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Grey’s Anatomy – 13×08 The Room Where It Happens / 13×09 You Haven’t Done Nothin’ (Fall Finale)

Por: em 27 de novembro de 2016

Grey’s Anatomy – 13×08 The Room Where It Happens / 13×09 You Haven’t Done Nothin’ (Fall Finale)

Por: em

Parece que faz apenas umas poucas semanas desde que a décima terceira temporada de Grey’s Anatomy começou. Um começo controverso, cheio de expectativas não atingidas, algumas frustrações quanto ao rumo decidido para o drama, mas ainda assim, capaz de provar porque a série continua como umas das mais fortes produções da televisão norte americana e sucesso entre os fãs de seriados. Talvez minha surpresa com a chegada da fall finale tenha sido porque Grey’s de fato começou a engrenar com a chegada de Eliza Minnick. E mesmo que já se tinha como certa o surgimento de uma grande tragédia capaz de lotar os corredores do Grey + Sloan Memorial Hospital no episódio que encerra a primeira parte da atual temporada, é preciso reconhecer os acertos da narrativa que finalmente tem retomado o estilo peculiar do hospital mais movimentado de Seatlle.

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The Room Where It Happens de certa forma quebra a maneira como a história vem sendo contada, apresentando uma das grandes estrelas do show, o Centro Cirúrgico – ou O.R. Operation Room em uma tradução literal, ou segundo a escola para alfabetizados em inglês Sasha Meneguel. Presente em praticamente todos os episódios e quase sempre disputada com afinco pelos personagens da trama, a visão da vida do médico além dos dramas rotineiros e de tantas idas e vindas da história, servem não só como uma quebra e respiro em meio a uma temporada que andava um tanto insossa se comparada à sua antecessora – centrada na reinvenção de Meredith Grey. The Room Where It Happens decide mostrar que por trás da figura do médico – treinado para responder de forma rápida e muitas vezes capaz de determinar a vida e a morte de um paciente – existe ali uma série de traumas e conflitos pessoais.

Usando-se de uma técnica muito similar ao que é feito no teatro e já mostrado por nós aqui. A nova linguagem traduz indiretamente a necessidade se se contextualizar as mudanças dentro do programa de formação dos residentes, ou na didática de Webber. Mais que isso, a maneira em como o episódio foi gravado reaproxima nós expectadores do drama particular de cada um dos médicos presentes em cena. Afinal, a mesma OR que muitas vezes serve de refúgio e abrigo àqueles que não querem ir para casa enfrentar os problemas conjugais, a solidão ou a tomada de difíceis decisões, capta também o trauma expressado por meio da estafa física e mental. A decisão entre salvar um paciente ou não é tênue e por isso foi importante demonstrar qual o fator motivacional de cada um dos médicos ali presentes.

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E mesmo que a imagem da irmã de Hunt – interpretado pela atriz Bridget Regan de Jane The Virgin – tenha posto fim às especulações de que um dia poderíamos ver a médica adentrando os corredores do hospital. A surpresa estava na inesperada aparição e no emocionante “reencontro” entre Meredith e Derek.

As chances perdidas, o não dito, e até mesmo os mecanismos de defesa, pouco valem quando o cansaço é uma constante. Ainda que tenhamos tido a impressão de que tudo o que foi visto ali acontecia em questão de minutos, o encerramento da mensagem proposta pelo episódio – através da figura de Meredith Grey – serve como prelúdio do que estava programado para acontecer no episódio que marca a fall finale deste ano. Que com yellow code ou não, parece ter percebido que algumas mudanças são necessárias, e que ainda há tempo de corrigir ideias que talvez não tenho sido, digamos assim, das mais felizes ou originais.

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Código amarelo. Desastre à vista. Mas ainda assim uma perfeita analogia aos plots criados nesta primeira parte da temporada de Grey’s Anatomy. Afinal de contas, na falta de bases sólidas o suficiente o resultado uma hora ou outra é que as coisas comecem a desabar. Exagero da minha parte ou não, o importante foi ver que ainda existe uma esperança em meio a forma encontrada pelo roteiro em corrigir as direções do que um dia ele acharam que seria capaz de manter a atenção dos inúmeros fãs de Grey’s – e se você só conseguiu pensar no arco de Jo e todo o desdobramento com Karev, não pensou errado.

Não fosse pela pausa eterna e um tanto quanto canastrona de Alex ao fim do episódio, You Haven’t Done Nothin’ manteria uma consciência tão boa quanto alguns poucos episódios da décima terceira temporada de Grey’s Anatomy. Ao deixar Meredith com um dos melhores diálogos da temporada, capaz de reforçar e validar toda a história vivida pelos mais de dez anos de história dos personagens. Pretende-se colocar as coisas no eixo, abandonando histórias que já nasceram pra serem esquecidas ao fim de um episódio…mas não só deste diálogo se fez You Haven’t Do Nothing. O cuidado estava mais uma vez nos detalhes.

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As conversas de elevador, um dos marcos característicos da série, chegam atrasadas, mas finalmente retornam algo que se esperava para o episódio de estreia da nova temporada ou ao menos no seu sucessor. A parte boa de tudo isso é que assim, o que era pra ser um dos grandes conflitos da temporada inteira – o segredo de Wilson – finalmente é revelado e parece ter sido engolido pelo altruísmo tardio e exagerado de Karev e outras histórias paralelas mais interessantes.

Contrapondo às velhas histórias, a aproximação de Eliza e Arizona reforçam minha teoria de que a médica será o novo interesse amoroso de Robbins, e mesmo que a nova chefe do programa de formação do hospital escola tenha um papel essencial pra contrabalançar o marasmo do Grey + Sloan Memorial Hospital, não se pode deixar de elogiar a dinâmica em cena das duas atrizes.

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Assim como era esperada que as novas mudanças na estrutura do hospital gerasse um debate entre o corpo clínico, o desenrolar que se dará na segunda parte da temporada já começará com uma Bailey preparada para as consequências dada a decisão de extinguir a tênue linha entre o pessoal e o profissional. A resolução do antigo conflito entre Owen e Riggs serve não só para trazer Nathan para um primeiro plano da série e desvencilhar, ao menos por hora, do arco de Meredith e Pierce. Mas para se ajustar à nova dinâmica da série que agora estará – momentâneamente – sem a presença de Amélia, já que a atriz está vivendo uma nova gravidez e deve se ausentar das gravações.

E é assim, em meio a um desastre capaz de desestabilizar as verdades criadas em Grey’s Anatomy e através da trágica história da morte da criança atingida pelos escombros, que a série decide se redimir de alguma maneira. Desconstruindo o que parece nunca ter funcionado e dando pra nós que aguardamos seu retorno em janeiro, uma segunda parte do drama novelesco do qual não conseguimos viver sem.

 


A você que me acompanha por aqui semanalmente minhas mais sinceras desculpas por não ter conseguido postar antes. Ainda assim, não deixa de deixar sua opinião aqui embaixo. Nos vemos em janeiro!


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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