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Game of Thrones – 5×02 The House of Black and White

Por: em 21 de abril de 2015

Game of Thrones – 5×02 The House of Black and White

Por: em

A quinta temporada de Game of Thrones foi muitas vezes anunciada como uma temporada de encontros, em que personagens de diferentes núcleos começariam a ter seus caminhos entrelaçados. E depois de tantos anos de desencontros, The House of Black and White de fato começou a encaminhar a série para essas tão esperadas convergências.

arya 5x02

A única coisa da qual senti falta na premiére foi Arya, e neste segundo episódio vimos a (nem tão) pequena garota Stark chegando em Braavos.  Apesar de continuar com a sua (nem tão) grande lista da vingança, ela percebeu que Westeros não teria muito mais a acrescentar em sua jornada. Sem família, sem direito a assumir sua verdadeira identidade e livre de Sandor, ela viu na terra natal de seu professor de dança e do homem sem rosto um destino adequado para aperfeiçoar suas habilidades e parar de se esconder por um tempo.  Depois de passar três temporadas vagando de um lugar para o outro, vai ser interessante acompanhar essa nova fase da personagem em um local onde ela passa a ter certos privilégios – afinal, sua moeda e a proteção de Jaqen H’ghar parecem ser tudo o que ela precisa para sobreviver em Braavos.

Bem longe de Arya, Sansa também se afasta cada vez mais de King’s Landing  ao lado de um protetor igualmente influente e poderoso. É cada vez mais difícil enxergar qualquer traço da “little bird” na personagem de hoje em dia. A Sansa ingênua, romântica e manipulável parece ter finalmente dado lugar a uma jovem astuta, observadora e cautelosa. A desconfiança que a fez dispensar a proteção de Brienne certamente se aplica também a Petyr – em quem ela se apoia por estratégia de sobrevivência, mas nunca confia. Mas apesar de ter sido rejeitada pela (nem tão) ruiva, Brienne deixa claro que não vai desistir de protegê-la. Seria isso um indício de uma futura aliança entre as duas?

Com tantos novos cenários e ações pulverizadas, King’s Landing agora se resume basicamente a Cersei. E, bem, a rainha é uma personagem tão boa que só as suas cenas já são suficientes para prender nossos olhares à capital. Só que enquanto Arya e Sansa se fortalecem, ela vê seu poder escorrer pelos dedos depois de perder Tywin. Cersei se apoiava em seu sobrenome, em seu título, mas principalmente em seu pai. Sem ele, ela começa a perder apoio político, sua palavra já não vale tanto e as dificuldades financeiras logo começarão a bater à sua porta. Decisões equivocadas como caçar anões e colocar um estranho no posto de Lorde Varys podem cobrar seu preço em breve. Outro fator que a desestabiliza é ter a filha em Dorne, local que a rainha considera uma terra de inimigos. Enviado por ela, Jaime vai tentar “resgatar” Myrcella em uma missão “diplomática”, mas leva Bronn junto, afinal, nunca se sabe, né?

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E para deleite dos órfãos de Oberyn, finalmente vemos um pouco de Dorne, o berço dos Martell. O príncipe Doran (Selton Mello) apresentado aqui é uma versão mais sóbria e menos libertina e inflamada de seu falecido irmão: justo, sensato e paciente. Doran é contra ferir Myrcella para se vingar da família dela, o que não significa necessariamente que ele não tenha outros planos. Como sempre, a HBO caprichou nas tomadas lindíssimas de Jardins de Água e foi uma pena que nossa passagem por Dorne tenha durado tão pouco.

Mas se sobra sensatez ao príncipe Doran, infelizmente não se pode dizer o mesmo da rainha de Meereen.  Quando Daario  captura um dos Filhos da Harpia, Daenerys se vê diante de um dilema: matá-lo para demonstrar força, ou julgá-lo para demonstrar benevolência? Apesar de optar pelo segundo caminho, temendo ser comparada ao Rei Louco, a mãe dos dragões tem sua autoridade desafiada por um dos ex-escravos, que mata seu prisioneiro por conta própria. Daenerys fica diante de um nó impossível de ser desatado através de seus princípios maniqueístas, que falam em justiça, mas têm como única opção de pena, a execução. Matar um dos líderes do povo não a faz parecer mais justa, não aumenta sua popularidade com os Mestres, só a faz perder o apoio daqueles que a viam como “mãe”. Sem dragões, sem apoio político e sem o povo, só o que resta à garota Targaryen é o seu exército, então é bom que ela pare logo de provocar rebeliões, ou até eles serão dizimados.

Na matemática, negativo + negativo = positivo. Em Game of Thrones, também. Afinal, não há nenhuma outra explicação para a fórmula de juntar Stannis e a Patrulha da Noite e conseguir um resultado tão bom. Os dois núcleos mais chatos da série estão formando uma ótima parceria! Como já era esperado, o aspirante a rei tenta usar Jon para conseguir o apoio dos nortistas, e o bastardo de Winterfell fica dividido entre aceitar o sobrenome do tio pai e assumir o Norte ou manter seu juramento à Guarda. É claro que a honra fala mais alto, afinal ele é um (nem tão) Stark. Como se não bastasse escolher ficar em Castle Black, Snow ainda derrota Sor Alliser em uma votação e é agora o 998º Lorde Comandante da Patrulha da Noite.

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Algumas observações:

– Ellaria olhando Myrcella estava com uma vibe TÃO Evil Queen x Snow White que eu já estava esperando ela pedir pra alguém trazer o coração da menina.

– Arya tirou o Tywin da sua blacklist, só não sei quem é que contou que ele morreu, já que ela estava no mar e tal.

– Esta review foi digitada com os pés, porque as mãos estão desde ontem aplaudindo o discurso do Sam em favor do Jon Snow.

– Tyrion e Varys fizeram a mesma coisa que no episódio passado, só que dentro de uma carruagem, então nada mais a acrescentar.

–  Que lindeza o Drogon, gente. Que lindeza!

– Pena que usaram todo o orçamento de CG pra fazer o Drogon e usaram a equipe de efeitos especiais de OUAT pra fazer aquele (nem tão) castelo do Bronn.

The House of Black and White foi ainda mais instigante que The Wars to Come e manteve o nível dessa temporada bem alto. Os dois primeiros episódios dão o tom de um ano repleto de encontros, viradas e novas dinâmicas cada vez mais imprevisíveis. Gostou do episódio? Concorda ou discorda em algum ponto da nossa análise? Tem alguma teoria? Deixe seu comentário!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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