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Gotham – 1×04 Arkham

Por: em 19 de outubro de 2014

Gotham – 1×04 Arkham

Por: em

Chegamos ao 4ª episódio dessa série que estreou cheia de expectativas, com um ótimo piloto, cheio de ação, complôs, prometendo que seguiria um ritmo acelerado e por se tratar do universo Batman, com a faca e o queijo na mão, tinha tudo para ser uma coisa maravilhosa de se assistir…..Mas não tá bom não, FOX. Não gostei do episódio, e digo  que a frustração dificultou inclusive desenvolver essa review. Mas bora lá, falar de mais uma semana em Gotham.

O episódio começa onde The Balloonman terminou, com Gordon ficando cara a cara com Oswald “Pinguim” Cobblepot. Aliás, desse começo eu não vou reclamar, pois Cobblepot é uma das únicas coisas boas da série. Ele é um personagem dicotômico: uma pessoa que almeja ser alguém importante para o bem ou para o mal. Ele tem fé em Gordon, por ele ser o único policial decente na cidade. Mas a questão é, Oswald tem todo o “controle” desse relacionamento, ele não tem nada a perder. Ele já era um homem morto antes de entrar na vida de Gordon e realmente morrerá se descobrirem que ele está vivo. Gordon se importa com as pessoas, Oswald não. A relação entre os dois teria potencial para se tornar algo superinteressante, mas do jeito que a série anda, não sei se vão desenvolver isso de maneira inteligente.

Pinguim e Gordon

E o “vilão da semana”, gente?! A maneira como ele aborda suas primeiras vítimas foi no mínimo risível. Foi tipo “coloca isso no seu olho pra ver como é legal” e pronto, matou. Sério, vamos criar o premio de vítima mais burra da tv? E algumas cenas depois vemos o mesmo cara queimar um homem vivo, em um galão, ou seja, não tinha porque o primeiro assassinato ser tão boçal. A série claramente não tem problemas em exibir cenas de violência, e a gente merece coisa boa, vai.

As vítimas, caso você tenha se distraído, eram vereadores da cidade que estavam em lados opostos da “guerra” entre Carmine Falcone e Sal Maroni, e o objetivo da vez era qual dos dois conseguiria ter o distrito de Arkham para si. Arkham é algo completamente icônico no universo de Batman e inseri-la na série é algo que eu também acho muito legal. O plano dos Wayne para o local era construir uma instituição de ponta para doentes mentais, alguma coisa filantrópica e sem a sujeira de Gotham. Mas com eles mortos, o que seria apenas um inocente projeto de renovação de uma área abandonada, se torna o cerne da disputa pelo poder na cidade. Maroni quer construir um depósito de lixo para a cidade e Falcone, casas de baixo custo para os cidadãos (bem coisa de político corrupto, né?), e é esse o cabo de guerra que enseja os assassinatos dos veradores. Os dois, pelo que parece, contratam o mesmo homem para dar cabo de quem votaria contra as propostas deles.

Mas uma coisa que me incomoda é que o único caso sem solução na cidade é o assassinato dos Wayne, porque Gordon e Bullock sempre chegam rapidamente ao nome dos criminosos. Dessa vez conseguiram com um presidiário que associou o método usado para matar as vítimas com um homem chamado Richard Gladwell (Hakeem Kae-Kazim). Com o nome eles vão ao local de trabalho do suspeito, que obviamente consegue escapar, mas deixa fotos das vítimas e um papel com as letras C.P.M. Ou seja, não restam dúvidas que ele é o assassino a missão é descobrir quem será o próximo a morrer.

A série tem como personagem principal a cidade de Gotham e Gordon, que futuramente será Comissário e aliado de Batman, então acredito que eles não precisam inserir o pequeno Bruce Wayne em todos os contextos dos episódios. O garoto deveria ser um elemento especial e precioso, afinal ele vai se tornar um dos maiores heróis da história. É legal sim poder vê-lo, inclusive ele parece ser mais inteligente que os adultos, mas acho que a série tem utilizado mal esse importante personagem. Ora, Gordon vai atrás do menino atrás de informações do projeto dos pais dele para Arkham. Um me-ni-no! Estão tentando empurrar essa relação entre Gordon e Bruce insistentemente, sendo que já deu pra entender que eles tem uma conexão.

O atrativo da série, em tese, seria dar aos telespectadores a oportunidade de conhecer o cenário que veio a desencadear a existência do Homem Morcego, mas para eles parece ser mais importante mostrar que no futuro ele vai aparecer para lutar contra as mazelas que assolam a cidade. Deveriam focar no “presente” da série, desenvolver a guerra que o Pinguim sempre fala que está para começar, em vez de plots descartáveis e completamente desinteressantes. Imagina que legal seria ver a situação entre Falcone e Maroni realmente esquentar, e Gordon no meio disso tudo, tentando permanecer idôneo em um local em que reina a corrupção. Um arco bem desenvolvido e um enredo interessante, eles tem tudo para fazer a série decolar.

Gotham-1x04-Pingüino

Oswald Pinguim é, até agora, a melhor coisa da série. Ele quer ser reconhecido, idolatrado e respeitado. Ele começou a série passando informações para a divisão de crimes da cidade e também quer ajudar Gordon. Mas ele também é um maníaco e homicida. Ele consegue uma “promoção” na equipe de Maroni, para lugar do gerente que foi morto durante um assalto – armado pelo próprio – sendo condecorado como herói por ter salvo uma parte do dinheiro do mafioso. Engenhoso, mas um passo previsível, e em algum momento ele armaria alguma para cair nas graças do chefe. O mais legal do personagem é que ele é um Outsider (deve ter sofrido muito bullying), sua aparência e trejeitos chamam muita atenção, mas mesmo assim ninguém ainda descobriu que ele está vivo. Mas acho que a série está facilitando muito a vida do personagem, porque ele ainda não sofreu nenhuma ameaça depois do seu retorno e já está conseguindo ganhar uma posição de poder. Querendo ou não, ele está brincando com fogo, não vamos ver ele ganhar nenhuma queimadurinha?

Uma coisa que a série também não me agrada é na ala feminina: A Comissária Essen não liga para a sujeira de seu departamento somente pela máxima do “aceita que dói menos”; Montoya (que não apareceu nesse episódio), é uma detetive que não apura os fatos antes de chegar nas suas conclusões, mas parece uma recalcada que quer a ex-namorada de volta. E Bárbara, namorada de Gordon, se revelou somente um rica, bissexual, que termina sua relação por querer saber tudo sobre o trabalho dele como policial. Poderiam desenvolver mais, né gente? Acho que só querem dar importância para Cat  e Fish Moony.

gotham-arkham

Falando em Fish, enquanto toda Gotham está envolvida na questão do destido de Arkham, ela está fazendo audições com jovens cantoras e, ao final de cada apresentação pede que elas a seduzam. Ela diz que quer encontrar sua arma. Sério? O plano dela para derrubar Falcone vai ser fazendo ele se envolver com uma ninfeta? Esperava mais de você, Fish, francamente. A cena da briga entre as duas candidatas foi meio apelativa, creio que algumas pessoas devem ter gostado, mas eu não vi necessidade dela fazer as meninas brigarem até a morte para ver quem seria sua Sharon Stone para fazer um flerte fatal com Falcone. Enfim…

Vou concluir rapidamente: Jim Gordon rapidamente deduz que a próxima vítima seria o prefeito (C.P.M.- M de Mayor = Prefeito) e confesso que até gostei da sequencia em que ele enfrenta no mano a mano o assassino, mas no final, ao ser encurralado, novamente Harvey aparece para salvar sua vida. Aliás, esse era um “vilão da semana” que não precisava ser morto. Bom ator e não foi caricato…enfim, o “bem” venceu.

Em suma, a série, depois do piloto, tomou um rumo medíocre. Eu vou continuar assistindo, pois eu realmente quero gostar de Gotham. Eu não quero acabar me desinteressando de não saberem fazer uso do tesouro que tem em mãos. Mas como eu também disse na última review, esse pé atrás eu também tive com  Agent’s of S.H.I.E.L.D no começo, que hoje é uma das minhas séries favoritas.

Paciência é uma virtude, espero que Gotham consiga aproveitar seu potencial o quanto antes.

Assista agora a promo do episódio Viper, que vai ao ar dia 20 de outubro:

Ps: O que foi o Pinguim matando os assaltantes de uma forma “fofa”. Como não amar? “Who wants Cannolis?!”

Ps²: Eu ainda não entendi a falta de espaço do personagem Edward Nygma (Cory Michael Smith) legista científico do departamento de polícia de Gotham. Suas aparições são sempre divertidas e cheias de termos científicos que ninguém entende. Essas adivinhações dele sobre os crimes são um sinal do seu futuro. Para quem não sabe, ele é o Charada.

E o que você achou do episódio? Acha que Gotham pode pegar no tranco?


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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