O problema de acompanhar Glee é que você sempre pode se surpreender – sabem aquela história de montanha russa? Pois é. De um episódio todo fofo com abordagens sociais e pedido de casamento, de repente você se pega em uma “dobradinha” no mínimo MUITO louca. Não é por força de expressão quando digo que chorei de rir com The Hurt Locker. E o pior é que tinha tudo para entrar na lista de episódios mais detestáveis da série – isso se, no fim, não tivesse se mostrado tamanha qualidade.
Como vimos nos primeiros episódios, Sue pirou de vez, elevou sua loucura ao nível máximo. Depois dos cachorros, agora ela voltou com um drone espião (seu pequeno dragão), um quarto da dor, “flutuando” pelos corredores, organizando um amistoso surpresa para os corais e com planos ainda mais insanos. Sua disposição para perdoar Mr. Schuester foi por água abaixo por um motivo minúsculo – mas, no fundo, ela nunca deixou de vê-lo como inimigo. Dessa fúria, ela conseguiu se destacar ainda mais – e é assim que o povo gosta. Estou achando fabuloso ter Evil Sue de volta em sua melhor forma. E que sacada genial a intertextualidade com Jogos Mortais (eu não assisti, mas foi assustador, tanto quanto imagino que deve ser), ela transformada no boneco bizarro. A risada estava medonhamente sensacional.
Sam continua sendo um bobão, totalmente hipnotizável. Sendo marionete de Sue, sua missão era destruir Rachel Berry pelo coração e, de quebra, afetar o Glee club. Roubando as correspondências do ex professor, beijando-a e esquecendo ou sugerindo a pior setlist da história. As cenas da hipnose foram, no mínimo, hilárias. Só não mais ridículas que Rachel e Sam, após poucas aulas com Blaine, tocarem uma música tão difícil quanto A Thousand Miles. E, por falar nela, a sequência foi a coisa mais sem graça de todas. Que beijo ridículo, minha gente. Precisam melhorar isso aí se querem nos fazer engolir Samchel. Por favor, tio Ryan Murphy, traga o Jesse de volta para ela <3
Falando em casais, já vamos logo para Klaine, acabar logo com isso. Ninguém poderia prever que Sue é a maior fã do amor dos dois. Olha, eu shippo muitos casais, mas não tenho um altar para nenhum deles – isso é coisa de gente descompensada feito ela. Enfim, a cada tentativa de unir Kurt e Blaine, mais engraçada a história ficava. Começando pelo urso, o plano acabou prendendo-os em um elevador, que na verdade não era um elevador. Presos por horas, a única saída de Klaine foi o beijo (Sam, isso sim é um beijo, viu?), ao som da conveniente It Must Have Been Love. Achei hilário a Sue contabilizando as semanas em que todo o envolvimento dos dois iria acontecer. Se suas previsões estiverem certas, lá pelo décimo episódio eles já estarão juntos novamente (décimo primeiro, se o canal permitir).
Ainda falando de Klaine. Eras atrás, quando Blaine entrou para o elenco, eu era apaixonada pelos dois. Não era para menos, a história começou de uma forma linda, ainda lá na Dalton Academy. Com o tempo, ele e Kurt foram intensificando a competição de qual personagem estava mais chato. Por essa razão, esse foco exacerbado neles já está me dando nos nervos. Mas também não acho que eles devam ficar com outras pessoas no final, é algo muito meant to be. Apesar de estar gostando do novo pretendente de Kurt, ainda mais depois do embate com Sue, eles visivelmente são melhores como amigos.
Como todo ano praticamente, o Glee club tem membros a menos do que realmente precisa para as competições. Agora, a tarefa de recrutar novos alunos está ainda mais difícil. Mas a entrada de Spencer e a volta de Kitty talvez mude um pouco esse cenário – essa é a primeira vez em que o coral é formado por um maior número de populares que de underdogs. A relação amistosa entre Kitty e Rachel foi algo que não esperava também, mas uma boa surpresa. No fim, aquele comprometimento que Rachel temia que seus pupilos não tivessem, acabou se provando bem real. Eles são, de fato, um renovado Glee club, pronto para levar adiante o legado da velha guarda iniciada por Mr. Schue.
Sem dúvidas, The Hurt Locker foi um especial recheado de surpresas. Mas nenhuma foi maior (e melhor) que a Diretora Figgins. Igualzinha ao irmão e ainda fadada ao sofrimento que é a vida acadêmica. Se prosseguirem com a personagem em cena, ela será um pesadelo para Mr. Schue do mesmo modo que Figgins foi no McKinley High. Essa série é ou não é uma piada? O primeiro nome do Figgins é Principal (Diretor), quem poderia prever essa? É claro, ele é o primogênito…
Depois de cinco longas temporadas, parece que Glee finalmente encontrou o caminho da comédia: zombando de si mesma. Desde a premiere, é possível notar um diálogo ou outro com essa nova fórmula. Mas nenhuma dessas referências foi tão grande quanto em The Hurt Locker. É claro, na boca de Sue. Realmente, Mr. Schuester negligenciou muitos alunos em detrimento de seus favoritos. Personagens sumiram do nada e ninguém se importou. O professor, que na verdade mal sabia algo da matéria que ensinava, teve a capacidade de stalkear alunos enquanto eles estavam no banho (sdds Finn). Tudo isso foi colocado em pauta em um dos melhores ataques de fúria da diretora. Palmas para esse roteiro que admite seus erros fazendo piada em cima.
Performances:
“Bitch” – Sue Sylvester
Já disse que amo performances da Sue? Nenhuma vai superar Vogue, mas essa chegou bem perto. Divertida, bizarra, bem no estilo Sue Sylvester de ser. Ela faz caras e bocas ótimas, ameaça estudantes com o extintor, desorganiza a sala da Emma, taca o terror nas salas de aula e ainda lambe o sanduíche da Rachel. Que coisa mais louca foram as partes em que a cabeça dela estava na gaveta da Rachel e no armário da Jane..
“A Thousand Miles” – Rachel e Sam
Eu amo essa música, sempre vai me lembrar As Branquelas. Apesar do imenso absurdo que foi aqueles dois tocando piano a quatro mãos, logo após aprenderem a tocar o instrumento, foi bonitinho. Lembrou o clipe da Vanessa Carlton mesmo, então foi uma opção bem cômoda de performance.
“Rock Lobster“/“Whip It” – Vocal Adrenaline
Sue prometeu um banho de sangue e os primeiros a se apresentar não deixaram barato para a concorrência. Apesar das letras sem sentido e aqueles objetos vermelhos que vestiam os integrantes, o Vocal Adrenaline arrasou na performance. O figurino estava bem elaborado, assim como a coreografia. A voz do Clint (Max George, do The Wanted) é até legal, mas acaba irritando em algum momento da apresentação.
“My Sharona“/ “You Spin Me Round (Like a Record)”- The Warblers
Que modernos eles estão. E que vibe mais Vocal Adrenaline. Foi uma boa performance, mas ainda acho que faltou colocarem um pouco mais da identidade dos Warblers ali. Mereceram o terceiro lugar, de fato. Não sei se vocês repararam, mas têm uns integrantes que parecem velhos demais para o ensino médio.
“It Must Have Been Love” – New Directions
Teria sido perfeita se não tivessem ocupado grande parte da performance com cenas Klaine. Sério mesmo, galera? Agora vocês já sabem como me sinto em relação a eles, então entendem meu desapontamento. A Kitty estava tão fofa e sorridente. Além disso, a voz dela combinou com a do Spencer. Aparentemente, eles vão liderar o grupo na maior parte do tempo.
“Father Figure” – New Directions
Foi outra bem legal, Rodrick foi lá e mostrou seu talento – mas não acredito que tenha apresentado todo seu potencial. Senti falta de Jane, que poderia ter dividido o vocal com ele. Mas adorei a montagem com as lembranças da Sue e o Mr. Schuester curtindo adoidado (e sendo repreendido pelos próprios alunos, que o odeiam).
“All Out Of Love” – New Directions
Já All Out Of Love trouxe os irmãos incesto na vocal leadership. Que coisa fofa aqueles dois juntos, estou amando. Foi a minha preferida, quase derramei uma lagrimazinha. Essa música é mesmo muito emocionante e foi bonito ver a união desse novo Glee club.
No geral, oas escolhas de músicas, profundamente emocionantes não só para a Sue (alguém mais morreu de rir com ela se debulhando em lágrimas?). Só que aqui vem meu grande PORÉM. Foi emocionante, mas se eles continuarem nesse pique lentinho do antigo New Directions, estarão bem ferrados nas competições que se seguem. A única coisa que gosto neles é que, nessa temporada, aparentemente todos terão algum destaque nas performances – diferente do Vocal Adrenaline e dos Warblers, em que apenas uma pessoa canta.
Notas:
– O Brad tem uma coleção de “pés”. Que coisa mais esquisita, amigo.
– Sam fazendo o John Mayer, que amor. Assim eu quase esqueço o quanto o personagem é bobo <3
– Sofrendo com o restaurante cheio de “gay bears“, todos que já saíram com Karofsky pelo menos uma vez na vida. E, como gran finale da noite, ele e Blaine ainda foram agraciados com uma bela árvore genealógica em comum.
– Amei as referências a Run Joey Run e ao nariz quebrado da Rachel. E as partituras de Sweet Caroline e Gold Digger. Velhos e bons tempos de Glee.
Becky: Where did you get all these video clips?
Sue: I have cameras everywhere, Becky.
Becky: But this is, like, dream sequence. How could you film that?
– O policial zoando a Rachel por telefone foi ótimo! Mas nada melhor que o ex diretor do coral de surdos voltando como policial (provavelmente a mando de Sue) e acusando-a de sequestrar Kurt e Blaine.
– “Are you trying to pick me up? Cause if you’re gonna go lezzy with a cheerleader, I think the world’s kind of rooting for you and Quinn Fabray“. Ainda estou rindo em círculos com esse quote da Kitty.
– Sobre a senha de Sue #ThunderBolton69: dei uma pesquisada e Dan Thunder Bolton era o guitarrista da banda Supersuckers. Será que ela tem uma crush nele?
– Rachel e Mr. Schuester descobriram as armações de Sue em relação ao roubo das contas. Mas nenhum deles irá questionar Sam? Vai ficar por isso mesmo?
– Sue se emocionando com a performance do New Directions talvez tenha sido uma das coisas mais legais do episódio. Além de engraçadíssimo, ainda explicou muito dos motivos dela ser como é. Ela odeia as artes tanto assim porque foi rejeitada por elas. Morrendo com as tentativas dela no cinema, perdendo sempre pra artistas consagradas.
Encontre o erro: por onde anda o lindíssimo Cooper nessa árvore genealógica?
Por fim, arrisco a dizer que essa última temporada está se mostrando melhor que encomenda. Espero que, por causa dessas palavras, a Lei de Murphy não faça uma visita técnica a Glee. Pela promo, já deu para ver que o próximo episódio, What the World Needs Now, vai ser bem divertido. Mas me digam vocês, o que estão achando? Qual performance preferida? Venham comentar aqui comigo.
