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Grey’s Anatomy – 12×14 Odd Man Out

Por: em 21 de março de 2016

Grey’s Anatomy – 12×14 Odd Man Out

Por: em

O episódio da semana começa a promover as pequenas mudanças no universo de Grey’s Anatomy. O texto de abertura, que em um primeiro momento parece fazer analogia ao caso da paciente grávida de quádruplos – participação especial já adiantada aqui pelo Apaixonados por Séries – na verdade refere-se à chegada deste novo cenário. Que toda mudança promove novos conflitos e que a insegurança é inerente a todo o processo.

Há duas semanas venho falando sobre a forma mais leve adotada pela narrativa do seriado de Shondaland, e este é o terceiro episódio a manter-se nesta linguagem. Enquanto nos dois primeiros existia um prenúncio das possíveis alterações e plots da já nem tão nova temporada, este representou o início das primeiras ações, a confirmação da chegada de novos ares aos corredores do Grey & Sloan Memorial Hospital. Demonstrando que a mudança se faz necessária se quisermos chegar a um novo lugar. Assim, o rodízio entre os internos retoma uma das características existentes nos primeiros anos da série, mas mais que isso, serve para retomar questões que haviam ficado pra trás, sem a devida conclusão ou resposta. Como foi o caso de vermos pela primeira vez Amélia precisando conviver com Blake e Jo, finalmente, reagindo à eterna apatia de Meredith.

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Odd Man Out serviu também para apresentar o início de um novo conflito envolvendo o recém-separado casal, April e Jackson. E de forma bem sutil, demonstrou futuros sinais de problema na relação vivida entre Warren e Bailey. Além de dar sequência à chegada de Thorpe na vida de Meredith. Pequenas mudanças, mas que de certa forma alteram a forma como vinham transcorrendo as relações dentro dos corredores do hospital mais famoso de Seattle.

A passagem de tempo, reforçada pelas doze semanas de gestação de April, serviu para apresentar um dos grandes conflitos que sempre existiu na relação entre Jackson e Kepner, a fé. E mesmo que a atitude pareça óbvia, em se tratando de alguém que dedica sua vida à ciência, a forma com que April reluta em fazer os primeiros exames a fim de diagnosticar futuros problemas na nova gestão, já antecipa parte dos problemas que virão ao longo dos próximos episódios, agora que Jackson tem conhecimento da existência da gravidez. Na verdade, o que se vê ali ainda são marcas deixadas pela traumática gestão anterior e se em um primeiro momento a reação que se tem é de que April não está sendo justa, a mesma se defende ao final. É como se manter a gravidez a salvo do conhecimento dos outros a tornasse isenta das possíveis e reais complicações. Se a ausência de exames correspondessem à não existência de problemas, quando na verdade se trata, aqui, da importância da prevenção e do cuidado com a saúde do bebê.

Enquanto o conflito de Avery e Kepner parece apenas estar apenas no começo, o caso da semana envolvendo Amelia serviu para que a neurocirurgiã repensasse sobre sua postura com relação à figura de Blake, que outrora foi tida como a responsável pela morte de Derek, quando se precisava de alguém para culpar. E mesmo que de forma um pouco mais branda que o esperado, o que se viu foi que Amy, pela primeira, retoma sua posição como mentora e entende que o que acontecera com seu irmão fora uma fatalidade.

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Já para o universo envolvendo Jo e Meredith, foi importante ver explicitamente que as atitudes rudes de Grey têm muito a ver com a necessidade de proteger Alex, sua “new person”, que já este sofreu inúmeras vezes por se dedicar aos seus antigos e conturbados relacionamentos. A questão aqui funciona como uma espécie de novo posicionamento de Jo e Grey. Aquela, pela primeira vez, deixa de se vitimizar pela situação se posicionando como namorada de Karev e competente médica residente, assim como Meredith passa a entender que o que para ela seria indiretamente proteger o melhor amigo, é na verdade uma forma de desviar o foco por sobre a própria vida, evitando o seguir em frente. Viver os próprios problemas.

A verdade é que o novo assusta, gera inseguranças e a quase automática atitude de tentar retroceder ao que era antes, voltar ao antigo ponto de segurança. Infelizmente, assim como a criança que ao nascer se vê obrigada respirar já que não é possível retornar ao útero, a vida exige que se façam escolhas e se prepare para as consequências do que está por vir. Estar preparado nem sempre será uma realidade, isto certamente é um fato. O que não isenta o homem do ato de seguir em frente.


E aí, o que achou da entrada de Torphe pra trama? A mudança de cenário dos internos agradou? Não deixe de contar aqui suas impressões sobre o episódio e até semana que vem!


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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