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Frequency – 1×05 Seven Three / 1×06 Deviation

Por: em 12 de novembro de 2016

Frequency – 1×05 Seven Three / 1×06 Deviation

Por: em

Seven Three

Enquanto Frequency pouco avança na sua trama principal, Seven Three foi o episódio que atingiu um nível de exaustão terrível para a série estreante da CW. O quinto capítulo propôs-se a nos dar uma outra visão de seus demais personagens, deixando de lado um pouco da saga do pai e filha, protagonistas do show, mas nessa jogada se esqueceram de um elemento essencial, a trama sólida.

Frequency -- "Seven Three" -- Image Number: FRQ104a_0321.jpg -- Pictured (L-R): Peyton List as Raimy and Riley Smith as Frank -- Photo: Michael Courtney /The CW -- © 2016 The CW Network, LLC. All rights reserved.

A parte procedural da história é fraca, e episódios como esse parece que vão se repetir ao longo de sua primeira temporada, que ainda não acertou no ritmo. Embora alguns fillers sejam necessários aqui e ali para preencher a temporada, cá estamos no quinto episódio e o roteiro parece perdido quanto ao ritmo da narrativa. Alguns episódios são uma mistura pura de êxtase, enquanto outros apresentam uma queda considerável na qualidade. Se a produção pretende utilizar esses artifícios mais vezes, precisam acertar na execução para que o episódio não se torne arrastado como foi Seven Three.

Stan Moreno ganhou um foco nesta semana, bem como toda a trama da corrupção no departamento da polícia. O policial, que anteriormente serviu apenas como um pivô para um clima de tensão na estreia da série, retornou para trazer esta mesma atmosfera angustiante de injustiça dentro da própria polícia. Arrisco dizer que a história foi mal trabalhada, o que provocou a queda na qualidade do próprio episódio, porém seu ponto negativo, serviu, quanto muito, para elevar algumas qualidades neste capítulo.

A série trabalhou, até aqui, o pai e filha, ambos policiais e agindo separadamente na época que os competia. No entanto, a mudança de foco do Assassino do Rouxinol, para a situação interna do departamento, nos deu outro ponto de vista do relacionamento dos dois, atuando juntos em 2008. Essa possibilidade de vê-los atuando juntos como uma equipe nos proporcionou uma nova perspectiva muito mais temporal dá série. A questão da linha temporal da série é algo que permanece sendo o ponto alto do show, quando sabem usá-la bem. Foi legal ver os desdobramentos de cada linha do tempo, uma na qual Raimy atuava com seu pai, enquanto na outra tinha como seu mentor Stan Moreno, e principalmente como este último fazia a cabeça da jovem detetive quanto o caráter de seu pai.

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Foi muito sutil a abordagem nas questões acerca do seu elemento temporal, como Frank não mencionou à filha quanto suas conversas no futuro e o cuidado em não interferir mais no curso desta linha. Cada episódio em que utilizam esta jogada surge uma sensação de inquietação por não saber como será o desembolar disto tudo, principalmente o quanto essa comunicação através do tempo irá durar.

Outro ponto do episódio foi o relacionamento de Frank e Julie, que desde a estreia da temporada andava numa situação indefinida. Finalmente alguma decisão foi tomada, entretanto, sinto que essa história não vai acabar por aí. Frequency ainda precisa saber trabalhar essas tramas com melhor cuidado, para não soar repetitivo e sempre voltar ao mesmo drama de sempre, afinal, foram necessários 5 episódios para uma decisão tão definitiva quanto esta.

A série ainda precisa aprender como manter um episódio procedural interessante e que siga o mesmo nível de qualidade. Um episódio fraco, mas que serviu para sobressair outros aspectos mais interessantes, parece que a jogada de Frequency é trabalhar nos seus elementos temporais quando não tiver nada melhor para contar.

Deviation

“You have to cut off the trunk.”

Não é surpresa alguma que os episódios que mais avançam em Frequency são os que dizem respeito ao The Nightindale. O sexto capítulo na produção trabalhou bem o fator de suspense e soube capturar a atenção de seu telespectador. Os pequenos momentos neste episódio construíram uma trama interessante e que valia a pena assistir, pelo contrário do que ocorreu no episódio anterior, esta semana a série trabalhou de uma maneira mais emocional estes pequenos momentos.

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A história se aproxima do Assassino do Rouxinol, e a falta de suspeitos apresentados pelo próprio roteiro são responsáveis pelo clima de suspense presente a cada instante. Não sei dizer bem se isso é uma falta de capacidade do texto em nos apontar para outras direções, ou se trata de uma jogada esperta na qual este mesmo assassino seja alguém completamente desconhecido ou próximo aos protagonistas.

A parte emocional foi muito trabalhada nesse episódio, que não contou com grandes momentos em si, mas o drama esteve tão presente quanto a sensação angustiante provocada. Foi uma boa jogada a série trabalhar em cima da vítima, estabelecendo uma conexão com o público e Amanda, enquanto seu risco de vida aumenta. Sobretudo, o que se sobressaía eram as diferenças de opiniões entre pai e filha quanto as medidas a serem tomadas, enquanto o primeiro preferia uma abordagem que pudesse salvar Amanda de seu destino, Raimy pensava estrategicamente em algo que tivesse um resultado concreto quanto ao serial killer. E não posso culpa-la, afinal, cá estamos no sexto episódio sem muitas pistas sobre o enredo principal.

Curtis Armstrong foi uma excelente adição, interpretando Karl, um prisioneiro que prometia respostas para Raimy, que se revelou um grande oportunista. No entanto, ele teve uma grande influência sobre a detetive e suas medidas para impedir que o Assassino do Rouxinol volte a agir no presente. A morte de Amanda em 2016 repercute um efeito forte nos detetives quando o Rouxinol retorna. É notável que agora a série expande seu roteiro para criar um clima de perseguição dentro da trama, enquanto o serial killer permanece sempre um pouco mais à frente dos detetives que o perseguem. Esse novo elemento que surge pode nos garantir alguns episódios mais interessantes, principalmente com essa diferença de abordagens entre Frank e Raimy.

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Embora o episódio tenha tido um pouco de enrolação e a série siga persistente em não nos dar algumas pistas sobre quem pode ser o tal assassino, tivemos uma história mais sólida, mas há ainda muito que se melhorar dentro da saga no Nightindale e os Sullivan.



Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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