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Game of Thrones – 5×05 Kill the Boy

Por: em 14 de maio de 2015

Game of Thrones – 5×05 Kill the Boy

Por: em

The Wars to Come pode ter sido o primeiro episódio da quinta temporada de Game of Thrones, mas devido aos “problemas técnicos” que aconteceram nos bastidores este ano, podemos considerar Kill the Boy quase uma segunda estreia, já que o episódio voltou a reunir espectadores de todo o mundo em frente à TV para o já conhecido ritual de assistir a um capítulo inédito da série.  Apesar das expectativas altas, Kill the Boy foi bem inferior aos seus antecessores e corre o risco de se tornar um dos poucos episódios “esquecíveis” da série.

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Toda decisão significa, necessariamente, a renúncia a pelo menos um caminho. Algumas vezes a lógica e o bom senso são suficientes para mostrar qual caminho é o mais correto, em outras, é impossível ter essa certeza. No passado, vimos Ned, Robb, Theon, Joffrey, Oberyn e tantos outros pagando por decisões que obviamente levariam a um caminho minado pelas suas próprias imprudências, mas as coisas estão muito menos claras para Daenerys e Jon neste momento. Ainda que eles driblem a ingenuidade, a soberba, a imaturidade e a precipitação, continuariam com grandes chances de seguir pelo caminho errado.

A rainha de Meereen, abalada pela perda de Sor Barristan, precisa lidar com impasses políticos que parecem inconciliáveis com seus ideais. Causar temor em seus opositores, sem tornar-se tirana como o pai. Sua postura inflexível gera reações cada vez mais violentas dos Filhos da Harpia, mas ceder a eles vai contra tudo aquilo em que ela acredita. Ameaçar os chefes das famílias tradicionais com seus dragões pode impor medo por um tempo, mas também gerar contra-ataques cada vez mais implacáveis. Por outro lado, aceitar uma aliança tão forte com Hizdahr zo Loraq é correr o risco de ficar vulnerável a um inimigo, perder o apoio popular e colocar em uma posição de poder o representante daqueles a quem ela declarou uma guerra. Todas as suas alternativas têm potencial para destruí-la, principalmente agora que está sem seus principais aliados.

Ser o Comandante da Patrulha da Noite pode até não ter o glamour de ser rei de alguma coisa, mas Jon Snow já deve ter percebido que isso não torna suas responsabilidades menores. Propor uma aliança com os selvagens é um movimento arriscado de muitas formas. Ao mesmo tempo em que é uma opção lógica, por diminuir o número de vagantes brancos em potencial e aumentar  quantidade de supostos aliados, é uma estratégia que subestima os horrores que os vivos podem trazer ao mundo. Claro que um exército de zumbis assusta, mas praticamente todos os massacres que Westeros presenciou foram causados por aqueles que tinham corações batendo a todo vapor dentro do peito. Abrir os braços e as portas para os inimigos do reino é uma jogada com alto potencial destrutivo, além de polêmica dentro da própria Guarda.

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Se precisar fazer escolhas difíceis é estar em maus lençóis, não ter o poder de escolha pode ser, de certa forma, uma vantagem. Enquanto praticamente todos os personagens parecem estar sempre a um passo da morte, Sansa vai sobrevivendo com tranquilidade, mesmo rodeada pelos assassinos mais frios nos ambientes mais hostis dos sete reinos. Boa parte do público vê com maus olhos a passividade da garota, mas é justamente esse sangue frio, que a faz parecer subserviente e vulnerável até mesmo ao encarar Theon que a torna intangível e inatingível para seus inimigos.

Os Boltons vem ganhando cada vez mais destaque nesta temporada, e embora seja uma delícia apreciar toda a loucura e sarcasmo de Ramsay, faltava mesmo uma certa dose de conflito familiar para dar profundidade ao personagem. Um novo herdeiro aparece em boa hora para abalar um pouco as estruturas da casa do homem esfolado. E eles que se preparem, porque Stannis está cada vez mais próximo.

A quinta temporada já vinha se aprofundando mais na mitologia da série, resgatando antigas histórias, personagens que fizeram parte do passado e até mesmo dando margem a certas teorias que apenas os leitores das Crônicas de Gelo e Fogo estavam acostumados a discutir. Em Kill the boy, Tyrion e Jorah foram os responsáveis por apresentar mais um capítulo dessa história ao revisitarem a antiga Valíria, berço dos Targaryen. A história do local foi esmiuçada por um texto quase didático, que se não estivesse nas mãos competentes de Peter Dinklage poderia derrapar feio.

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Repetindo mais uma vez a fórmula de guardar os momentos tensos para o final, a dupla foi surpreendida pelos homens de pedra que Stannis citou no episódio passado durante a conversa com a sua filha. Pessoas em um estágio tão avançado da escamagris que parecem ter saído de um filme da franquia Resident Evil. A sequência sufocante de Tyrion sendo puxado para o fundo do mar – com direito longos segundos de tela preta – funcionou muito bem, foi impossível não ficar tenso. Felizmente nosso anão querido sobreviveu, e aparentemente sem sequelas. O mesmo não se pode dizer de Sor Jorah, no entanto.

Algumas observações:

– Episódio sem King’s Landing, sem Dorne e sem Braavos não tem jeito, fica meio frio mesmo.

– Queria dar uns sopapos no Jon soltando o Tormund sem garantia nenhuma de que ele não o mataria ali mesmo.

– Mesma coisa pra Sansa, entrando num beco escuro e cheio de cachorros raivosos a pedido de uma pessoa que ela nunca viu na vida.

– Que capricho nos efeitos visuais, minha gente! Os dragões, Valíria, tudo muito bonito, muito bem acabado, tudo muito HBO.

– Um dia eu já achei bonitinho o semi-romance de Missandei e Grey Worm. Mas já está desnecessário. E clichê. Apenas parem.

Gostou do episódio? Sentiu falta de algum dos núcleos? Acha que as estratégias de Daenerys e Jon podem dar certo? Deixe seu comentário e até semana que vem!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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