Todo dia é um novo começo. Viver significa isso.
Há duas semanas Meredith questionava quem ela havia se tornado ao longo de todos esses anos e o que a faria feliz daqui pra frente. As consequências deste questionamento nos leva a um segundo momento, o da mudança. E quem disse que a mudança se deu apenas no universo de Meredith?
A premissa aqui parece simples: demonstrar qual a representação da mudança na vida de cada um dos médicos do Grey e Sloan Memorial Hospital. E se em um primeiro momento mudar remete à ideia de um ato quase sempre proveniente da dor, o caminhar em busca da atitude mais próxima do latim Carpe Diem pode significar algo muito mais leve do que possa parecer. O uso, mais uma vez, dos flashbacks serviu pra mostrar que todos mudaram ao longo dos anos e que não se deve estigmatizar o outro pelas atitudes do passado. Reinventar-se exige reconhecer o que poderia ter sido diferente, compreender as próprias limitações, saber que todo processo exige tempo. Tempo que para Richard, por exemplo, representa aceitar a recém-descoberta relação amorosa entre Maggie e DeLucca – responsáveis pelos momentos mais cômicos do episódio – e consequentemente, uma nova etapa em sua relação com a filha; para Amelia e Owen, uma nova tentativa, assim como Jo e Karev; enquanto April mantém a notícia da gravidez longe do conhecimento de Jackson.
Mas a grande questão aqui talvez tenha a ver com o saber respeitar o próprio tempo. Aceitar as pequenas mudanças. Saber esperar, ser paciente. Ninguém disse ser tarefa fácil, pois nunca é. E não importa o tamanho da sua experiência, é preciso resignação. Aprender com o outro. E por mais óbvio que possa parecer, na visão de um terceiro, o que nos afeta internamente é sempre muito mais complexo que a mera mudança de atitude.
Ainda é cedo para dizer de que forma as mudanças afetarão as relações pessoais em Grey’s Anatomy. E é obvio que para uma série que acaba de ser renovada para mais uma temporada, o ritmo lento sempre foi uma realidade em sua narrativa, o que justifica de certo modo episódios que mais parecerem estar ali para cumprir meramente a função de algo transitório, se contrapondo a episódios muito mais viscerais e essenciais para a história da série.
A mensagem deixada até aqui é clara: nunca é tarde para corrigir ações do passado, nem o ato de ter coragem para seguir em frente. Aceite, assuma, arrisque, mas principalmente, se ponha sempre em movimento. Viva seu dia como se fosse o último. Pode ser que seja.