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Gotham – 1×05 Viper

Por: em 24 de outubro de 2014

Gotham – 1×05 Viper

Por: em

Confesso que assisti Viper sem nenhuma expectativa, esperando mais do mesmo. Surpreendentemente o episódio me agradou, pois finalmente acrescentou elementos  para o desenvolvimento do enredo proposto em primeiro momento: A guerra pelo poder.

Para os fans do universo de Batman, o episódio introduz o que seria a droga base Venom, utilizada por  Bane para adquirir sua superforça. No episódio, o que seria o “vilão” da semana, Stan Potolsky (Daniel London), sai distribuindo a droga pela cidade. Ou seja, pessoas aleatórias fazem uso de Viper, alucinadas, muito loucas, quebrando tudo. E quando o efeito do entorpecente passa, as pessoas meio que se autodestroem, com ossos se desfazendo e morrendo. Ou seja crianças, Gotham também é consciência social, fiquem longe das drogas!

Como eu saquei a referência, já fiquei mais animada, pois gosto de leves introduções do universo do Homem-Morcego na série. Obviamente quem cruza o caminho de uma dessas pessoas sob o efeito da Viper é a dupla dinâmica mais eficiente de Gotham: Gordon e Bullock. Ou seja, o plot do episódio já foi mais interessante do que o dos seus antecessores. Engraçado é a diferença das reações, enquanto Jim se preocupa em achar o misterioso homem que vem fazendo a distribuição pelas vias da cidade, Harvey acredita que deixar a droga se espalhar é a solução para os problemas da cidade corrompida. Muito bom o questionamento sobre o significado de altruísmo.

Como de praxe,  os detetives chegam com facilidade ao nome do traficante. E pior, que ele seria um ex-empregado de uma subsidiária da Wayne Enterprises, Wellzyn, que criou a droga para uso militar. Pela primeira vez o nome Wayne aparece introduzida no âmbito da corrupção da cidade. Eu ainda tinha dúvidas quanto ao tamanho da empresa na época em que a série se passa, mas no episódio deu para perceber que ela sempre foi poderosa. Potolsky simplesmente era o cientista responsável pelo desenvolvimento da droga, e por conta do comportamento antiético em manter sua produção, pede demissão e aparentemente quer mostrar ao mundo uma face da empresa que a cidade não conhecia. Mas o mais legal do ‘Caso da Semana’ é o fato dele não ter ditado o ritmo do episódio.

Gotham-105-An-Interesting-Story

Graças às nossas preces, a série resolveu tocar pra frente seu enredo, mostrando que a guerra pelo poder na cidade vai acontecer. Obviamente, o maior destaque ficou para Oswald Cobblepot, que achou oportuno revelar sua real história para Sal Maroni, esperando que o mafioso reconhecesse a sua importância como “arma” nesse confronto que começa a se configurar. Mas não, ele apanhou, e  muito! Para não morrer, clamou pela presença de Jim para confirmar a veracidade de suas palavras.

Gostei bastante desse momento, pois pude perceber três coisas na cena: (1) A fé que Cobblepot tem em Jim (por ele ser o ultimo homem honesto da cidade) ;(2) o conflito dentro da cabeça de Gordon, pois falar a verdade para o segundo homem mais poderoso da cidade colocaria sua carreira e vida em risco, pois “matar” o Pinguim no episódio piloto foi o que proporcionou à ele a oportunidade de exercer seu ofício como protetor da lei; (3) Finalmente vemos Maroni agindo como um mafioso! Ele foi introduzido com um cara que queria derrubar Falcone sentado, comendo carne com a mão. Para sorte de Oswald, o policial confirma sua história. Mesmo todo machucado, Pinguim fica encantado pelo mafioso reconhecê-lo como arma e, obviamente Maroni tem ciência do segredo de Gordon que vai dar ruim em algum momento.

Falcone e Liza

Fish Mooney finalmente começa a colocar em ação o seu mirabolante plano para derrubar Falcone. Sério, só eu que acho muito infantil a “arma secreta” dela? Um homem poderoso como Falcone, a meu ver, deveria ser casca grossa, e nunca se deixar levar por uma ninfetinha cantando músicas da sua infância. Mas como a sábia Valesca Popozuda brada em seus versos – Pussy é o poder –, pode ser que o atual dono de Gotham se dobre perante Liza (Makenzie Leigh). Outra via de ação de Fish é trazer subalternos de Falcone para o seu lado, usando a mesma arma… Ok, eu gostei da personagem em um primeiro momento, mas eu realmente tenho achado tudo que a envolve bem forçado. Sempre fazendo aquele carão, já to cansada, queria ver ela se ferrar, na sarjeta. Nesse Game of Thrones, torço por Sal Maroni.

Parece que os roteiristas de Gotham leram a minha review de Arkham, onde eu suscitei o fato de o personagem de Bruce Wayne ter sido utilizado de forma meio displicente até agora. Finalmente ele toma um posicionamento, além de ficar sentado reflexivo  ou colocando a mão no fogo. É impressionante como o garoto parece ser mais inteligente e maduro do o resto dos personagens, até mesmo Jim. Por conta própria ele resolve pesquisar de forma profunda a empresa que um dia será sua, começando pelo posicionamento da Wayne Enterprises sobre o que aconteceu com o distrito de Arkham. Foi a primeira vez que eu vejo o garoto sendo foco de um plot que faz jus ao seu personagem, além de David Mazouz estar perfeito no papel.

Alfred e Bruce

Bruce, movido pela tragédia que caiu sobre ele, tem a ousadia para mexer no que parece ser um vespeiro. Ele quer trazer de volta a idoneidade ao legado dos seus pais e descobrir os podres que se escondem nos encanamentos da corporação que ficará sobre seu comando um dia. Dando a devido prestígio ao personagem chave da história, quem também se destaca é Alfred. Começa a se desenhar a relação quase simbiótica entre o mordomo e Bruce no futuro, gosto dessa imagem mais ativa que a série optou mostrar do tutor do garoto.

Voltando as drogas, Jim e Harvey chegam à um professor universitário, que acaba por ser cúmplice no plano de Potolsky de expor a verdadeira Wayne Enterprises para o mundo. A cena do velho usando a droga para lhe dar força e partir para cima dos policiais, acabando obviamente com a sua morte, também foi bem legal. Deu pra perceber que a parada não era brincadeirinha que nem o homem dos balões, ou os raptores de crianças. Um caso semanal mais complexo, que trouxe um pouco mais de ritmo à trama. E qual melhor ocasião para exibir o efeito da droga se não um evento beneficente da Wayne Enterprises, onde estarão presentes diversos membros da empresa e até o pequeno Bruce e Alfred resolveram sair de casa?!  O jovem está realmente imbuído em se inteirar sobre a sua empresa, chegando inclusive requisitar uma reunião com a cúpula de sua companhia. O problema é que em meio a toda aquela social, repentinamente um vídeo de Potolsky começa a ser transmitido, bem nos moldes dos terroristas atuais. Vi apenas verdades nas palavras do “vilão”, pois Bruce assistiu à tudo, ou seja, acho que ele vai ficar mais motivado para saber mais do que anda acontecendo na empresa.

Obviamente Gordon e Bullock sacam que o plano de Potolsky é liberar o gás venenoso no evento, e conseguem evitar uma tragédia. O “terrorista” se mata depois de fazer um belo de um discurso para Jim. Veremos mais cenas de Gordon reflexivo (zzzz) sobre até que ponto ele vai conseguir trabalhando seguindo sua moral. Impressionante como eles sempre conseguem salvar o dia, isso também me incomoda um pouco.

Basicamente o episódio foi isso aí. Melhorou? Sim. Mas ainda não apresentou a consistência que prometeu no começo. Dar uma trama interessante ao jovem Bruce Wayne é providencial, já que no final das contas, tudo que está sendo mostrado o transformará em um implacável inimigo do crime quando adulto. Ele representa, em sua inocência, ser a luz nas trevas da cidade. Espero que essa pequena melhora seja um sinal de que a série vai deslanchar.

Assista agora a promo do episódio “Spirit of the Goat”, que será exibido em 27 de novembro.

Algumas Observações

– Porque colocar uma Selina Kyle aparecendo para nada!?

– Edward Nygma, sentindo muito prazer com o efeito da droga. Quero saber mais dele!

– Alguém sentiu falta da Barbara?

Mathis, a “amiga” dos pais de Bruce e viu Gordon e Bruce investigando um armazém da Wellzyn, pode ter algo haver com o Dollmaker. Nos quadrinhos o nome do vilão é Barton Mathis. Será que a Wayne Enterprises também está envolvida com o sequestro das crianças?

– Falcone deve ter deve ter traumas por causa mãe, porque pelamor! Só isso explica a doçura dele com Liza.

– Vibrei quando Alfred, ao final do episódio, senta com Bruce para ajudá-lo em suas investigações. Quero mais cenas legais entre eles!

Bom, é isso! Sintam-se a vontade para dizer suas impressões. Até semana que vem!


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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