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Gotham – 1×06 Spirit of the Goat

Por: em 31 de outubro de 2014

Gotham – 1×06 Spirit of the Goat

Por: em

Isso Gotham! Essa semana você fez seu dever de casa! Saiu da receita do livro da Dona Benta que vinha seguindo e nos apresentou um episódio um pouco mais consistente e instigante. Semana passada eu já havia mencionado uma melhora no ritmo da série, Viper deu passos (de formiguinha) no enredo.

Spirit of the Goat, tirou Jim Gordon um pouco de cena, eu achei ótimo. Vê-lo em todos os episódios como o único interessado em resolver crimes, bom moço, já estava ficando trivial. O capítulo nos deu mais ação e menos momentos reflexivos, o que pra mim já deixa mais empolgante.

O episódio começa com um flashback (adoro esse recurso!) de 10 anos atrás, quando um Serial Killer que dizia estar possuído pelo “Espirito de Bode” (em português fica meio ridículo, né?!) sai matando um monte de primogênitos das famílias ricas de Gotham. Um Bullock mais jovem e seu antigo parceiro, sozinhos, estão prestes a encontrar o assassino e sua última vítima. Ao invés de esperar por reforços, Harvey decide entrar no local, mesmo com o aviso de seu parceiro que na cidade não há espaço para heróis. Essa volta ao passado serviu para nos mostrar que o parceiro de Gordon um dia já foi como ele é atualmente.

A vítima já estava morta, mas ele conseguiu parar o assassino. Inclusive não atirou antes e perguntou depois, como faz ao lado de Gordon, ele somente mata o homem depois que o Bode vai para cima dele. Ao que parece, esse foi um momento que mudou a vida de Bullock: Ele matou o criminoso, a jovem sequestrada não conseguiu sobreviver e seu parceiro ficou paraplégico depois de cair do altar montado para o sacrifício da menina. Gostei muito de saber desse passado de Harvey, mais sensível e imbuído com seus deveres como policial. Gotham só tem a ganhar dando mais espaço para , que é um ótimo ator.

Voltando pros dias atuais, vemos que uma nova série de assassinatos com as mesmas características do Bode voltam a acontecer. Não sei o motivo, mas eles me remeteram aos casos de Dexter, acho que foi a coisa toda de montar um cenário para as vítimas. Assistimos à um Bullock completamente consternado, o que me agradou. O personagem ganhou mais densidade, coisa só vista no Piloto, depois disso ele virou só o parceiro contraste de Jim. Harvey se vê assombrado por um passado que o traumatizou e que volta para assombrá-lo. Dessa vez ele é o cara do episódio. Vai atrás das pistas, não se contenta com informações vazias e consegue chegar ao nome de um suspeito. Ele e o antigo parceiro eram os únicos cientes da característica do bode de colocar uma moeda costurada na nuca das vítimas. Isso faz com que ele vá visita-lo. Nesse momento tomamos ciência, junto com Gordon, de que Harvey ainda se importa com as pessoas – é ele quem paga o hospital do parceiro e a assinatura de alguma revista de gosto duvidoso. Juntando as pistas, eles conseguem novamente chegar ao novo criminoso, no mesmo local em que 10 anos atrás, como em um deja vu (Bullock repete isso durante o episódio), evitam a morte da vítima e depois de uma justa luta corporal entre o parceiro de Jim e o criminoso, eles conseguem leva-lo sob custódia.

gotham-spirit-of-the-goat harvey e nygma

O serial killer visivelmente sofre de algum tipo de doença mental, e Harvey não se convence que ele tenha agido sozinho e conclui a existência de uma conexão entre os dois Bodes. Durante o episódio, ao encontrar o pai de uma das vítimas, somos introduzidos a uma hipnoterapeuta que estava tratando da família da jovem morta. Olha, assumo que já tinha sacado que a mulher tinha algo de suspeito, mas de qualquer forma, achei legal mostrar Bullock menos acomodado com o caso, em tese, já resolvido. Ele não se conformou com explicação de o novo serial killer ser somente uma cópia. Isso mostra que o policial pode ser tão eficiente, ou mais, que Gordon, quando motivado. O motivo dos crimes novamente, tentar melhorar a cidade, cutucando onde mais dói: as pessoas ricas que não fazem nada para ajudar ninguém e estão livres das mazelas que acometem Gotham.

Quem ganhou um pouco mais tempo em tela foi Edward Nygma, o futuro Charada. Finalmente, né? Assim como a série gosta de assegurar que saibamos que Bruce vai se tornar Batman um dia, ela fez o mesmo com o personagem. Mas como não deve ser de ciência de todos espectadores o futuro do personagem, a referência da caneca com interrogação foi bem legal. Melhor ainda foi mostrar ele satisfeito por ser requisitado por Harvey nas investigações, acredito que todos os personagens que irão se tornar os grandes inimigos de Batman, não nasceram com a maldade encrostada em si. Nygma chega a ser fofo, ele quer reconhecimento de sua genialidade e alguém que goste de charadas tanto quanto ele.

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Engraçado mesmo foi a tentativa de flerte dele com Kristen Kringle (), arquivista da delegacia. O futuro Charada não se conforma com a organização caótica dos documentos, cria um sistema novo de arquivamento. Dá para ver que ele só quer fazer o trabalho da moça ser mais simples. Mas ela, obviamente, não gosta de ter alguém se metendo em seu trabalho. Fica o pedido! Mais Edward Nygma pls!  é super carismático, todos nós amamos um nerd. A série só tem a ganhar com ele.

Obvio que não existe Gotham sem Oswald Cobblepot. Podemos, pela primeira vez, testemunhar o relacionamento quase que doentio (não vou dizer incestuoso, não acho que seja o caso) dele com a mãe. Novamente, suscito o ponto de que o personagem chega a ser ingênuo, e sua insanidade advém de algo muito mais profundo que a maldade em si. Ele também só quer reconhecimento. Eu já tinha comentado isso anteriormente em outra review, e o Pinguim assume para sua mãe que, além dela, ele encontrou outra pessoa em que pode confiar: Jim Gordon.

Gordon ficou em segundo plano, motivo: Bárbara. Não gosto da personagem, mimizenta demais. Ela poderia ser mais parceira ao invés de ficar enchendo o saco do policial para que ele lhe revele tudo sobre seu trabalho. E toda a trama na ex/atual de Jim envolve diretamente Montoya e sua determinação em provar que Gordon é tão criminoso quanto o resto de Gotham. Ela finalmente encontra uma testemunha super digna de confiança (#sqn) que presenciou o “assassinato” de Cobblepot. Com isso ela vai lá, cheia do recalque, jogar tudo na cara da ex, com a desculpa que Bárbara correrá perigo depois da prisão de Jim. Finalmente a Loira toma uma posição e fala que não sairá do lado do amado.

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Já avisado pela namorada, que fez as malas para os dois fugirem da cidade, Gordon aceita calado a sua prisão. Chegando na delegacia, Bullock e a Comissária Essen dão aloka, dizendo que a prisão é um absurdo, que o último homem bom da cidade não matou ninguém. Harvey também é preso, pois a testemunha atestou a presença dele no píer. No meio da confusão, temos o melhor momento do episódio. Sim, mesmo se o episódio tivesse sido ruim (e não foi), valeu a pena assistir apenas para ver o Pinguim entrando na delegacia e se revelando vivo para todos. Com isso temos um enorme cliffhanger para os próximos episódios, não? Espero que aproveitem bem isso! Ao ver Oswald vivo, Harvey xinga Gordon. Afinal, muito melhor ser preso por assassinato do que ter desobedecido a uma ordem direta de Falcone.

O pequeno Bruce Wayne apareceu pouco no episódio. Ele continua obstinado com sua investigação e etc. E mostra sua coragem por não se preocupar em ser uma vítima do Bode, pois a morte dele não atingiria ninguém. Achei bom não forçarem cenas do menino, pela primeira vez, sem motivos. Novamente enfiaram Cat para nada, ela entrou na casa dos Wayne, viu o menino dormindo, deu uma olhada no que ele anda investigando, roubou uma paradinha e foi embora. De nada acrescentou.

Chego ao final da Review falando novamente que a Spirit of the Goat fugiu da receita “ As aventuras de dois policiais contra o crime e o pequeno Batman”, o que para a série que não vinha me agradando já algo bom. Pela primeira vez Gotham me deixou curiosa para saber o que acontecerá no próximo episódio, agora que todos sabem que Cobblepot está vivo.

Assista a promo de ‘Penguin’s Umbrella’, que vai ao ar dia 03 de novembro:

– Confesso que gostei de uma semaninha sem ver a Fish Mooney e seus planos de conquistar Gotham.

– Será que a aparição de Cobblepot foi armada com Maroni ou, de alguma forma, ele soube que Gordon estava com problemas?

– Ver como vai ficar a relação entre Gordon e Bullock também é algo que estou curiosa, desde o princípio, Harvey em sua maneira, mostra que se importa com o parceiro.

– Essa trama de matar os filhos das pessoas ricas já foi um problema enfrentado por Batman em algum dos filmes, se não me engano.

– Semana passada, por ter falado a verdade para Maroni, Gordon acabou ficando subjudice ao mafioso. Agora não existem mais motivos para isso correto? Creio que será uma carta na manga do 2º home de Gotham para a guerra dos tronos que acontecerá em breve. Afinal, Gordon se envolveu com Falcone e Maroni.

– Nos dê mais de Nygma, please!

– Uma série com Gotham não introduz personagens à toa, correto? Eu não estou aqui para fazer fofoca, mas creio que Kristen é ligada a um dos vilões da DC que remete ao Natal…

– Quem viu o Q verde gigante na imagem noturna da cidade Gotham?

Perceberam mais alguma referência? Concordam comigo sobre o episódio? Fiquem a vontade!


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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