Desejar o melhor para alguém, não nos torna capaz de determinar em qual tempo as coisas tem que acontecer. Este foi o maior desafio de Arizona.
Se o cliffhanger do último episódio de Grey’s Anatomy dava claros sinais do que viria a seguir, definindo os novos rumos seguidos por April e Avery, I Am Not Waiting Anymore vai além e marca a ruptura na amizade entre Robbins e Kepner. Afinal, por mais bem intencionada que Arizona estivesse não cabia à ela a decisão de contar a Jackson sobre a gravidez.
A caminhada de Arizona em busca de algo ou alguém que justificasse sua atitude impulsiva serviu para debater questões como a ética médica, assim como o envolvimento emocional presente na relação entre eles. A questão passa a ser justamente que, por mais que possa parecer necessário um pedido de desculpa, este na verdade serviria mais como forma de aliviar o próprio erro que de fato amparar Kepner. Mas como fora bem colocado por Amelia, o momento pede apenas que se dê tempo ao tempo. E que reconhecer ter cometido um grande erro, já significa muito nestes casos.
Talvez este seja o início da grande mudança da personagem de April, que de certa forma tornou a atitude de ter omitido a gravidez como algo justificável – entenda que não estou aqui pra dizer se foi o certo ou não – apenas foi pertinente ao comportamento da personagem desde então. O fato foi que toda a situação serviu para exemplificar outra máxima: a da falsa sensação de se ter o controle de algo, quando o que ainda existe são planos, projeções e boa vontade. Na verdade, tudo agora foge ao controle e o que era pra ser dito no “momento certo”, perde espaço para sentimentos guardados, feridas, anseios e traumas, vividos tanto por Kepner quanto Jackson.
A ideia, de modo geral, continua sendo falar sobre mudanças, cabendo aqui a dificuldade de aceitarmos o novo e seguirmos em frente. E por mais que olhando de fora tudo pareça simples e óbvio, quando se trata de estar vivendo aquilo, nunca é tão simples assim. Analogia que serve perfeitamente para Meredith Grey. Que mesmo depois de passado alguns anos, ainda não sabe como agir com relação a esta sua “nova fase”, ou ao aparecimento de Thorpe. Ações até então naturais, agora são tomadas por um misto de culpa carregada por quem permaneceu vivo. Quando na verdade, tudo muda o tempo todo, e por mais que o novo nos leve a compararmos com algo vivido no passado, a experiência que se segue é genuína e não há porque temer.
There’s always something after eventually.
We lose people and then we find new ones.
It’s how it works.
Ainda sobre as mudanças, o caso da semana envolvendo Riggs e Hunt retoma a culpa que Owen sente pela morte (ou seria desaparecimento?) da irmã. E não por acaso, o processo de humanização de Nathan nos últimos episódios apenas reforça minha teoria que algo de grande está para surgir envolvendo o personagem. Tanto que depois deste episódio fica difícil se manter imparcial e julgá-lo como o vilão que outrora entrava na história. Mas, assim como a história de Mer, é preciso irmos a passos curtos, um de cada vez. Reconhecer que para que algo aconteça é preciso, antes de tudo, estarmos dispostos a encará-los, entender que as possibilidades estão aí e que por mais resistente que se seja uma hora é preciso saber seguir em frente. De que forma essas ações definirão as relações do Grey & Sloan Memorial Hospital? Bom, ainda é cedo para dizer. O que sabemos é que, mesmo completando na última semana onze anos no ar, Grey´s Anatomy continua mantendo intacta sua capacidade de contar boas histórias.
E aí, o que achou do episódio? Não deixa de vir dizer aqui embaixo suas impressões sobre a nova temporada de Grey’s Anatomy. E até a próxima review.
