando a terem pistas bem mais sólidas para alcançar o assassino. Agora todo policial, ou qualquer um que no mínimo assista uma série procedural na sua grade, sabe que não se deve simplesmente sair do carro, abordar o outro, que pode muito bem ser um assassino psicopata, que está a metros de você, apresentar seu distintivo e achar que essa pessoa vai descer do carro simplesmente assim. Essa cena me deu vontade de sacudir o Frank e dizer: “o que você está pensando, meu filho?”. A cena final com o suspeito queimando o carro colocou a investigação de volta à estaca zero e todo o avanço no episódio se resumiu em um momento que acabou com todo esse desenvolvimento, parabéns Frank.

A minha lista de suspeitos ainda não tem nenhuma aposta, mas já podemos fazer um quadrinho mental e anotar as dicas que nos dão até o momento:

  • Jovem, cabelo escuro, sempre está de óculos e usa um capuz ocasionalmente. Dirigia uma caminhonete, mas agora graças ao Frank, não mais.
  • Persegue e vigia suas vítimas por semanas antes de sequestra-las, isso mostra que ele tem tempo para se dedicar à isso.
  • As vítimas são sempre mulheres e enfermeiras, Eva foi só um “dano colateral” por estar com a mãe no momento da abordagem.

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Alguém já tem alguma aposta sobre quem é o Assassino do Rouxinol?

“So, you’re afraid to sleep with the guy at work who you don’t remember because you’d be cheating on the guy who doesn’t remember you? Shame.” (Gordo, melhor pessoa nessa série). 


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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