Cheguei pra colocar ordem na casa! Depois de um elogiado episódio piloto (leia as nossas primeiras impressões aqui), a série agora precisa ter uma temporada convincente para segurar a proposta de mostrar Gotham antes de o Batman surgir. Vamos fazer um combo? Leia agora as resenhas dos dois últimos episódios, assim deixaremos tudo em dia para acompanharmos juntos a série.
1×02 – Selina Kyle:
O segundo episódio da série não manteve a mesma levada do piloto, mas isso não o desmerece. Eu confesso que não estava empolgada com esse lançamento (acho que tenho aquele sentimento Marvel vs DC dentro de mim), mas entreguei os pontos e Gotham já está na minha grade. Uma das coisas que eu acho legal é que série nos proporciona uma nova perspectiva sobre tudo que veio a desencandear o aparecimento do Homem-Morcego. Podemos sentar e conhecer as ruas e os becos da cidade, um verdadeiro paraíso para vilões, onde o caos impera e seus habitantes rebolam para tentar viver com ele.
Jim Gordon, o último dos bom moços, se “rendeu” ao esquema de Falcone. Achei muita graça nas tentativas dele de provar para o parceiro Harvey que ele vai andar na linha. Aliás a química entre Ben McKenzie e Donal Logue é demais!
O “caso da semana” foi um casal de vilões, interpretados pela ótima Lili Taylor e Frank Whaley, que sequestra crianças para entregá-las à um tal de Dollmaker (“Criador de bonecas”), mas não sabemos o motivo. E quem mais uma vez está no meio da confusão toda? Sim, ela mesmo, Cat! Essa menina é rainha das ruas de Gotham, todo mundo conhece ela. Eu achei o casal de sequestradores, ao mesmo tempo, sinistros e divertidos. Mas obviamente, Gordon e Bullock conseguem salvar as crianças de serem enviadas ao Dollmaker, com a ajuda de Cat. Aliás, o que foi aquilo da menina meter as unhas (ou garras) nos olhos de um dos capangas? Do que mais será que ela é capaz?
O maior vilão de Gotham nesse episódio foi o descaso com as pessoas que vivem na cidade, do prefeito às forças policiais. Ninguém iria se importar com o sumiço das crianças se Barbara (Erin Richards) não tivesse feito uma denuncia anônima aos jornais, criando um escândalo com a mídia. Aliás, qual o mistério atrás dessa mulher? O que ela esconde do seu namorado? Fiquei encasquetada com a relação dela com a Detetive Montoya (Victoria Cartagena).
A série acaba deixando os espectadores com um sentimento contraditório: por ser tudo tão icônico e pitoresco, acabamos nos apegando também aos anti-heróis e vilões da trama. Adorei a cena entre Facone e Fish Mooney, a tensão na conversa deles era palpável. Ele mais uma vez humilhou a morena na frente dos seus clientes e funcionários. O mafioso, eu confesso, tem carisma. Aquela aura de todo poderoso, esclarecido, que está sempre um passo a frente de seus inimigos… eu já torço por ele na guerra que parece estar prestes a se instaurar pelo controle da cidade. De onde Fish vai tirar forças para tentar virar o jogo e se tornar a toda poderosa da cidade?
E o Oswald Pinguim?! Ele já é um dos meus personagens preferidos. É sensacional poder ver um dos mais notórios antagonistas do Batman jovem (não consigo olhar pra ele sem lembrar Dany Devitto, o que creio ser algo bom). Estamos acompanhando ele na sua jornada, obrigado a sair de Gotham, o vendo perder qualquer tipo de laampejo de humanidade. A maneira que ele mata o jovem e sequestra o outro, deixando claro que ele estava se divertindo…Enfim, as cenas do Pinguim foram as melhores do episódio. Não vou esquecer também da mãe dele! A louca Gertrud Kapelput (interpretada pela brilhante Carol Kane). Dá bem pra perceber que coisa boa não iria sair dali: seu filho parece misturar insanidade e ao mesmo tempo uma ingenuidade, e de fato é um dos reflexos da sua criação.
Para não deixar de falar do Bruce Wayne, ele está numa onda de tentar testar seus limites (colocando a mão no fogo, literalmente.). Acho muito legal a abertura que ele dá para Gordon. Bruce, assim como Cat não se abre com as pessoas, mas ambos parecem confiar do policial. Inclusive Selina (é, o nome da Cat é esse), se propõe à ajudar Gordon a solucionar o assassinato do casal Wayne. Mas em troca de que? Já percebemos que ela não dá um ponto sem nó.
Gostei do episódio, o que me preocupa é que ainda não deu para pescar se a série vai construir um arco ou vai ficar no “vilão da semana”, realmente espero que Gotham não se encaminhe para uma trama procedural. Mas ainda temos alguns episódios para saber qual vai ser.
ps: O vilão Dollmaker já apareceu na série Arrow também no episódio 2×03 – Broken Dolls. Nas HQ’s ele é um grande vilão, que está presente no universo de Batman. Ele inclusive protagonizou histórias fortes na saga do homem-morcego.
ps²: O presídio Arkham citado no episódio é um dos lugares icônicos dentro do universo do Batman. Veremos mais dele?
1×03 – Balloonman:
Nananananananana Ballonman, Ballonman! (cante com o ritmo da musiquinha do Batman)
Ao final do episódio anterior, ficamos com um promissor cliffhanger. Mas logo de início o fato de Cat ter presenciado o assassinato dos Wayne já não é muito bem explorado. Realmente esperava um foco na busca de Jim Gordon por respostas, mas o plot foi logo para segundo plano por conta da aparição do primeiro vigilante da cidade de Gotham. Um inimigo do crime, que mata pessoas corruptas e afins, pendurando-as em um balão atmosférico. Mas ele só ataca os “maus”, levando os cidadãos a darem apoio ao Balloonman, para desespero dos corruptos e criminosos que controlam a cidade.
Os policiais só se mexem quando o Balloonman ataca um policial corrupto. Vou confessar que mesmo sendo legal um “vilão” que amarra as pessoas sujas de Gotham em um balão, achei o ‘Caso da Semana’ bem fraquinho. Gordon chegou rapidamente ao nome do homem, que desacreditado do lugar onde vive, decidiu tomar medidas mais extremas, posto que quem deveria proteger a cidade não o faz. A consequencia é o detetive repensando suas ações, pois ele está se metido no esquema corrupto de Gotham. Ele nunca quis isso, mas teve que se submeter para se manter em posição em que, mesmo que a contragosto de seus superiores (e parceiro), agir de acordo com as leis.
Gostei do destaque que deram para Bruce no episódio. A existência de um vigilante na cidade pega ele de jeito. Foi mais explorado também o relacionamento do garoto com o mordomo Alfred (Sean Pertwee). A luta de “espadas” entre eles deu uma nova vibe na mansão Wayne. Bruce finalmente se permitiu ser criança de novo, e realmente não sabia das habilidades do mordomo. Mas o que eu mais gostei foram as palavras que Alfred disse para tentar convencer Bruce à comer: ele precisava estar forte se um dia quisesse fazer a diferença. Logo depois o menino já enfiou uma colherzona na boca. Muito bom, menino Wayne, continue assim! Fica claro que Bruce e Alfred vão passar por muitas coisas juntos, e isso nos da ideia da importância dessa relação para o homem que um dia vai andar de Bat-Móvel por Gotham, combatendo o crime.
Gente, e essa namorada do Gordon? Então quer dizer que ela tinha uma relação amorosa com a detetive Montoya? Que bafo! Rolou um climão entre as duas, e o beijo quase saiu! Quero saber mais sobre o passado delas. O que sabemos é que Barbara tem uma galeria de arte, é rica e apaixonada por Gordon. Mas para mim temos muito mais coisas para descobrir sobre a personagem. E outra, será mesmo que a detive Montoya e seu parceiro, detetive Allen (Andrew Stewart-Jones) são realmente ficha-limpa?
Mas obviamente as melhores cenas do episódio envolveram o Pinguim que, com muita coragem, voltou a cidade onde 10 entre 10 bandidos sabem quem ele é (Afinal, todos sabem que foi ele que estava trabalhando de informante para o departamento de Montoya). Matou não só um (que era bandido), como dois homens! Mesmo achando o personagem genial, fiquei com pena do moço do sapato…Oswald nao tem limites, ele precisava do calçado para conseguir um emprego e ele deu seu jeitinho. E quem é frequentador do restaurante que ele trabalha? O opositor mais forte de Falconi, Sal Maroni (David Zayas), que aparece pela primeira vez na série. Em conversa no restaurante ele fala dos planos para Akham, ou seja, o local vai estar sim na série. (Amantes dos quadrinhos piram). Maroni é atencioso com Pinguim, como ninguém até agora na série foi (vamos desconsiderar o falso assassinato de Gordon). Como 1+1= 2, sabemos que essa aproximação deve dar em alguma coisa, afinal o jovem psicopata se considera a salvação da cidade.
A cena final, da campainha tocando da casa de Gordon e ninguém menos que a pessoa que ele deveria ter matado, aparecer…Hm, fiquei curiosa para saber o que o Pinguim tem para tratar com o policial, e como ele vai lidar com a situação, já que ele só foi aceito no sistema de Gothan por ter dado um tiro na cabeça do jovem.
Eu ainda estou com um pé atrás com esse esquema de um “vilão da semana”, mas darei crédito. Eu também não gostei dos primeiros episódios de Agent’s of S.H.I.E.L.D, por conta desse esquema de coisas pontuais e depois vejam no que a série se tornou! Estou acreditando em Gotham, pois a série tem um leque quase infinito de coisas para usar! E a DC tá querendo seus heróis em pauta, visto que nos últimos anos só deu Marvel.
E o que vocês acharam de Balloonman? Sintam-se em casa para expor suas opiniões!
Assista agora a promo do episódio episódio 1×04 – Arkham, que vai ao ar dia 13 de outubro.
ps: Arkham, nos quadrinhos, é um manicômico para onde vão os vilões mais insanos do universo DC, como por exemplo: Coringa, Charada, Doutor Destino e etc.
ps²: Achei esquisito eles não tentarem resgatar as pessoas dos balões. Eles não esperaram os corpos aparecerem para classificar o ocorrido como assassinato. O que eles achavam, que os balões servem para ir ao espaco?
ps³: O pinguim já está com 5 assassinatos no curriculo. Será que esse número vai aumentar?
